Fuga da realidade

Hoje em dia, é difícil (mas não impossível) encontrar alguém que não tenha ouvido falar na família Kardashian/Jenner. Irrelevante é o que fizeram para ocuparem o patamar mais alto de popularidade. O que importa é que elas são um fenômeno mundial difícil de ignorar.

Amadas e odiadas por milhões de pessoas, donas de marcas e de um programa de TV paga somente para tratar sobre a vida delas. Não é pecado segui-las nas redes nem assistir Keeping Up With The Kardashians e rir com os barracos da família. Mas é imprescindível saber que o que existe por trás disso é uma grande solidão vendida em forma de uma vida espetacular.

Afinal por que as pessoas se importam tanto a ponto de elas terem as fotos mais curtidas do Instagram? Uma série de fatores socioculturais que se refletem no comportamento de estagnação dos jovens de hoje, que tiveram a criação baseada na perspectiva de ser o que quisessem, fazendo com que as possibilidades fossem tantas que agora não se sentem encaixado em lugar nenhum. Por mais que estejam rodeados de pessoas, em muitos momentos se sentem sozinhos.

E num simples arrastar de tela de celular para desbloqueá-lo... um fantástico mundo se abre no Facebook, Instagram, Snapchat. O indivíduo se sente reconfortado e próximo a essas celebridades. Assim, as imagens vendem a ideia de que qualquer um pode viver esses momentos, que na verdade não existem.

Tudo é montado perfeitamente nos mínimos detalhes a fim de ser filmado, fotografado e divulgado, com o cruel objetivo de fazer o seguidor eternamente insatisfeito com a própria realidade. O resultado? Jovens que seguem para a vida adulta sem viver e aproveitar o que lhes é oferecido. Estão ocupados demais com os olhos voltados para seus celulares, contribuindo para a indústria da enganação de que a vida depende exclusivamente de status.

Suzannah Harrison
Enviado por Suzannah Harrison em 08/07/2016
Código do texto: T5691364
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