Produção destaque na disciplina de Filosofia do IFMA/Campus Mangaberias
Produção textual destaque na disciplina de Filosofia no primeiro semestre 2016, nas turmas do professor Carlos Reis Ribeiro de Sousa.
Os alunos foram convidados a analisar o texto do blogueiro Tales Luciano Duarte (estratégias 6, 7 e 8) o qual escreve baseado nas reflexões do linguista americano Noam Chomsky sobre manipulação das massas. A aluna Emanuelle da Luz Lemos foi brilhante na sua produção e merece nosso reconhecimento público pela grande dedicação aos estudos e a aguçada capacidade para escrita. O texto abaixo foi reproduzido na íntegra sem nenhuma alteração do conteúdo apresentado pela aluna na última prova de Filosofia do semestre. A linha defendida por ela é a de que a grande mídia, para defender seus interesses, manipula através de um discurso falacioso.
Ao longo do ano publicaremos outros alunos à medida em que forem se destacando.
Autora Emanuelle da Luz Lemos
Estudante do 2º ano do Ensino Médio Integrado, informática, do IFMA de São Raimundo das Mangabeiras-MA.
O uso da reflexão, da razão tão defendido por filósofos ao longo da história, por revolucionários, como aqueles que integraram as Revoluções Inglesas e Francesa, bem como por movimentos como o Iluminismo é desprezado pela mídia, pelos políticos e por meios de comunicação de massa – em linhas gerais. O objetivo não é mais usar a argumentação lógica e ética para mostrar que determinado fato é verdadeiro, mas sim fazer o uso do apelo emocional para conseguir uma resposta de acordo os interesses de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos em detrimento da coletividade. Afinal, o apelo ao aspecto emocional tem como prerrogativa criar um vínculo com o receptor ao despertar no mesmo o pensamento de “e se fosse comigo?”, gerando uma certa proximidade com a situação, com a ideia definida. Logo, usando esse tom falacioso, é possível comover a grande massa ao chegar no “coração” da mesma através de suas fraquezas, sonhos e desejos.
Voltando na história, pode-se conhecer o período que ficou conhecido como a Idade das Trevas, onde o conhecimento era privilégio de poucos. Mas, felizmente, Gutenberg com a Imprensa, a Revolução Científica, o Renascimento e a Reforma Protestante, dentre outros fatores, possibilitaram que esse conhecimento se tornasse acessível e que a Igreja Católica, dominante na Idade Média, perdesse todo seu poderio. Afinal, conhecimento é poder.
Tendo em vista o que foi apresentado acima é de suma importância evidenciar que a grande mídia, nos dias atuais, tem como propósito manter a grande massa na ignorância e na mediocridade, ocultando informações e pregando “meias-verdades”. Além disso, é notório que a Mídia, os grandes meios de comunicação, buscam o poder outrora pertencente à Igreja, pois “pregam” verdades absolutas e visam ter sua ideologia inquestionável ao agir segundo seus próprios interesses e justificar como sendo da coletividade. Logo, ao manter o povo na mediocridade e ignorância é possível assegurar que não existirão revolucionários, pessoas com visão crítica que tenham base para questionar o que lhes é imposto.
É inquestionável o fato de que conhecimento é poder. Logo, manter o povo na mediocridade, na ignorância é fundamental para assegurar esse poder. Portanto, fazer com que a grande massa aceite passivamente, isto é, seja complacente e não se oponha a suas “verdades”, e sua ideologia.
Para isso acontecer a mídia busca criar “modas”, colocando a mediocridade como algo normal, algo aceito socialmente, pois “se todo mundo faz porque não fazer?”. Pode se concluir que a falácia nessa estratégia está ligada ao fato de que usa-se a ideia de que “todos fazem”, “todo mundo usa”, para plantar a situação, o fato, a ideia como verdadeira, como correta mesmo que não se apresente argumentos concretos do ponto de vista lógico e do ponto de vista ético.