Olimpíadas 2016: a desvalorização dos atletas paraolímpicos pelas mídias

Analisar a inclusão desvalorizada dos atletas paraolímpicos nas Olimpíadas é indispensável, pois apesar dessa participação existir há bastante tempo, as mídias ainda ousam propagar que a disparidade física existente é crucial para torná-los inferiores à atletas considerados plenamente aptos.

É visível que a mídia - utilizando do seu poder de influência em meio a uma sociedade ignorante - busca mostrar que para uma excelência na atuação do atleta, o mesmo precisa seguir o padrão perfeito de ser humano imposto diariamente em novelas e propagandas aparentemente quaisquer. Em consequência disso, a população passa a aceitar deliberadamente a existência de um padrão de indivíduo, agindo então como máquinas, que são programadas a fim de suprir os anseios de seu criador e, nesse contexto, levando à perpetuação de uma cultura preconceituosa e ignorante.

A exclusão mídiatica das paraolimpíadas e de seus atletas em razão do que a mídia julga ser importante com base nos seus interesses econômicos e de manipulação, já é algo bastante perceptível, pois pouquíssimos desses competidores estão presentes em propagandas e programas e muitas Tvs abertas ainda não transmitem-na. Porém, as diferenças físicas que os paraolímpicos apresentam não é uma justificativa coerente à isso, visto que perante a lei todos encontram-se em condições justas, assim, agir de forma desvalorizada para com outros é infringir os direitos de justiça existentes na Constituição.

Portanto, é visível que essa influência negativa da mídia sobre os atletas paraolímpicos deve ser extinta. A mesma deve realmente valorizar as paraolimpíadas como qualquer outro evento de importância nacional (ou até com mais entusiasmo e propagação, já que esses atletas são exemplos reais de superação para todo o país), por meio da inserção desse contexto em novelas, séries e reportagens, assim mostrando à sociedade que as dificuldades físicas deles não os tornam inferiores. As escolas também têm um papel importantíssimo nesse processo, o que pode ser realizado por meio de aulas visando ensinar aos alunos o respeito mostrando que as diferenças são o que realmente constroem um país, a fim de haver uma construção contínua de conceitos plenos das paraolímpiadas e de seus competidores.