Ensino e aprendizagem do texto escrito
O discurso de que escrever uma redação é uma tarefa extremamente difícil não é dos nossos dias. Há tempos ele ecoa nas escolas, advindo da grande maioria dos estudantes, em todos os níveis de ensino, e ganha maior atenção, quando é difundido também pelos professores de modo geral.
E são muitos os motivos que levam esse público a manter esse discurso em relação ao ensino e produção de texto. Enquanto os alunos se referem às dificuldades quanto ao uso da escrita, a maioria dos professores atribui esse possível fracasso à falta de leitura. Assim é comum ouvir dos docentes: “meus alunos não gostam de ler”, ou “eles não sabem escrever”. Dessa forma, fica mesmo impossível obter sucesso sem que as práticas de leitura e escrita se tornem habituais no cotidiano escolar.
Não posso crer que tenhamos bons redatores, quando estes escrevem apenas para cumprir tarefas escolares, com atividades muitas vezes ditadas pelo livro didático. Assim como não posso crer em aulas de redação, cuja finalidade seja somente a escrita sobre um dado tema e, posteriormente, a devolução apática do texto – contendo uma nota e, dificilmente, um comentário.
É necessário o estabelecimento de um pacto entre professores e alunos no quesito PRÁTICA. Precisamos ter claramente as concepções de leitura e produção de texto, tanto pela perspectiva do professor quanto do aluno. A harmonia sobre o que pensamos/entendemos referente a essas esferas é o que faz se tornar possível um olhar diferenciado para o trabalho com a redação.
Assim como a leitura por si só não é condição para termos bons redatores, o texto produzido, por obrigação ou não, dificilmente contribuirá para a qualidade da produção escrita, caso não haja uma avaliação integral e discussão posterior sobre acertos e falhas cometidas. É preciso uma mudança de atitudes pelos envolvidos nesse processo de ensino, a fim de que este diálogo se efetive.