Programa Epistemológico
Luiz Carlos Pais
Luiz Carlos Pais
Programa epistemológico é uma expressão usada para se referir a um grupo de teorias relativas à educação matemática e mais especificamente à Didática da Matemática, uma das vertentes do atual movimento da Educação Matemática. São abordagens teóricas que estão em franco processo de evolução, com sucessivos lances de objetivação, desde a década de 1970, a partir do trabalho de educadores franceses e de vários outros países. Um dos núcleos rígidos desse programa consiste em conceber Didática a partir de uma abordagem científica, na linha de valorizar a modelagem do ensino, na linha como trabalham todas as ciências.
Modelo no sentido de construir as grandes sínteses teóricas como fazem as demais ciências. São produtos dotados de regularidade diante da possível aplicação em diversos casos particulares. De modo algum o termo “modelo” deve ser entendido com a mesma conotação com que aprece em certas vertentes do senso comum pedagógico, ao referir-se à visão ilusória de que é possível educar com base no exercício da cópia, da repetição ou dos formatos estereotipados propostos no passado. Postular a possibilidade e a necessidade de uma abordagem científica da didática é pressuposto admitido na: teoria das situações didáticas, teoria antropológica do didático, transposição didática, registro de representações semióticas, engenharia didática e teoria dos campos conceituais, entre outras, são convergências de abordagens teóricas relacionadas ao programa epistemológico.
Sobre o termo epistemologia, podemos destacar que o sufixo grego episteme significa conhecimento científico detido no entendimento humano inserido num contexto social mais amplo. De certo modo é possível aproximar “episteme” das concepções, porém esse último termo pertence ao campo da psicologia cognitiva, enquanto o primeiro está voltado para a filosofia do conhecimento, a com fortes vínculos na sociologia das comunidades científicas. Alguns autores também usam a expressão “teoria do conhecimento” para se referirem à epistemologia de uma ciência. É importante destacar que a episteme não está restrita à esfera da consciência subjetiva ou isolada de uma pessoa. A noção toma corpo na inserção do indivíduo num determinado contexto social.
Por ter uma forte componente de objetividade, a episteme é constituída pelo entendimento das noções fundamentais, conceitos, postulados e modelos que têm um objeto específico. Não faz muito sentido falar de “epistemologia geral”, tendo em vista esse vínculo com as especificidades. O sufixo grego logos quer dizer discurso ou estudo racional. Em síntese, a epistemologia é um ramo da filosofia das ciências, cuja principal questão consiste em estudar o processo evolutivo pelo qual passam os conceitos de uma determinada ciência. A epistemologia da matemática, que está relacionada à história da matemática, é uma ciência de natureza filosófica, com aplicação no campo didático.
Para finalizar esse registro, a epistemologia de uma ciência pode ser focalizada no plano filosófico mais amplo, percorrendo os longos períodos que permitiram a evolução lenta e gradual dos conceitos da ciência em questão, e, por outro lado, também é possível tratar da epistemologia no domínio mais restrito da evolução das ideias de uma pessoa inserida num determinado contexto social, sempre respeitando os níveis nos quais estamos projetando nossas pesquisas. A valorização do viés epistemológico proposto por autores franceses decorre, em parte, da influência do filósofo Gastão Bachelard, cujas ideias apareceram, com mais evidência, na sistematização inicial da Didática da Matemática.
Modelo no sentido de construir as grandes sínteses teóricas como fazem as demais ciências. São produtos dotados de regularidade diante da possível aplicação em diversos casos particulares. De modo algum o termo “modelo” deve ser entendido com a mesma conotação com que aprece em certas vertentes do senso comum pedagógico, ao referir-se à visão ilusória de que é possível educar com base no exercício da cópia, da repetição ou dos formatos estereotipados propostos no passado. Postular a possibilidade e a necessidade de uma abordagem científica da didática é pressuposto admitido na: teoria das situações didáticas, teoria antropológica do didático, transposição didática, registro de representações semióticas, engenharia didática e teoria dos campos conceituais, entre outras, são convergências de abordagens teóricas relacionadas ao programa epistemológico.
Sobre o termo epistemologia, podemos destacar que o sufixo grego episteme significa conhecimento científico detido no entendimento humano inserido num contexto social mais amplo. De certo modo é possível aproximar “episteme” das concepções, porém esse último termo pertence ao campo da psicologia cognitiva, enquanto o primeiro está voltado para a filosofia do conhecimento, a com fortes vínculos na sociologia das comunidades científicas. Alguns autores também usam a expressão “teoria do conhecimento” para se referirem à epistemologia de uma ciência. É importante destacar que a episteme não está restrita à esfera da consciência subjetiva ou isolada de uma pessoa. A noção toma corpo na inserção do indivíduo num determinado contexto social.
Por ter uma forte componente de objetividade, a episteme é constituída pelo entendimento das noções fundamentais, conceitos, postulados e modelos que têm um objeto específico. Não faz muito sentido falar de “epistemologia geral”, tendo em vista esse vínculo com as especificidades. O sufixo grego logos quer dizer discurso ou estudo racional. Em síntese, a epistemologia é um ramo da filosofia das ciências, cuja principal questão consiste em estudar o processo evolutivo pelo qual passam os conceitos de uma determinada ciência. A epistemologia da matemática, que está relacionada à história da matemática, é uma ciência de natureza filosófica, com aplicação no campo didático.
Para finalizar esse registro, a epistemologia de uma ciência pode ser focalizada no plano filosófico mais amplo, percorrendo os longos períodos que permitiram a evolução lenta e gradual dos conceitos da ciência em questão, e, por outro lado, também é possível tratar da epistemologia no domínio mais restrito da evolução das ideias de uma pessoa inserida num determinado contexto social, sempre respeitando os níveis nos quais estamos projetando nossas pesquisas. A valorização do viés epistemológico proposto por autores franceses decorre, em parte, da influência do filósofo Gastão Bachelard, cujas ideias apareceram, com mais evidência, na sistematização inicial da Didática da Matemática.