Palavras Expulsas

Que vontade de gritar! Enquanto me mantenho só sem perspectivas, apenas com centenas de pensamentos prontos para explodir. Poderia eu imaginar-me depressivo se isto não fosse um tédio, e se eu já não estivesse mergulhado neste paradoxo a tempo o bastante. Uma vontade descontrolável de dizer um palavrão bem cabeludo, e dizer que a vida é uma palhaçada sem qualquer nexo, ela é uma estupidez que chega ao fim (se é que existe um fim), e nos compra com milhares de sentimentos e nos estimula a não ficarmos sem, talvez para nos dar quem sabe certo equilíbrio e blá, blá, blá, uma extrema filosofia e as respostas que vamos ter.

Vontade de dizer tudo para ter exatamente nada ou ninguém, pois quem se importaria com um bocado de palavras "sem nexo" escritas por qualquer um, como se eu realmente me importasse com quem lê, pois a intenção não é abrir os olhos alheios, mas os meus próprios! Achar alguma resposta que nem a ciência ou a religião pode me oferecer, e assim, encontrar um significado para o funcionamento regular do meu avatar.

Vontade de parar de respirar porque eu quero, mas sem parar de viver porque tanto faz nascer para aprender o que não preciso fazer o que não quero e obedecer quem eu desprezo por simples ajuste de conduta para manter um padrão sem qualquer explicação plausível, assim como estas palavras ditas todas em um único raciocínio de quem deve ter graves problemas psicológicos ou esteja mais são do que milhares de pessoas, que vivem sem questionar nada, sentados na frente de um televisor em tela azul regado a nada, absolutamente nada.

Fábio R Jorge
Enviado por Fábio R Jorge em 14/02/2016
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