Redação (O confronto)
Inicio estes meus relatos baseando-me nos acontecimentos que se seguem.
Após inúmeras tentativas de escrever uma redação satisfatória aos meus conceitos. Conceitos estes que não são muito bem resolvidos diga-se de passagem.
Trata-se da persistência do tal trauma de escrever redação.
Bom pensando bem o que me resta fazer? Dar-me por vencida ou dispor de minhas armas? Como tenho a meu favor a inteligência que o talzinho do trauma não tem, vamos a isso. Aqui já se vão mais ou menos umas seis linhas preenchidas descaradamente nas fuças deste sabichão.
Quem diria! Eu pegando briga com este tal de: DESAGRADÁVEL EXPERIÊNCIA EMOCIONAL DE TAL INTENSIDADE QUE DEIXA MARCAS DURADOURAS NA MENTE DO INDIVÍDUO.
Me apoderando deste pânico em escrever elevo-me ao meu extremo e em cada tentativa não bem sucedida o talzinho cresce mais. Os pensamentos cobram dos pensamentos melhores pensamentos. Pensamentos que jugam pensamentos que os condenam e também os pune. Sem nenhum tipo de defesa, são dilacerados e por fim exterminados. O que me resta fazer, desistir, deixar que a insegurança me bloquei para sempre? Permitir que meus anseios sejam manipulados pelo eco da derrota? Não, não comigo!!!
Então cá estamos eu e infinitas linhas em branco desejosas de minhas (ins) pirações.
Vou alimenta-las e a cada uma, seu quinhão. Preenche-las ainda que de tenras asneiras, vou conceber cada juízo e é valendo-me desta dificuldade, uso-a para dela me afastar, pois esta é a forma que arranjei de invadir e deforma-la. Sigo manipulando o meu raciocínio vou desbravando como um barco que segue à deriva e mesmo assim mantém-se bailado sobre o mar. Mantendo-se o mais tempo possível sem naufragar.
Sigo dando cores e formas usando o pó da razão para a partir daqui iniciar a minha redação.
Enide Santos. 09/01/15