A coragem

Uma das coisas que se diz sobre a coragem é que ela, ao contrário do que pensam os impulsivos e inconsequentes, é companheira do medo e que sem ele, ela não existiria. Não o medo infundado, paranoico, covarde inviabilizador e desqualificado para avaliações, mas o medo alertador de riscos; o que atenta os sentidos fiscalizando e checando os passos das ações. Essa coragem é a dos heróis vivos; dos ultrapassadores de obstáculos; dos que aceitam desafios que a outros pareça ser impossível vencer. Requer certo tipo de despojamento que limpe o terreno das convenções sem necessariamente inviabiliza-las como alternativa. E segue a coragem se prestando a todas modalidades de quebras de paradigmas que, em última instância é o conjunto das memórias e valores acumulados; experiências aprendidas e/ou passadas tidas como limites. Coragem tem garras guardadas que se mostram nas oportunidades de se ser feliz. Elas arranham mortalmente a inércia, a estagnação letárgica não estratégica para o passo seguinte rumo à realização. Considerando o fator humano em suas oscilações naturais, nem todos os momentos são inspiradores, plataformas seguras das quais elas possam partir. Entretanto, ela é quase uma arte quando, parte célere e certeira no rumo inédito por sempre partir inspirada e no momento certo.