A ação da criança
Como acontece a ação na criança? Como ela consegue criar passos e sequências de utilidades da vida prática?
Quando problematizo a ação na criança, me refiro ao segundo período do desenvolvimento, e isto quer dizer que não se trata do Primeiro período: (de contemplação e saciamento dos desejos apenas), - não! Me refiro a criança que já passou do período da pura contemplação do meio, isto é, me refiro a ação da criança em idade de 2 à 5 anos.
Ora, essa criança, pelo que apresenta, aparentemente tem muita pouca experiência e quase nenhuma memória, por isso, faz-se necessário que o aprendizado seja contínuo, levando-a quase sempre a ter costume com certas regras, sendo conduzida muitas das vezes de modo lúdico. Mas como conduzir uma criança no seu aprendizado? Parece que o tempo, relativo para muitos estudiosos, também o é para um experimentador infantil em relação a um adulto. Desse modo, como compreender a medida do aprendizado no lúdico? E por que deve ser lúdico para ser eficaz? Homero, mestre em imaginar uma música cultural, certamente conduziu toda uma civilidade Ocidental ao longo de sua estória poética, com seus iambos, tetrâmetro trocaico, hexâmetros,..., isto é, o primeiro escritor ocidental da Guerra de Tróia, certamente, dentro da sua técnica, soube racionalizar valores e conduzir ações nos homens que, através da história, conservou valores e seguiu unido até os dias atuais.
Mas, por outro lado, no mundo contemporâneo de hoje, como achar a música e a medida, e além do mais, como se equilibrar à dar o mundo da criança? É breve pensar que, deixada ao acaso, possivelmente será morada de devaneios do "quase nada", que, entediada na sua função de ser, vê sua cabeça tomada pelo mundo, sem cores e sem movimento.
Aqui é possível notar que, o mundo da criança, instantaneamente, só pode ser dado pelo adulto. Assim é que, caso os tutores imediatos a deixem ao vento, sem o logos, (Palavra, discurso, mito, razão: fonte inesgotável e fixa do guia indeterminado do homem), certamente seremos vítimas do mau cujo símbolo defino como a "bengala do próximo", - o responsável, o tutor, os pais -, que, sem saber ou sem querer, muitas das vezes, deixam de dar o aprendizado dos valores sob o risco de ser atacado pelo outro pólo, a saber, da agressividade, fruto da insignificância causada pela solidão. Este fenômeno, pelo que se define, solitariamente, rodeia o outro como um animal, buscando quase sempre saciar-se, e, como não consegue, a partir da mistura dos sentidos que é gerada, cria outros sentimentos sem dar nome, e cobra dos responsáveis, os sentimentos que, posteriormente despejados, normalmente são catastróficos, e de outro modo habitualmente beiram a selvageria.
Sobremaneira, muitos não entendem esse fenômeno, mas, é preciso notar que a ação da criança precisa de alimentação, como uma garrafa que ora está vazia e ora está cheia, completa e perfeita para a finalidade da qual foi criada. E isto quer dizer que, ela, a criança precisa de experiência e memória, seja com a palavra ou seja com o mundo. Assim, antecipar ao choro de uma criança é o mesmo que antecipar a organização do seu mundo, pois, caso ela não consiga criar um mundo a partir dos seus próximos, provavelmente criará outro, o dela, gerado pela irritação e o inconformismo de estar ali, sem função, sem significância; "significativo: base segura do homem racional em sua história." Ademais, fábricas de irritados em movimento são confeccionadas, difícil de se compreender em muitos casos, em si, abstratos, subjetivos, do tipo que estão prontos a explodirem, decepcionadas com a aparente devoção ou sistematização do adulto, que por seu lado, também desmoronam, inertes, sem perceberem que suas máscaras são inúteis no desenvolvimento do conjunto criança-adulto e posteriormente, comunidade, sociedade.