Confusão

Como colocar no papel aquilo que sinto, mas não sei descrever. Sempre me encontro ou me perco, tentando escrever sob essas linhas vazias.

Em um belo ( ou melhor ,"tenebroso) dia, você acorda e percebe que a vida perdeu todo seu valor, e não tem sentido algum, que a dor não se encerra, que o doce tornou-se amargo, que suas células se agitam e suas extremidades gelam, que seus músculos tremem e seu desejo é sumir. O pior é que você sabe que deu valor demais á pessoas que não valem um terço do seu sofrimento.

É como a chuva que cai, traz recordações boas e ruins; mas isso não muda o que penso sobre ti.Sei que sou chata, inconveniente, e muitas vezes grossa( posso ter mil defeitos); mas você jamais conhecerá meu essencial.

E m meio ao desespero de um desabafo, as palavras fogem-me entro em pranto, quero sumir, gritar, chorar e sorrir; preciso ouvir palavras de força, conforto e melancolia, de uma abraço ou um simples aperto de mão; e sinceramente não sei o que fazer.

Instantes depois..., parece que a única opção era mergulhar num mundo de sonhos e fantasias, pois; não queria acordar e presenciar a triste realidade do fingimento ou de um recomeço frustrado. Onde não seria mais que uma "promessa" do futuro, mas promessas foram ditas para se cumprirem e essa foi dita e lacrada.

Realmente não creio que haja um homem( no momento) que me entenda, porquê quando eu mais precisei de um por perto ( o mais importante deles , virou-me as costas). É possível que se confundam com minha maneira de agir, pois sou intensa no que sinto; se amo( amo de verdade), mas se estou com raiva( é melhor nem encostar).

Ás vezes me recrimino por ser assim, tão sem solução; mas volto a pensar que eu não escolhi ser assim,aliás , nunca escolhemos nada; mesmo assim dizem que a vida é feita de escolhas. Se fosse você começaria escolhendo viver ou não, e é obvio que ninguém escolheria sofre.

Penso que não nasce para viver, apenas para sentir; o problema é que sinto incessantemente. Tenho sensações demais, tenho tudo, mas me falta alguém em que confie para compartilhar; presumo que meus amores são uma bagunça, ou melhor eu sou uma bagunça ambulante.

É como se ao passe de um silêncio, tivesse a impressão de ter ouvido um voz com sonoridade perfeita dizendo para seguir em frente. Mas como seguir se não há forças, se não existe sorrisos e se o brilho dos olhos ofuscou-se.

Laura Tolentino
Enviado por Laura Tolentino em 29/11/2015
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