Minha memória de vida II
Achei minha escola maravilhosa e me senti muito feliz, lá eu sentava numa carteira de dois lugares então ficava ao lado de outra aluna e assim arrumei a primeira amiguinha, o meu material era muito caprichado, mamãe comprou um caderno de brochura e encapou com muito carinho e o meu estojo foi feito pelo meu pai que era marceneiro, então ele fez um estojo diferente de tudo, muito colorido e com muitas divisões, as meninas da minha classe quando viram o estojo elas adoraram e perguntavam onde eu comprei, ai eu falei que tinha sido feito pelo meu pai e que era um trabalho muito bonito e assim fiquei muito feliz por ter um material diferenciado e ser alvo de comentários.
O tempo passou e quando deu sinal para irmos para casa , mamãe estava lá me esperando e ela percebeu que sai sorrindo e mamãe ficou muito feliz por eu ter conseguido ficar na escola até o final da aula.
Todos os dias não tive mais problema, tinha muitas amiguinhas e era muito estudiosa , meu caderno era muito caprichado e o primeiro ano foi feita minha alfabetização o meu livro era Caminho Suave, os meus cadernos de caligrafia, o de português e o de matemática que naquele tempo eu já era apaixonada por essa matéria.
Não tive problema passei para o segundo ano e era oura professora e isso me deixou muito triste porque a professora era muito brava e por isso me sentia muito retraída e não conseguia aprender, comecei a ter muito medo dela e minha notas e aprendizado caiu e cada vez menos e reprovei, fiquei muito triste mas meus pais nunca cobraram nada que essa reprovação foi uma experiencia.
Chegou o final do ano e fiquei triste por ter reprovado na escola , mas eu iria superar , passamos o Natal, felizes juntos a todos da família , sempre teve muita festa no final do ano , o Natal era mais contido, nós íamos a missa do galo e depois esperava o presente de Natal, almoçávamos todos juntos e cada criança saia na rua para mostrar o que havia ganhado do Papai Noel.
Quando era o final de ano no dia trinta e um de dezembro era o inicio das festividades , todos os familiares se reunião e não eram poucas pessoas, acima de cinquenta pessoas , tudo era feito na casa de minha avó então eles preparavam o ravióli tipo italiano, massa feita em casa, preparavam a carne para o churrasco e a bebida que não podia faltar , tudo isso era preparado um dia antes e quando começava a comilança e a chegar todos para a confraternização.
Três tios eram muito engraçados , eles se vestiam de mulherzinha e brincavam com todos nós crianças e era muito divertido, quando chegava meia noite soltavam muitos fogos e era muito lindo de se olhar e nós crianças já sabíamos que tinha que formar fila para receber um dinheirinho de cada tio, isso era fundamental para nossa família.
Então fazíamos a fila , mas meu tio Luizinho que morava na mesma casa dizia para mim , para você Isabel é depois eu já sabia que ele me daria um dinheiro diferente das outras primas, elas recebiam o equivalente a um real e eu recebia trinta vezes a mais, ele era o meu tio preferido, ele me amava muito e eu também.
Fiz novamente o segundo ano no grupo escolar e fiquei com a mesma professora do primeiro ano, professora Maria Antonieta e com isso me senti segura e também madura, e consegui superar meus erros passados e me firmei e consegui passar para o terceiro ano do ensino fundamental, mais consciente me dedicava cada vez mais , meus cadernos era só elogios , mamãe ficava muito orgulhosa e foi nessa época que minha avó, ficou doente, então minha mãe teve que sair do emprego e cuidar de sua mãe em tempo integral.
Quando chegou novembro minha tia Ana e meu tio Antonio, que eram meus padrinhos de batizado foram passar as férias em Itanhaém e isso era todos os anos eles iam viajar e me convidaram e como meus pais não podiam ir por ter que cuidar de meus avós então meus pais deixavam viajar com eles , nós ficávamos um mês inteiro e era muito divertido, saímos muito cedo para pegar o trem que ia direto para Itanhém , pegávamos na estação da luz , tinha dia e hora e não podíamos perder nós íamos mais ou menos umas dez pessoas era uma tarefa muito grande para poder segurar nós crianças que ficávamos muito eufóricos até pegar a Maria Fumaça.
Chegando dentro do trem era maravilhoso todos nós queríamos ficar na janelinha para ver os lugares lindos , animais soltos e muitas brincadeiras tudo isso era fascinante e não era perto , demorava umas cinco horas para chegar ao destino, mas para nós não importava, lá nós contávamos os tuneis que quando passava o trem ficava tudo escuro e nós gritávamos o mais alto que podíamos, a viagem era fantástica, a volta muito triste pois queríamos ficar mais , mas era impossível as festas iriam começar e para nossa família o Natal e o Ano Novo era imperdível.
Passou mais um ano e cheguei no quatro ano primário e esse ano fiquei muito triste pois perdi minha avó ,aquela pessoa que tanto amava,eu chorei tanto que todos perceberam que as outras netas não estavam tão sentidas como eu , eu senti uma dor muito grande no meu coração e isso durou muito tempo até acostumar eu levava a fotografia de minha avó para todo canto eu sempre queria lembrar dela vó Regina foi a primeira pessoa que tanto amei e que perdi, esse sentimento era demonstrado a todo momento em minha vida.
Esse ano eu me dedicava muito ao estudo , desejei muito passar de ano com boas notas , e já sabia que teria que fazer mais um ano , o quinto ano primário que era a preparação para a prova para entrar no ginásio que era muito disputado por vários alunos e eu tinha que me preparar.
Então entrei no quinto ano primário com a professora Júnia que eu nunca mais esqueci, professora delicada, amorosa e ativa, fizemos um quinto ano maravilhoso e consegui passar no tão sonhado "Instituto de Educação Anhanguera" eu já estava no primeiro ano do ginásio, estava felicíssima tinha entrado com boas notas e eu e a minha prima Zuleica frequentávamos a escola juntas e como a escola era na lapa o meu tio Douglas levávamos nós duas de manhã bem cedo até o colégio de carro e depois voltávamos de ônibus , ali fiz todo o ginásio.
Reflexão: A superação e conseguir estudar e passar de ano , a sentir a perda de sua avó, amadureceram a sua formação e a felicidade de entrar na escola que tanto almejava foi maravilhoso.