A verdade, uma flor e os três cães da vida
Minorias serão sempre minorias, unidas ou reunidas por interesses do grupo. Mas, juntas, seja em prol de políticas públicas relativas ao seu próprio grupo, seja em rede com outros grupos minoritários, serão sempre muito mais eficientes.
Consciência de que o outro poderia ser eu, de que a situação pode se inverter a qualquer momento, pode nos dar fôlego para defender causas alheias ou, mesmo, fortalecer nossa própria causa. Diz-se por aí que egoísmo é intrínseco ao ser humano e sua sede por sobrevivência, em alguma medida. Mas pode, também, ser motivo para isolamento e ataque a qualquer outra causa que não seja a sua própria.
O título desse texto me veio em sonho às 05:26h do dia 11.09.2015. Sem entender do que se tratava, guardei na tela do celular e fiquei pensando sobre, pesquisando e tentando encontrar na internet alguma frase ou texto que me esclarecesse o sentido, sem sucesso. Quase um mês depois, usei esta frase para finalizar um poema em homenagem a uma pessoa que eu admiro.
O fio da meada, aqui, é a luta por causas, sejam elas do albino, do sarará, quilombola, candomblecista, dos gêneros e transgêneros todos, dos sem gênero, dos portadores de tudo e de nada, enfim, das diferenças, da individualidade, que, como citado acima, poderia se fortalecer, à medida que cada um tomasse consciência de que ninguém está isolado nesta luta, ou, dizendo melhor, cada um poderia se fortalecer mais, caso olhasse para o lado e se sensibilizasse com a luta do outro.
Pelo contrário, quando se percebe alguém numa luta, ao invés de se juntar a ela, à luta ou à pessoa, fica-se especulando aonde aquela pessoa quer chegar, o que ela pretende, qual o verdadeiro motivo da labuta. Isso é compreensível, em tempos de tantas frentes de batalha que beneficiam, apenas, a um ou a uma, em detrimento do coletivo, do grupo. Afinal, a sociedade, o povo, é sempre o outro. Poucos conjugam no presente do indicativo. E poucos ainda incluem, de verdade, o outro.
A discriminação racial é horrenda, não menos que a sexual e de gênero, que a violência contra a mulher, povos indígenas, ciganos, pobres etc. A luta por conquistar espaço e respeito deve, por isso, ser permeada de mãos dadas com cada diversidade, cada dor alheia, cada constrangimento e cada sofrimento, sob pena de perder força e, ao contrário, gerar novos preconceitos, novas discriminações.
Piadas infames relativas a deficientes físicos, mentais, intelectuais; gracejos discriminatórios contra lésbicas, gays, travestis, transsexuais, transgêneros; citações preconceituosas sobre ciganos, povos indígenas, quilombolas, negros, pobres, sem terra e sem teto; discriminações de iletrados e analfabetos; nada disso tem graça, nem mesmo quando é feito no resguardo do lar, com poucas testemunhas. A afirmação de nenhum grupo minoritário deve ser feita usando outros grupos como cobaia, como motivo de riso, de discriminação. Isso é crime, é desrespeito, é assassinato.
Portanto, mãos dadas e abraços coletivos, fortalecem e ampliam o raio de ação de qualquer luta. A verdade nem sempre é unguento para a alma. Uma flor abre portas no coração. Ah, os três cães da vida? Descobri que existe, no Inferno de Dante, e eles guardam a saída do inferno. Quem entra, não sai. Não coloque ninguém lá...
Consciência de que o outro poderia ser eu, de que a situação pode se inverter a qualquer momento, pode nos dar fôlego para defender causas alheias ou, mesmo, fortalecer nossa própria causa. Diz-se por aí que egoísmo é intrínseco ao ser humano e sua sede por sobrevivência, em alguma medida. Mas pode, também, ser motivo para isolamento e ataque a qualquer outra causa que não seja a sua própria.
O título desse texto me veio em sonho às 05:26h do dia 11.09.2015. Sem entender do que se tratava, guardei na tela do celular e fiquei pensando sobre, pesquisando e tentando encontrar na internet alguma frase ou texto que me esclarecesse o sentido, sem sucesso. Quase um mês depois, usei esta frase para finalizar um poema em homenagem a uma pessoa que eu admiro.
O fio da meada, aqui, é a luta por causas, sejam elas do albino, do sarará, quilombola, candomblecista, dos gêneros e transgêneros todos, dos sem gênero, dos portadores de tudo e de nada, enfim, das diferenças, da individualidade, que, como citado acima, poderia se fortalecer, à medida que cada um tomasse consciência de que ninguém está isolado nesta luta, ou, dizendo melhor, cada um poderia se fortalecer mais, caso olhasse para o lado e se sensibilizasse com a luta do outro.
Pelo contrário, quando se percebe alguém numa luta, ao invés de se juntar a ela, à luta ou à pessoa, fica-se especulando aonde aquela pessoa quer chegar, o que ela pretende, qual o verdadeiro motivo da labuta. Isso é compreensível, em tempos de tantas frentes de batalha que beneficiam, apenas, a um ou a uma, em detrimento do coletivo, do grupo. Afinal, a sociedade, o povo, é sempre o outro. Poucos conjugam no presente do indicativo. E poucos ainda incluem, de verdade, o outro.
A discriminação racial é horrenda, não menos que a sexual e de gênero, que a violência contra a mulher, povos indígenas, ciganos, pobres etc. A luta por conquistar espaço e respeito deve, por isso, ser permeada de mãos dadas com cada diversidade, cada dor alheia, cada constrangimento e cada sofrimento, sob pena de perder força e, ao contrário, gerar novos preconceitos, novas discriminações.
Piadas infames relativas a deficientes físicos, mentais, intelectuais; gracejos discriminatórios contra lésbicas, gays, travestis, transsexuais, transgêneros; citações preconceituosas sobre ciganos, povos indígenas, quilombolas, negros, pobres, sem terra e sem teto; discriminações de iletrados e analfabetos; nada disso tem graça, nem mesmo quando é feito no resguardo do lar, com poucas testemunhas. A afirmação de nenhum grupo minoritário deve ser feita usando outros grupos como cobaia, como motivo de riso, de discriminação. Isso é crime, é desrespeito, é assassinato.
Portanto, mãos dadas e abraços coletivos, fortalecem e ampliam o raio de ação de qualquer luta. A verdade nem sempre é unguento para a alma. Uma flor abre portas no coração. Ah, os três cães da vida? Descobri que existe, no Inferno de Dante, e eles guardam a saída do inferno. Quem entra, não sai. Não coloque ninguém lá...