A VIDA
A vida!
A vida é a somatória de aventura e desventura que passamos durante nossa existência.
Quem não tem esta adição de causas e consequências, não viveu apenas sobreviveu.
Nossa idade é um diário cheio de acontecimentos que não se apagam, pois a memoria é as entoações que fizemos no caderno da vida. Nele ficam os erros e acertos, quer queiramos ou não, porque enquanto vivemos somos anotados, rabiscados, desenhados, incompreendidos, pela caligrafia da nossa personalidade.
Ninguém consegue ler nem alterar seu conteúdo, porque ele esta codificado em caracteres pessoal e sigiloso.
O que parece ser é o que queremos exibir sem mostrar o secreto e vergonhoso que possuímos. Nem um analista ou psiquiatra consegue desvendar o que codificamos, mas somente o que queiramos conta-lo de forma culposa, jocosa ou sarcástica. Somos o etéreo tipo do faz de conta.
Por isso viver é uma arte, cuja interpretação esta no admirador que depara com ela do que com a obra que traz em si o que ela é e não o que dela pensam. Quando a obra se desvenda, deixa de sê-la passando a ser composição de material, objeto descartável, sem valor, é a coisa.
Não podemos ser coisa, temos alma que transfigura o objeto em ser. Nossa inteligência revela nossa razão que questiona que pensa que sintetiza a antítese de nossa tese. Dialogamos, verbalizamos, individualizamos o pensamento personalizado. Sou o que sou e penso, digo e escrevo. Este é o viver do ser inteligente que socializa seu comportamento com a sua comunidade, mas que vive além da sua composição física, porque existe o imaterial que a matéria recebeu, usou fluiu, registrou, e ora devolve mais experiente do que recebeu, para ser aproveitado num devir superior.
José Francisco Ferraz Luz