Busca da liberdade
Bem como num sistema de computador, o pensamento não tem outras conexões além dos circuitos 0 e 1 (Entradas e Saídas). Dizemos que o que sai, no homem, são as ações, - deliberadas pelo pensamento e pelo raciocinio. Já o que entra, no sentido do que abastece essa razão, dizemos que ora é a pura natureza das coisas, que nos invade pelos sentidos, ora dizemos que é a mística, as linguagens, as ciências: físicas, matemáticas e biológicas. Sendo assim, a missão da humanidade é traçar uma linha fora do previsível e a partir disso, tender na busca da Liberdade.
Geralmente dizemos que, quando vamos para frente, - no sentido de futuro -, na observação dos fenômenos, percebemos uma rotina, como por exemplo o sol que "Nasce todos os dias". Desse modo, o que sentimos é o contrário, na verdade só o intelecto diz que existirá o futuro, então, como crença, acreditamos. Mas o que sentimos, do ponto de vista dos sentidos é o agora. Nada mais do que isso.
Mas a crença é do futuro? Sim. E é com ela que acreditamos que algo existirá. E o passado? Ora, com respeito ao que aconteceu, o que esse é senão vestígios das causas das coisas? De outro modo, é claro que podemos reduzi-lo a um acontecimento ou a um momento científico biológico, mas ainda seria insuficiente, pois, o que dizemos, objetivamente é que, tudo devem do passado, ou melhor dizendo: "tudo acontece com base em alguma coisa, nada é por acaso", - que na redundância -, tem base no que gerou, isto é, na causa". Segue-se com relação a essa questão a pergunta: Então, o que existe de novo? Essa é a questão que me parece inquietante na vida, pois, até mesmo esse texto, com esses códigos frenéticos sempre existiu em outra forma ou com configurações gramaticais diferentes.
Dito isso, pelo compromisso tortuoso que esse texto se encaminha, devo resolver logo e dizer o que pretendo. Ora, o que desejo problematizar não é o futuro simplesmente, - fonte de crenças diversas do agora -, mas o problema do agora olha para passado. E para além disso, o aquilo que passou no antes, move e é movido indefinidamente. Posso chamá-lo de causa. E é com base nisso que muitos dizem que a causa do fogo é uma mistura de compostos, dentre eles o oxigênio. Mas o que desejamos saber é: como no exemplo do fogo, o que o precedeu ou o precede? E mesmo que ele não esteja queimando no momento, o fogo parece que sempre existiu, assim como o pensamento. Desse modo, a dificuldade agora é, o que é causa do pensamento? Apenas corpos? E o que é causa do fogo? Apenas oxigênio? E se o fogo sempre existiu, será que o pensamento sempre existiu, independente do grau de atuação? Seja com oxigênio ou com corpos, qual é a lei do instante, ou como desejarem, qual é a lei eterna ou o elemento que compõe e é causa de todas as coisas?
Se notarmos as reflexões acima podemos pensar que: definir é finalizar. E finalizar é, - segundo tendência -, deixar algo incompleto na demonstração ou, não considerar a falta de algum elemento no fenômeno, haja vista que, o que se deseja definir é em si, e não exatamente como o outro observa. Assim, um homem não pode conhecer o outro, - ao menos totalmente -, e isso se deve ao fato de que, quem carrega o corpo da experiência é quem objetivamente o realiza, ciente de tudo que é. De modo que, o oxigênio apenas não pode ser causa da totalidade, quiçá do fogo; Análogo a isso podemos nos perguntar: Qual é a causa pela qual nos movemos e somos movidos? E se desejarmos responder essa pergunta com dizeres Divinos, o que desejamos? E mesmo que consigamos embasar com argumentos verificáveis, restaria a pergunta, e a vida, já está definida completamente, será que já esgotamos todo o conceito da existência, do universo, do verso, da linguagem?
Para além dessa ciência, o que define a atividade de ser? É certo que a dúvida é indefinida, assim como a certeza da totalidade é ingenua; Mas, desejando continuar: deve-se abandonar a si mesmo, - com a contemplação das coisas -, se é que isso é possível, ou, de outro modo, devemos nos cansar com a dúvida, tentar adivinhar o futuro e estabelecer regras gerais?