Participação da gestão militar nas escolas públicas
A participação da gestão militar nas escolas públicas do Brasil, tem sido alvo de imensas críticas e incitado ardorosos debates entre educadores, sociólogos, psicólogos e demais profissionais e estudiosos da área educacional e social do país. Em meio a tantos questionamentos e discussões em torno deste tema, é importante ressaltar que, a partir da análise do contexto da atual gestão educacional de nosso país e da situação da sociedade civil de modo geral, não se pode negar o valor e a contribuição positiva dos militares na educação. O preconceito é uma barreira para o pensamento reflexivo, pois impede a sociedade de pensar sobre os fatos e considerar que o sistema militar tem sim seus pontos positivos, no que tange a orientação para vida em sociedade e no resgate de valores como: respeito, disciplina e pensamento crítico, valores estes que se perderam em nossa sociedade e que os militares estão desenvolvendo nas escolas públicas, em parceira com as secretarias de educação. As crianças e os jovens de hoje, se encontram em extrema situação de desamparo, violência e sem referências de seus familiares. Diante deste cenário emergente, algumas secretarias de educação como a do estado de Goiás e do Amazonas buscaram na metodologia de ensino militar uma alternativa para tentar amenizar os danos biopsicossociais em nossas crianças e jovens, ao desenvolverem um trabalho no resgate da cidadania e dignidade dos mesmos.
A grande polêmica que alimenta a discurso deste tema, gira em torno das questões relacionadas a ditadura militar no Brasil e de seus resquícios. Destarte, muitos alegam que a participação dos militares na educação promove um retrocesso ao afetar a democracia nacional. Este argumento, faz parte de uma visão descontextualizada, pois a ditadura militar foi um acontecimento constituído em um outro momento histórico e teve sim suas máculas na nação, entretanto não tem ligação alguma com a atuação militar na educação para a vida. A atuação dos militares nas escolas é uma realidade que está em consonância com demandas sociais,portanto falar em retrocesso é misturar situações distintas sem considerar o contexto. Como diz o filósofo Leonardo Boff: "cada ponto de vista é a vista de um ponto", nesse sentido, os militares na educação tem sim um papel relevante, especialmente a do nosso país, que é constituída por um sistema caótico!Esta é a minha opinião, pensar em retrocesso, é puro estigma, é necessário perceber os fatos e o contexto. A sociedade civil, tem falhado no seu papel de agente de referência no processo de socialização das crianças e jovens de nosso país e os militares tem ajudado no resgate desses valores, e é sim um trabalho preventivo e plausível.
Eu estou concluindo a minha ênfase em psicologia social e sócio comunitária e percebo que os projetos sociais contribuem para o resgate social, mas não tem sido suficientes, sendo assim, os militares podem e devem continuar suas parceiras com as secretarias de educação, pois vejo que eles podem somar, nessa luta contra a violência e as situações de vulnerabilidade social de nosso povo.
Eu escutei de muitos psicólogos sociais e educacionais uma opinião contrária a minha, mas na minha visão, um psicólogo, educador e todos os profissionais envolvidos, devem analisar o contexto, antes de criticar.