Matilha, alcatéia e cáfila

Os coletivos, chegam em trinca. Soam bonito, e com eles a gente até brinca. Mas que sentido têm afinal, se hoje em dia, ninguém parece querer mais usá-los no linguajar corrente?

Bem, há exceção. Políticos gostam muito da grandiloqüência, e os coletivos, sempre corretivos, bem se prestam a essa (in)utilidade. Já pensou ouvir a matilha ladra e a cáfila passa? Os lobos ficam de fora por ora. Mas se de repente surgir uma boa idéia, a gente aí, no discursos, enfia a alcatéia.

Há umas cinco ou seis décadas saber bem decliná-los era um trunfo que, inexoravelmente, levava a um triunfo, leitor do coração, feito um passaporte para se passar no exame de admissão. Quando foi minha vez, não pintou coletivo algum, mas andei tropeçando no plural de qualquer e na grafia de bicicleta, mas ainda deu pra passar, com o susto, e a que custo...Mundo justo?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 17/06/2015
Código do texto: T5280421
Classificação de conteúdo: seguro