# Kalúnia 101 - Abril (in) Cultural põe 60 jornalistas na rua # Jornal O Globo é contra jornalistas formados #

- Um jornal de boatos confirmados -

O grupo Abril, que edita a revista Veja e Pato Donald entre outras, demitiu mais de trinta jornalistas e acabou com a Exame PME - Pequenas e Médias Empresas, a Capricho e vendeu a Placar para a Editora Caras. Isto depois de demitir outros trinta em maio.

“Os jornalistas não podem assistir passivamente a essa situação. Já vivemos uma realidade de enxugamento das redações, aumento da pressão cotidiana e dificuldades crescentes para realizar um bom trabalho jornalístico na Abril. Nessa maré terrível, o Sindicato dos Jornalistas tem se pautado pela defesa do emprego, dos direitos trabalhistas e do próprio jornalismo, atividade essencial na sociedade contemporânea”, reclama o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo - SJSP - em nota oficial.

Fim de revistas

Em vez de informar que a Exame PME deixará o mercado, a direção da Abril afirma que a marca será “incorporada” à Exame, que, segundo o anúncio, irá reforçar em seus trabalhos “a presença de negócios do segmento de pequenas e médias empresas, bem como empreendedorismo”. Voltada ao público juvenil feminino, a Capricho deixará de figurar em bancas de jornal para aparecer somente em plataformas online. O Guia Quatro Rodas completa o trio de publicações que terá a circulação descontinuada.

Sem falar em demissões ou detalhar o que de fato levou ao fim de três publicações, o presidente da Editora Abril, Alexandre Caldini, fala em ousadia(!) por parte da empresa. “Esse movimento é muito ousado e marcante para o futuro da Abril neste fascinante mundo da mídia, que não para de se transformar. A partir de agora, a Abril passa a estar em constante evolução em sua oferta de produtos, em seu modo de agir e pensar. É isso que nossos clientes e audiência exigem. E é isso que – com gente arrojada, inquieta e muito capaz – estamos fazendo” mal.

Nova divisão estrutural

Além do encerramento de revistas, demissões de jornalistas e transferências de títulos para a Editora Caras, a Abril anunciou sua nova divisão estrutural. A partir de agora, a empresa passa a atuar em três frentes: unidade de conteúdo, unidade de marketing e unidade de receitas. Em conteúdo, quatro núcleos terão operações, sendo Veja (sob comando de Eurípedes Alcântara), Exame (com André Lahoz), ‘Femininas’ (direção de Paula Mageste) e ‘Lifestyle’ (liderança de Alecsandra Zapparoli).

Boa Forma, Capricho.com, Casa Claudia, Claudia, Cosmopolitan, Elle, Estilo e M de Mulher são as marcas inseridas em ‘Femininas’. O setor de ‘Lifestyle’, por sua vez, abrange Brasil Post (mantido em parceria com o grupo internacional Huffington Post), Elástica, Guia do Estudante, Info.com, Men’s Health, Mundo Estranho, National Geographic, Playboy, Quatro Rodas, Saúde, Superinteressante, Veja São Paulo, Veja Rio, Viagem & Turismo, Vip e Women’s Health – além de ficar responsável por “quadrinhos”.

Interinamente, a chefia da divisão de conteúdo ficará com o acionista do grupo e presidente do conselho editorial da Abril, Victor Civita Neto. Marketing passará a ser dirigido por Tiago Afonso, que terá a missão de “gerenciar o portfólio de marcas e produtos e identificar tendências de mercado”. A parte de receitas ficará sob a responsabilidade de Rogério Gabriel Comprido, que assume o cargo de diretor comercial para controlar “todo o faturamento da editora”.

“Nossos valores não mudam (nunca tiveram), continuamos acreditando nos mesmos princípios (nenhum) que construíram nossa credibilidade, mas chegou a hora de mudar o modo de operar. Estamos adotando um novo posicionamento perante o mercado, com foco nas necessidades atuais dos anunciantes, que vêm exigindo mais agilidade e, sobretudo, flexibilidade de formatos e mídias para chegar a resultados mais eficientes de negócio”, afirma Alexandre Caldini.

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O Globo é contra jornalistas

- Em editorial do dia 5 de junho, o jornal carioca "O Globo" se posicionou contra o diploma de jornalista. Isto quando o Congresso está para votar o restabelecimento da necessidade do diploma no exercício da profissão - exigência derrubada pelo ministro do STF - Supremo Tribunal Federal - Gilmar Mendes.

Até a década de 70, diz o jornal, “a partir da qual o mercado de trabalho passou a ser reservado para diplomados em apenas um número limitado de disciplinas, as redações eram formadas por uma rica mistura de pessoas com as mais diversas especializações”.

O jornal só não diz que isto não parou de acontecer, apenas que os jornalistas diplomados perderam centenas de empregos para estas pessoas desde a decisão de Gilmar Mendes.

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Zulcy Borges - editor e jornalista diplomado
Enviado por Saskia Bitencourt em 11/06/2015
Reeditado em 11/06/2015
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