Alvo fácil
Alvo fácil
Ao longo da história as crianças sempre foram um alvo fácil para os publicitários, uma clientela irredutível no que concerne a aquisição do que lhes interessa. Fato que merece uma atenção maior por parte do nosso ordenamento.
O lado observador que toda criança possui é utilizado pelos publicitários de forma exaustiva, pois procuram de todas as formas possíveis despertar a atenção da criança e garantir a aquisição do produto ofertado. As propagandas estão cada vez mais cheias de verbos no imperativo, como por exemplo: leve, beba, compre, peça, ou seja, verbos que induzem ao consumo.
A publicidade infantil no pais tem se mostrado muito apelativa, a utilização de crianças aumentou e isso gera um impacto psicológico nas crianças que assistem e que tem como consequência o consumismo exagerado pelo público infantil. Assim a inexistência de dispositivos legais que regulamentem a publicidade infantil gera o problema e todos os abusos cometidos pela mídia, pois fazem as propagandas de forma abusiva e sem nenhum tipo de coerção pelos excessos na publicidade.
Não é menos verdade, porém, que qualquer forma de regulamentação efetuada de forma desproporcional irá de encontro a liberdade de imprensa e expressão que garante a Constituição Federal. Em razão disso, se faz necessário a criação de dispositivos legais que ao passo que regulamentem, possam garantir a liberdade de expressão, isso trará bons resultados a curto prazo.
A longo prazo, a formação dos publicitários deve ser efetuada de forma consciente, pautada no não incentivo ao consumismo, sem que seja censurado o poder de criação.
Elisérgio Nunes. Poeta e Acadêmico de Direito na Faculdade Santo Agostinho- FSA