# Kalúnia 95 - Jornalistas brasileiros afinal vão pro pau / Diploma da profissão está no Congresso
- Um jornal de boatos confirmados -
Finalmente um grupo de jornalistas brasileiros resolveu se organizar em defesa da profissão que vem sendo vilipendiada e explorada mais do que nunca neste país. Veja como eles estão se organizando depois da notícia abaixo sobre a nova tentativa de se revalidar o diploma na profissão.
Diploma de Jornalista-pec-206
- A Proposta de Emenda à Constituição 206/2012, mais conhecida como PEC do Diploma, que torna obrigatória a exigência da graduação do curso superior em comunicação social para o exercício da profissão de jornalista, está para entrar na pauta na Câmara dos Deputados desde terça-feira, 18 de março último.
Em apoio ao movimento da Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj - diversos profissionais estão fazendo campanha nas redes sociais pelo projeto.
De acordo com previsão divulgada pela Fenaj, a PEC do Diploma prosseguirá na pauta da Câmara dos Deputados esta semana. Aprovada em dois turnos no Senado, a matéria deverá ser aprovada também pela Câmara em dois turnos e afinal seguir para promulgação da presidente Dilma Rousseff.
Matéria Especial
Grupo promove movimento pela criação
de conselho profissional de jornalistas
O grupo de Jornalistas Pró-Conselho Profissional iniciou campanha para unir colegas da classe em torno da causa. Inicialmente, estão sendo divulgadas duas ações. A primeira promove o encontro de profissionais da categoria, enquanto a segunda visa a arrecadação de assinaturas em apoio ao movimento.
Para promover as ações e alcançar os colegas de profissão, o grupo utilizou diversos canais. Foram criados página no Facebook e blog com todas as informações sobre o movimento, destacando objetivos, agenda, história e fotos. Os organizadores também dispararam e-mails marketing e estão divulgando o link do site Change.org, espaço em que interessados podem assinar o manifesto em prol da criação do conselho nacional de jornalistas.
Enquanto a campanha acontece via web, o grupo promoverá em 28 de março o “Encontro de Jornalistas Pró-Conselho”. O evento será realizado na sede paulistana da Ordem dos Advogados do Brasil (Rua Maria Paula, 35, Centro – Auditório do 3º andar). Para participar, os interessados devem se inscrever pelo site do movimento : coletivo-jornalistas-pro-conselho
A reunião será pautada por discussões em torno do atual momento da profissão, formação, exigência de graduação ou especialização, regulamentação das atividades e organização do Movimento Jornalistas Pró-Conselho.
No evento, também será discutido calendário de ações a serem desenvolvidas em 2015, criação de coletivos locais, formato e critérios para a composição da coordenação do movimento, aprovação do “chamado à ação”, eleição da coordenação e decisão sobre a realização do Encontro dos Jornalistas Pró-Conselho em 2016.
Histórico do movimento
Desde 2013, um grupo de sete jornalistas vem discutindo duas linhas de pensamento sobre a necessidade dos integrantes da imprensa organizarem o seu conselho profissional. A primeira ideia defende um conselho do tipo autárquico (órgão regulador), enquanto a outra adota a concepção de uma organização como associação civil, com papel voltado a disseminar a prática do exercício ético da profissão.
Instituído como associação civil, o conselho não teria, por exemplo, a atribuição legal de incluir ou excluir pessoas da profissão. Assim, utilizaria outros instrumentos para definir os contornos e o perfil dos jornalistas atuantes.
Para debater as ideias, o grupo decidiu reunir mais colegas, a fim de ter massa crítica suficiente para que a resposta surgisse de entendimento mais amplo, envolvendo parcela significativa dos jornalistas. Então, foi lançado o site em dezembro de 2014, quando a jornada de ampla divulgação do projeto teve início.
As propostas iniciais para a criação do conselho nacional partiram dos jornalistas Antônio Graça, Bia Bansen, Costa Carregosa, Fred Ghedini, Jorge Reti, Milton Bellintani e Roberto José Esteves. Atualmente, o Colegiado Diretivo do Coletivo Jornalistas Pró-Conselho é composto por Bia Bansen, Camilla Rigi, Costa Carregosa, Dal Marcondes, Eugenio Monteiro de Araújo, Franklin Valverde, Fred Ghedini, Luciano Martins-Costa, Milton Bellintani e Wagner Belmonte.
Responsabilidades do Conselho Profissional
Afinal, o que faz um conselho profissional, independentemente da categoria? Segundo o site do Conselho Federal de Biblioteconomia, esse tipo de organização é responsável por fiscalizar o exercício da profissão, nas áreas de suas jurisdições, impedindo e punindo as infrações à legislação vigente.
A princípio, o grupo Jornalistas Pró-Conselho Profissional apresenta as seguintes propostas, visando a elaboração de um estatuto para reger a profissão no Brasil:
1–Fazer a defesa dos jornalistas no exercício da profissão, de forma complementar e não concorrente com o trabalho das organizações e instituições já existentes;
2–Debater permanentemente e divulgar, quando for o caso, apreciações sobre a conduta ética e o emprego das melhores práticas do jornalista, atuando nessa área com base nas seguintes premissas:
>>Os jornalistas devem aliar à busca pela liberdade no exercício da profissão o respeito e a responsabilidade com os assuntos e as pessoas e instituição envolvidas na notícia (adotamos o pensamento filosófico de Espinosa para quem ser livre implica assumir o conjunto dos nossos atos e saber responder por eles);
>>Um conselho profissional deve atuar como indutor da ética e das melhores práticas no exercício da profissão, manifestando-se sobre as falhas cometidas após a devida apuração e depois de garantido o direito à plena defesa, em conformidade com o que estabelece a legislação brasileira;
>>O jornalista só pode responder pelos erros que efetivamente cometer. Os veículos jornalísticos devem ser responsabilizados quando alterarem o trabalho do jornalista;
3–Contribuir para a melhoria da qualidade do ensino de Jornalismo no país;
4–Defender a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e os direitos fundamentais dos cidadãos definidos na Constituição cidadã de 1988.
A hora é agora
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