AQUILO QUE FALTA

Pensando sobre ebulição, saio pela tangente e sem pensar em argumentos ou desejos justificáveis, transito por entre o óbvio do repoetizar ideias e ideais.

Somo sim sombras diante das possibilidades das palavras, mas ela deixará de abarcar todo o sentido das coisas, pois nelas não cabe o inusitado e elas não se vestem de sutilidades suficientes para transparecer a dimensão das necessárias e deliciosas sensações de nossa vida.

O processo de ebulição, é talvez tentativa infame de nós mortais eclodirmos arte e permanecermos intactos: ledo engano mental quando enveredamos pelo pensar a arte. Nossa enfermidade maior reside na vã tentativa de deter o sublime no poder de nossas mãos, mentes e paixões...

... e seguimos em frente fragmentando o global e tirando partículas de todos e sentidos...

fragmentar o que?

fragmentar por que?

fragmentar para quê?

e o poeta segue liberto e liberando aquilo que não lhe pertence, pois nele reside o filtro vivencial que amplia ou cega seus olhos, mentes e textos...

Que bom nossa cegueira ser provida de lentes que nos torna sensíveis o suficiente para admitir o quanto aprendemos com o outro.

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 04/03/2015
Código do texto: T5157451
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