COMENTÁRIO SOBRE A PAZ

A paz sempre será uma busca constante do homem para consigo mesmo, vez que, a ebulição das insatisfações o enclausura nas injustiças, daí a paz ser a respiração que oxigena a vida através da justiça. Por diversos momentos, a paz consiste no que se vê no que se sente, no que se doa, e quando eterna é porque ela vive na alma.

Tenho como conceito de que a paz é a levitação que o espírito goza na contrição com a alma. Defino a paz que se vê, quando ela resiste ao absolutismo da crueldade, imperando a concórdia. Já, a paz que se sente, anda junto com os gestos de amor e da compreensão. Ela acontece quando ao invés de esperarmos a oferta de flores, temos a consciência de um jardim dentro de nós, porém a paz que se doa, emerge do oceano do íntimo com ondas energizadas de uma consciência fraterna de que somos unidade. Quão sublime é a paz! Ponto fixo no espírito de todo aquele que conhece a dimensão entre a criatura e o Criador. A paz é o único estado do espírito que consegue sobrevoar e a tudo vê sem obstáculos. Se me refiro a paz como equilíbrio, afirmo que ela é a ponte que une o bem na conciliação das partes. Uma linha de suporte nas acrobacias do vai e vem das indecisões.

A alma por ser condutora dos sentimentos, da percepção, torna-se responsável em difundir a paz haja vista, se esta estiver limpa, porque a paz é um estado de purificação. Não há lugar para impurezas, essas encontradas em grande quantidade no perfil humano. A paz habita no mais profundo do ser, onde está o lençol de límpidas águas que flui da nascente do coração de Deus. Ela quando a tinge a esfera da alma, deixa de ser momentânea para viver por todo o tempo em todos os tempos.

Encerro dizendo que a paz é o fruto do amor servido na sala de um coração anfitrião de seu irmão.

JairMartins

Buriti, 20/10/2005 – 01h38