Sublime Amor
O amor é uma tenra planta, e precisa ser cultivada e nutrida, e terão de ser arrancadas todas as raízes de amargura que lhe estão em volta, de modo que ela tenha espaço para circular; e então ela atrairá para junto de sua influência todas as faculdades da mente, todo o coração, de modo que amaremos supremamente a Deus, e a nosso próximo como a nós mesmos.
Não consiste em sentimentos, mas na transformação do coração inteiro, da alma e do caráter, que é morto ao próprio eu e vivo para Deus. Ele requer: dar-nos a nós mesmos a Ele para sermos usados segundo Sua vontade. Antes de chegarmos a esse ponto de entrega não seremos felizes, úteis ou bem-sucedidos onde quer que seja.
Este amor não é um impulso, mas um princípio divino, um poder permanente. A excelência e valor do amor puro, consiste em sua eficácia de fazer o bem, e não fazer nada mais senão o bem. O que quer que seja feito por puro amor, por pequeno e desprezível que seja à vista dos homens, é totalmente frutífero; pois Deus considera mais o amor com que se trabalhe, do que a quantidade que se produz.
O amor vem de Deus. Não nos é mandado fazer a nós mesmos o que desejamos que outros nos façam; nós é que devemos fazer aos outros o que desejamos que nos façam sob circunstâncias semelhantes. Se esse amor, de origem divina, é princípio permanente no coração, far-se-á conhecido, não somente aos que consideramos os mais queridos no relacionamento sagrado, mas a todos aqueles com quem entramos em contato.
O perfeito cristão encontra seus motivos de ação num profundo e sincero amor por seu Mestre. Das raízes de sua afeição para com Cristo, brota um abnegado interesse em seus irmãos. O amor comunica ao seu possuidor, graça, critério e modéstia na conduta. Ilumina o semblante e rege a voz; afina e eleva o ser inteiro.
Esse amor não é adquirido meramente para incluir “eu e meu”, mas é amplo como o mundo e alto como o céu, e está em harmonia com aquele dos obreiros angélicos. O amor não pode viver sem ação, e cada ato o aumenta, fortalece e amplia. O amor alcança a vitória quando são impotentes o argumento e a autoridade. O amor opera, não por amor do lucro ou recompensa; entretanto Deus proveu que grande ganho seja o resultado certo de todo trabalho de amor.
Quando os homens se ligam entre si, não pela força do interesse pessoal, mas pelo amor, mostram a operação de uma influência que é superior a toda influência humana. Mostra que há na natureza divina poder para deter os sobrenaturais agentes do mal, e que a graça de Deus subjuga o egoísmo inerente ao coração natural.