Intacto - Capitulo 3
A chuva fazia parte do clima em meu quarto, o vento soprava forte e podia ouvir os galhos de uma árvore de fora batendo em minha janela, aquele som perturbador. Estava deitado em minha cama, havia dormido por algumas horas e tive um sonho meio atordoante, minha mãe falara comigo sobre muitas coisas, coisas que eu quero acreditar que fossem mentira. "Por que está de noite?" pensava comigo mesmo.
Tinha que ir para a minha escola, estava prestes a acabar o ensino médio, estava ansioso para o termino de tal ano, assim poderei fazer logo a faculdade e ter um bom emprego, possuir uma linda esposa e ter uma família, ou pelo menos é o que todos pensam, e eu sou uma pessoa normal, assim como qualquer um. Tenho apenas Dezesseis anos, terminarei cedo a escola.
Muitas coisas vieram a minha mente e fiquei refletindo na cama por alguns segundos enquanto acordava aos poucos, pesava no meu futuro e no que minha mãe falara comigo em meu sonho, ou pelo menos eu achava que era, teria que subir as escadas para confirmar, porém, estava com medo que fosse verdade.
Levantei da cama, liguei a luz do meu quarto e me arrumei, coloquei uma camiseta simples para ficar em casa. Desci as escadas a procura da verdade, meus pais não estavam em casa, eu estava sozinho. Pensei no que minha mãe falara sobre a escola. "E se fosse verdade?". Indaguei pensando alto, decidi ir em minha escola para saber.
Eram 19:00 horas da noite, minha escola é de manhã mas existe turno de noite lá, então ela deve estar aberta a essa hora. Sai de casa e tranquei a porta, segui rumo a escola pegando um ônibus, levava cerca de 30 minutos para chegar até lá. Passei o tempo observando as pessoas que ficavam ao meu redor, olhavam e encaravam-me de um jeito muito estranho que me deixava com medo.
Saí do ônibus felizmente, faltava um pouco ainda pra chegar até lá, então comecei a andar. O tempo estava muito escuro, as luzes da rua estavam todas apagadas, não entendi o porquê, só sei que dava mais medo ainda, afinal as casas ao redor da rua estavam fechadas e não ouvia nenhum sinal de alguém, parecia deserto.
Cheguei na escola finalmente, esbocei um rosto atordoado, não acreditava no que meus olhos viam, queria que não estivesse ali naquele momento. Encontrei uma pessoa morta no chão, era o porteiro da escola, o sangue jorrava em cima do individuo, parecia algum ser sem coração que havia o matado, aquilo me deixou mais assustando ainda e queria voltar, já estava ali então deveria seguir em frente.
Abri o portão que já estava aberto, simplesmente empurrei, estava todo tremulo e não sabia para onde ir, estava desorientado e meu corpo não estava me obedecendo, todos a minha volta estavam simplesmente mortos, parecia que todos foram mortos pela mesma maneira. O sangue emanava por todo o local da escola, da saída até o corredor.
Meus olhos estavam espantados no que viam, queria que fosse um pesadelo mas sabia que era real, não conseguia piscar, queria fugir dali mas minhas pernas estavam paradas, não se moviam. Uma silhueta simplesmente apareceu, não sabia dizer se era homem ou mulher, só dava para ver que havia cabelo longos, estava vindo em minha direção, não sabia o que fazer, parecia algum tipo de espada em sua mão direita.
Meu coração parecia acelerar a cada passe em que essa pessoa dava, sentia de alguma forma que essa pessoa fosse o assino(a), queria me vingar de todos mas sabia que não podia fazer nada, estava há uns 80 metros de mim, fazia questão de chegar lentamente.
- Você foi avisado! Indagou a silhueta que se encontrava na minha frente.
Tal silhueta movimentou seu braço direito, deu pra ouvir a espada afiada chegando cada vez mais perto de minha direção, por mais que tentava no desespero meus pés continuavam lá, me desobedecendo. "E agora, será que vou morrer?" Pensei!