STA. Parte V - A PASSAGEM DA MORTE

A Morte então veio

Dançante como as chamas que ali queimavam

E seu sorriso foi capaz de derrubar

Uma centena de condenados que a olhavam

Dava para sentir sua presença, sua ira!

“Então estes são os condenados,

Que cantaram minha presença

E esperaram minha chegada”

Sua voz de tão rouca arranhava os ouvidos.

Ninguém ousou pensar em falar

Mas pouco se importou com a falta de resposta

Seguiu direto ao Grande Chefe

Que se divertia com os gritos

de alguém que queimava em sua chama.

“Imagino que este foi o líder da Canção” disse Ela

“Adoro quando eles dizem as mentiras proibidas”

Ela apenas sorriu de volta.

E os dois caminharam juntos

Em silêncio

Até ficarem completamente sozinhos

“Já que fui tirada de minha rotina,

Diga-me o que aconteceu

com os Deuses de cima?

Por que desistiram de suas luzes?

Por que se fecharam na Sala de Juízo?”

O Diabo limitou-se a sua gargalhada,

“Dizem que o Amor pecou por inocência

E à morte foi condenado.

Nada mais disseram.

Nem o tempo se atreveu a ajudá-lo”

“Mas como pôde ser morto,

Se nem sequer passou por mim?

Há de ter outra versão,

Preciso falar com os Juízes,

Se é que também não perderam seus juízos.”

“Eu terei de ficar aqui, irmãzinha.

A Canção foi cantada.

Eles estão prontos para me receber.

Agora está bem próximo

Da hora de me impor a estes Juízes”

“Faça o que quiseres, criança.

Brinque a vontade.

Faça seu querido apocalipse.

Mas se chegar a morrer,

Será todinho meu”

Com um pequeno beijo no rosto

A morte continuou seu caminho

Agora em seu maldito cavalo.

E Belzebu com a bochecha necrosada pelo beijo

Voltou saltitando para seus novos criados.