TRAIÇAO
“Tive os sonhos e as roupas rasgadas
Em minha saída”
(Roberto Carlos)
A traição é algo deveras dolorido porque sempre vem de alguém que sempre amamos e que jamais trairemos.
E todo traidor a si mesmo se enforca, porque, de súbito, a dor que nos foi imposta por ele nos arrasa como uma chuva na favela, como uma enchente em casas ribeirinhas –-leva tudo, lembranças boas e más já nas aguas sujas e assassinas que nos surpreendeu!
Como um alagado queremos voltar atrás, rever nosso antigo refugio, mas a razão nos grita alto que, para nossa segurança, não devemos voltar!
E lá vamos nós para os albergues da vida, às vezes somente com a roupa do corpo, com aquela dor terrível da aceitação zagalica, tendo que engolir aquilo, tendo que ser humildes a força!
E é melhor ser ateu por vontade do que ser cristão no grito; assim saímos do inferno do amor que nos feriu, da amizade que virou cinzas--- como judeus errantes libertos do campo de concentração nazista, mas ainda sem saber como se vive essa liberdade tão milagrosamente recebida.
Grandes amigos tentam nos ajudar nos explicando o ocorrido, mas para nós é tudo em vão. Como pode se explicar que justo naquela hora , quando tudo parecia tão belo e o sol tão claro, o céu se abriu numa rajada de nuvens negras e nos enchentou sem defesa?
Fomos feridos pela mão de Deus, é assim que nos sentimos, e a dor é mais dolorida porque tentamos amar, como nos diz os evangelhos, e foi na barca do amor mais desinteressado que fomos pegos de surpresa pelo vagalhão que atravessou sete oceanos apenas para nos acertar!
Mas o certo é que a pessoa que nos traiu já jogou as moedas ao chão e já prepara sua corda; a dificuldade é apenas achar uma boa árvore onde possa se enforcar em paz! Mas quem procura acha.
E aos poucos vamos nós reintegrando a sociedade dos pensamentos normais. Diferente de antes agora buscamos um porto seguro em nós mesmos, e com o passar do tempo nem um pó de memoria sobrara daquela traição!
Nicodemus Silva
19/11/14
“Tive os sonhos e as roupas rasgadas
Em minha saída”
(Roberto Carlos)
A traição é algo deveras dolorido porque sempre vem de alguém que sempre amamos e que jamais trairemos.
E todo traidor a si mesmo se enforca, porque, de súbito, a dor que nos foi imposta por ele nos arrasa como uma chuva na favela, como uma enchente em casas ribeirinhas –-leva tudo, lembranças boas e más já nas aguas sujas e assassinas que nos surpreendeu!
Como um alagado queremos voltar atrás, rever nosso antigo refugio, mas a razão nos grita alto que, para nossa segurança, não devemos voltar!
E lá vamos nós para os albergues da vida, às vezes somente com a roupa do corpo, com aquela dor terrível da aceitação zagalica, tendo que engolir aquilo, tendo que ser humildes a força!
E é melhor ser ateu por vontade do que ser cristão no grito; assim saímos do inferno do amor que nos feriu, da amizade que virou cinzas--- como judeus errantes libertos do campo de concentração nazista, mas ainda sem saber como se vive essa liberdade tão milagrosamente recebida.
Grandes amigos tentam nos ajudar nos explicando o ocorrido, mas para nós é tudo em vão. Como pode se explicar que justo naquela hora , quando tudo parecia tão belo e o sol tão claro, o céu se abriu numa rajada de nuvens negras e nos enchentou sem defesa?
Fomos feridos pela mão de Deus, é assim que nos sentimos, e a dor é mais dolorida porque tentamos amar, como nos diz os evangelhos, e foi na barca do amor mais desinteressado que fomos pegos de surpresa pelo vagalhão que atravessou sete oceanos apenas para nos acertar!
Mas o certo é que a pessoa que nos traiu já jogou as moedas ao chão e já prepara sua corda; a dificuldade é apenas achar uma boa árvore onde possa se enforcar em paz! Mas quem procura acha.
E aos poucos vamos nós reintegrando a sociedade dos pensamentos normais. Diferente de antes agora buscamos um porto seguro em nós mesmos, e com o passar do tempo nem um pó de memoria sobrara daquela traição!
Nicodemus Silva
19/11/14