Informática Educacional
Informática educacional: uma exigência da construção do conhecimento no mundo atual.
O desejo de mudança não surge, é natural do ser humano. A insatisfação com a realidade presente, a construção do conhecimento, a busca da perfeição parecem estar disfarçadas em necessidades de mudança, estimulando a criação e o aperfeiçoamento humano.
O homem sobrevivia somente com seu corpo em contato com natureza, mas o considerou insuficiente para suprir suas “necessidades” e começou a criar as primeiras ferramentas, inventou a roda, descobriu o fogo. Desde então, o mundo nunca mais foi o mesmo, pois invenções e descobertas afetam o lado social e cultural dos homens. Da invenção da roda à montagem do computador, culturas e hábitos novos se constroem e vêm se sobrepondo e se substituindo com certa naturalidade, porém acompanhados de uma certa dose de receio às transformações.
Transformar implica reeducar. Reeducar pode significar “preparar-se para a convivência com o novo”. A tecnologia hoje parece acelerar essa necessidade de reeducação; mais especificamente, a informática. De acordo com FRÓES “Os recursos atuais da tecnologia, os novos meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e, portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve, forma esta que se associa, ora como causa, ora como conseqüência, a um pensar diferente.”
As escolas fazem parte deste mundo tecnológico, informatizado, moderno; no entanto parece haver uma certa resistência por parte dos organizadores das instituições de ensino. Talvez pela insegurança ou pouco domínio do conhecimento na área, pois incluir informática no currículo escolar ou montar um laboratório na escola somente para encaixar-se na modernidade não faria sentido. Seria necessário preparar os professores, orientá-los para a utilização do computador como uma ferramenta de apoio aos conteúdos de suas disciplinas, interagindo com os conteúdos das demais na construção do conhecimento; para que, simultaneamente, os alunos tivessem oportunidade de uma preparação para uma sociedade informatizada sem a fragmentação do conhecimento no processo da aprendizagem. Nessa linha de pensamento, convém citar LEVY (1994) que afirma: " novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das comunicações e da Informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação e aprendizagem são capturados por uma Informática cada vez mais avançada.”
Considerando que o conhecimento, segundo Franz (2007) pode ser construído a partir das relações e experiências do indivíduo com o ambiente e informações coletivos no qual está inserido, parece surgir um a necessidade de um novo padrão educacional onde é primordial o acompanhamento do desenvolvimento tecnológico.
A integração do computador ao processo educacional é uma exigência do mundo atual. Refletir essa posição implica rever as relações da escola com a sociedade, incluir a informática no projeto político pedagógico na escola e acima de tudo pensar a escola como ponto de partida nas transformações políticas, culturais, sociais e tecnológicas para o mundo moderno.
Evelise Nascimento1 : professora-cursista do Núcleo de Tecnologia Educacional/ Seduc - Ministrado pelo Professor Mario Tomás - Belém - Pará 2007.
Referências:
LÉVY, Pierre.- As Tecnologias da Inteligência. Editora 34, Nova Fronteira, RJ, 1994.
Franz Kreuther Pereira. Apostila do curso de formação de professores em informática educacional – Belém/PA. 2007.
FRÓES,Jorge R. M.Educação e Informática: A Relação Homem/Máquina e a Questão da Cognição-http//www.proinfo.gov.br/biblioteca/textos/
txtie4doc.pdf