A INFELICIDADE DOS FELIZES
“É preciso ter um caos dentro de si, para dar luz a uma estrela cintilante”.
(Nietzsche)
Todas as religiões falam da felicidade, os evangélicos mais fanáticos dizem que são felizes, são santos por estarem em Cristo Jesus (Õ gloria!!),mas a observação cuidadosa nos mostra que é impossível ser feliz nesse mundo de dualidades.
Existem aquelas depressões chamadas sazonais, as que se dão no inverno e a ciência financeira prova que as pessoas são mais generosas em dias de sol (ver o livro Subliminar); tudo aqui é dual, dia e noite, verão, inverno e primavera mais outono ( não necessariamente nessa ordem).
O corpo da mulher é lunar e ela vive as quatros estações em um só mês, e tem orgasmos mais ou menos fortes de acordo com as fases desse astro ( ver Marte e Vênus No Quarto).
Mas há pessoas felizes? Dizem que os devotos da religião Hare-Krisna o são, mas quando vamos ali visitar um desses restaurantes que eles têm espalhados no Brasil, o que vemos é pessoas sem brilho, desprovidas de talento, verdadeiros autômatos, a repetir mantras e , ate no ato de proferir uma palestra , imitar o seu guru ; parecem essas bandas de forró estilizado que quando toca no radio, você não sabe discernir uma da outra!
De fato é preciso ser medíocre demais para ser feliz: veja essas pessoas sem brilho, sem talento, acomodadas, sem gosto pelo novo, engessadas em velhas ideias. São essas as pessoas felizes desse mundo!
Mas os gênios são infelizes, sempre querem mais , têm talento e sabem que tem , querem melhorar a cada passo, são insaciáveis e o mundo não lhes basta porque desejam devorar galáxias, querem beber oceanos!
Cedo saiu Mozart da companhia do pai para os píncaros da gloria, Schopenhauer não tinha o amor da mãe, Buda fugiu de casa e se tornou um buscador de si próprio Platão andou meio mundo atrás de conhecimento para compor sua Republica... Os gênios são infelizes!
Longe de mim essa gentalha feliz, de dentes abertos, a festejar a compra de um carro, a nova roupa, o baile de ontem à noite: quero lobos solitários, onde estão os insaciáveis ? Porque somente os famintos serão de fato saciados!
Cadê os que têm sede?
Os infelizes são poetas, cantores, prosadores de valor; se Dante tivesse sido correspondido no seu amor por Beatriz a humanidade jamais teria ganhado a Divina Comédia. Pense num Caetano Velloso o tempo todo gozando de uma falsa liberdade e jamais teria ouvido sua canção Terra, que começa com as singelas palavras:
“Quando eu me encontrava preso
Na sela de uma cadeia
Foi pela primeira que vi
Essas tais fotografias”
Quero perto de mim os rebeldes, as ovelhas perdidas do aprisco, as águias solitárias, as desgarradas, as estranhas, as esquisitas. As pessoas não terrestres, as que vieram aqui como voluntários, as que sentem saudades de casa!
Longe de mim essa ralé adestrada pela Rede Globo de Televisão, longe de mim essa ralé a fingir festas surpresas para a aniversariante que já esta esperando pela tal surpresa, que está esperando o carnaval chegar pra todo mundo fugir, viajar quilômetros e mais quilômetros para ficar perto daqueles que fingem está fugindo, porque no fundo teme a solidão dos dias vindouros!
Prefiro isso: as ideias arrojadas nos espaços pequenos, as incertezas que fazem a vida ser imprevista e bela, as formosuras que surgem de repente, as depressões que abrem o caminho para uma nova estória, as encruzilhadas do destino, as noites escuras da alma que me permitem alcançar novos arroubos de poesia, compor novas canções, e prefiro perto de mim pessoas loucas e inadaptadas, mas lindas e criativas, prefiro tudo isso a inercia dos sem – talento, dos que só copiam, dos que se enforcam no rebanho atrás de uma salvação de sei lá o que. Prefiro gente assim a viver da infelicidade dos
felizes.
Autor:: Arimatéia de Ramos ( Jesuíta da Confraria do Espaço)
Canalizador: Nicodemus Silva.
13/01/2014
“É preciso ter um caos dentro de si, para dar luz a uma estrela cintilante”.
(Nietzsche)
Todas as religiões falam da felicidade, os evangélicos mais fanáticos dizem que são felizes, são santos por estarem em Cristo Jesus (Õ gloria!!),mas a observação cuidadosa nos mostra que é impossível ser feliz nesse mundo de dualidades.
Existem aquelas depressões chamadas sazonais, as que se dão no inverno e a ciência financeira prova que as pessoas são mais generosas em dias de sol (ver o livro Subliminar); tudo aqui é dual, dia e noite, verão, inverno e primavera mais outono ( não necessariamente nessa ordem).
O corpo da mulher é lunar e ela vive as quatros estações em um só mês, e tem orgasmos mais ou menos fortes de acordo com as fases desse astro ( ver Marte e Vênus No Quarto).
Mas há pessoas felizes? Dizem que os devotos da religião Hare-Krisna o são, mas quando vamos ali visitar um desses restaurantes que eles têm espalhados no Brasil, o que vemos é pessoas sem brilho, desprovidas de talento, verdadeiros autômatos, a repetir mantras e , ate no ato de proferir uma palestra , imitar o seu guru ; parecem essas bandas de forró estilizado que quando toca no radio, você não sabe discernir uma da outra!
De fato é preciso ser medíocre demais para ser feliz: veja essas pessoas sem brilho, sem talento, acomodadas, sem gosto pelo novo, engessadas em velhas ideias. São essas as pessoas felizes desse mundo!
Mas os gênios são infelizes, sempre querem mais , têm talento e sabem que tem , querem melhorar a cada passo, são insaciáveis e o mundo não lhes basta porque desejam devorar galáxias, querem beber oceanos!
Cedo saiu Mozart da companhia do pai para os píncaros da gloria, Schopenhauer não tinha o amor da mãe, Buda fugiu de casa e se tornou um buscador de si próprio Platão andou meio mundo atrás de conhecimento para compor sua Republica... Os gênios são infelizes!
Longe de mim essa gentalha feliz, de dentes abertos, a festejar a compra de um carro, a nova roupa, o baile de ontem à noite: quero lobos solitários, onde estão os insaciáveis ? Porque somente os famintos serão de fato saciados!
Cadê os que têm sede?
Os infelizes são poetas, cantores, prosadores de valor; se Dante tivesse sido correspondido no seu amor por Beatriz a humanidade jamais teria ganhado a Divina Comédia. Pense num Caetano Velloso o tempo todo gozando de uma falsa liberdade e jamais teria ouvido sua canção Terra, que começa com as singelas palavras:
“Quando eu me encontrava preso
Na sela de uma cadeia
Foi pela primeira que vi
Essas tais fotografias”
Quero perto de mim os rebeldes, as ovelhas perdidas do aprisco, as águias solitárias, as desgarradas, as estranhas, as esquisitas. As pessoas não terrestres, as que vieram aqui como voluntários, as que sentem saudades de casa!
Longe de mim essa ralé adestrada pela Rede Globo de Televisão, longe de mim essa ralé a fingir festas surpresas para a aniversariante que já esta esperando pela tal surpresa, que está esperando o carnaval chegar pra todo mundo fugir, viajar quilômetros e mais quilômetros para ficar perto daqueles que fingem está fugindo, porque no fundo teme a solidão dos dias vindouros!
Prefiro isso: as ideias arrojadas nos espaços pequenos, as incertezas que fazem a vida ser imprevista e bela, as formosuras que surgem de repente, as depressões que abrem o caminho para uma nova estória, as encruzilhadas do destino, as noites escuras da alma que me permitem alcançar novos arroubos de poesia, compor novas canções, e prefiro perto de mim pessoas loucas e inadaptadas, mas lindas e criativas, prefiro tudo isso a inercia dos sem – talento, dos que só copiam, dos que se enforcam no rebanho atrás de uma salvação de sei lá o que. Prefiro gente assim a viver da infelicidade dos
felizes.
Autor:: Arimatéia de Ramos ( Jesuíta da Confraria do Espaço)
Canalizador: Nicodemus Silva.
13/01/2014