Amor eterno: que seja eterno enquanto dure!-os dois sentidos principais dessa declaração e sua influência no fracasso do matrimônio

"Amor eterno: que seja eterno enquanto dure!-os dois principais sentidos dessa declaração e sua influência no fracasso do matrimônio."

Ao longo dos anos, percebe-se que o número é crescente em se tratando de divórcios e, consequentemente, constata-se a redução do valor do matrimônio. Mas, supondo-se que, não seja problemas emocionais, o que, do ponto de vista sentimental, poderia interferir nesse relacionamento?

Descartadas as demais hipóteses, o maior, se não o único fator que interfere nesse ponto de vista, é a questão de como o casal (cada um por si mesmo) absorve o sentido dessa frase, ou seja, o que significa amor eterno? A resposta para essa pergunta também é um "caminho de mão dupla". Se fôssemos supor no sentido físico, ou mesmo material, amor eterno representaria o equilíbrio entre eternidade e intensidade, ou seja, seria um amor forte, estável e "eterno". Em termos atuais, isso representaria, do ponto de vista temporal, em torno de 20 ou 30 anos de matrimônio, mas por que?

Porque, dadas as facilidades de se adquirir o divórcio, o amor já consumado pelo matrimônio é uma relação de interesses. Em termos práticos, isso significa a aplicação de "ementas" como: comunhão parcial de bens, total de bens ou a inexistência de tal comunhão! Nesse caso, percebe-se o prevalecimento do amor eterno enquanto intensidade, uma vez que, resultado de uma paixão intensa que, no momento, parecia interminável, houve excesso de fatores que trouxeram o desgaste e, amor que não é saudável, não dura, sendo assim, é o significado que predomina na sociedade atual. Obviamente, no sentido religioso e tradicional, o significado era outro, amor eterno era para a vida inteira, independente do desgaste, pois, predominava o equilíbrio entre as duas forças físicas citadas no início.

Dessa maneira, à medida que o tempo passa, o mundo cada vez mais corrompido por valores materiais, o sentido de amor eterno será resumido em paixões intensas, trazendo, por consequência, o fim do casamento tal como foi concebido e, que por muitos séculos, foi o significado predominante na humanidade, uma relação de equilíbrio entre eternidade e intensidade.

Marcel F. Lopes - Bacharel em História pela UTP(Universidade Tuiuti do Paraná)