VOTO DE CABRESTO.
EM TROCA DE "FAVORES", OS CORONÉIS EXIGIAM QUE AS PES-
SOAS VOTASSEM NOS CANDIDATOS INDICADOS POR ELES. QUEM
SE NEGASSE A VOTAR EM TAIS CANDIDATOS, FICAVA SUJEITO À
VIOLÊNCIA DOS JAGUNÇOS OU CAPANGAS QUE TRABALHAVAM NAS
FAZENDAS E ERAM "OS HOMENS DE CONFIANÇA" DOS CORONÉIS.
ESSES JAGUNÇOS FORMAVAM GRUPOS ARMADOS QUE PERSEGUI-
AM "OS INIMIGOS" DO CORONEL. CUMPRINDO ORDENS DOS FA-
ZENDEIROS (OS CORONÉIS,COMO ERAM CHAMADOS),OS JAGUN-
ÇOS PROCURAVAM CONTROLAR O VOTO DE CADA ELEITOR,POIS
NAQUELA ÉPOCA O VOTO ERA "EM ABERTO" E NÃO SECRETO,ISTO
É, O ELEITOR TINHA QUE DECLARAR PUBLICAMENTE EM QUEM ES-
TAVA VOTANDO.ESSE "VOTO EM ABERTO",DADO SOB PRESSÃO
FICOU CONHECIDO COMO "VOTO DE CABRESTO",EXPRESSÃO PO-
PULAR QUE SIGNIFICA VOTO OBRIGADO,IMPOSTO PELOS CORO-
NÉIS,CONTRA A VONTADE DO ELEITOR.
ALÉM DO VOTO DE CABRESTO,ERA COMUM A PRÁTICA DE FRAU-
DES PARA QUE SE GARANTISSE A VITÓRIA NAS ELEIÇÕES. DOCU-
MENTOS ERAM FALSIFICADOS PARA QUE MENORES E ANALFABE-
TOS PUDESSEM VOTAR E ATÉ PESSOAS QUE JÁ HAVIAM MORRI-
DO ERAM INSCRITAS COMO ELEITORAS,URNAS ERAM VIOLADAS
E VOTOS ADULTERADOS. MUITAS FRAUDES ERAM FEITAS TAM-
BÉM NA CONTAGEM DOS VOTOS.
ERAM PÉSSIMAS AS CONDIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO DAS
POPULAÇÕES DO CAMPO.
TROCA DE FAVORES- MÁRIO PALMÉRIO TRADUZIU MUITO BEM EM
UM TEXTO DE FICÇÃO LITERÁRIA,AS PRÁTICAS DOS CORONÉIS
EM RELAÇÃO AOS ELEITORES,PRINCIPALMENTE NO CAMPO,E AS
ARTIMANHAS USADAS POR ESSES POLÍTICOS,PARA INTERFERIR
NOS RESULTADOS ELEITORAIS. AO MESMO TEMPO NARRA A DIS-
TÂNCIA QUE HAVIA ENTRE O MUNDO DO TRABALHO RURAL E O DO
"CORONELISMO." (MÁRIO PALMÉRIO: VILA DOS CONFINS.RIO DE
JANEIRO,JOSÉ OLIMPIO,1973).
ATÉ NO MUNDO DE HOJE, EXISTEM AINDA RESQUÍCIOS DO "CORO
NELISMO" NAS ZONAS RURAIS E PEQUENAS CIDADES DO INTERI-
OR DO NOSSO BRASIL!