Capitalismo infatil
Em meados de 1991,com o fim da Guerra Fria, teve-se o capitalismo como modo de produção hegemônico e os EUA no topo da nova ordem mundial. Nesse contexto, os demais países - no intuito de se inserirem na globalização- adotaram o princípio capitalista para si: o lucro. Contudo, não há lucro se não houver consumo, logo começa uma nova corrida imperialista a qual utiliza a propaganda para conquistar a mente das pessoas. Dito isto,investe-se no ataque às mentes menos críticas: as das crianças.
Diante disso,é crescente o número de propagandas influenciando o consumismo infantil. Tal situação justifica-se pelo fato do público alvo ser, numericamente,um grande consumidor em potencial e por não possuírem um julgamento crítico acerca do consumismo. Logo, é comum presenciar crianças "esperneando" em lojas por brinquedos ou bombons e , geralmente, por vergonha, os pais acabam comprando o produto - criando uma criança mimada e incentivando esta a ser um objeto do capitalismo.
Entretanto, existem casos em que os próprios pais incentivam o consumo dos filhos - devido ao status social atribuído ao usuário do produto. Tal aspecto é preocupante, uma vez que as próprias crianças começam a ser aquilo que compram - e não faltam propagandas as quais incentivam tal pensamento nas crianças. Dito isto, havia uma propaganda onde uma criança segurava uma tesoura do Mickey Mouse e falava : "Eu tenho, você não tem!", o impacto psicossocial foi tamanho - as crianças as quais não possuíam o produto foram excluídas e vítimas de bullyng- que tal propaganda foi proibida de vincular nas televisões.
À análise desse paradigma, percebe-se a necessidade de reformar os órgãos propagandísticos brasileiros - é importante frisar que proibir a veiculação de anúncios publicitários dirigidos às crianças seria uma forma de retorno à censura,logo, não é a alternativa. Portanto, poder-se-ia reformar por meio de medidas as quais não proibissem a propaganda para tal público,mas sim com que estas não fossem tão predatórias - e contar com os pais para mostrarem aos filhos que estes não são aquilo que compram é a base dessa mudança. Se tais medidas forem adotadas, o Brasil poderá contar com crianças com visão mais crítica, estando,assim, psicologicamente mais preparadas para fazerem jus à frase "futuro da nação".