PSDB ou PT? Aécio ou Dilma? (In)decisão orientada pela sabedoria popular

Quanto mais procuro informações sobre a atuação destes partidos e de seus candidatos, mais certeza tenho de que eleger um ou outro, tanto faz, é “sair do espeto e cair na brasa”, como diria minha sábia mãezinha. Um amedronta os eleitores ao declarar que, eleito, tomará medidas impopulares. Segundo os entendidos, isso significa a privatização de empresas como a CEF, o BB e os Correios; a outra, é rejeitada por boa parcela da população, que a considera populista por manter programas sociais que incentivariam a vadiagem e seriam meramente eleitoreiros; ambos prometem milagres na educação, saúde, segurança pública, emprego, e eu me pergunto: se tudo isso está reconhecido na Constituição como direitos do cidadão e dever do Estado, como podem pedir votos prometendo realizações que nada mais são que a OBRIGAÇÃO de quem sobe ao poder? Ambos são acusados de incompetência, e seus partidos estão igualmente envolvidos em numerosos escândalos de corrupção e má gestão do dinheiro público; Do lado A da balança pesa a mordaça; do lado D, a impunidade. Escavando a lama pisoteada pelos partidos, chega-se facilmente aos mundos obscuros do metrô de São Paulo e da Petrobras, e “mensalões” dos dois lados.

E o que dizer das alianças? A defesa das ideias não faz parte dos acordos. O apoio político recebido por um e outro deixa claro que tudo é um jogo de interesse, o que vale é conseguir um naco de poder, alguns cartões corporativos, verbas de gabinete, passagens aéreas e emprego fácil para a parentela. E propina, muita propina.

Atingido pelo fogo cruzado de acusações e farpas, quem padece é o eleitor. Decepcionado, dividido, desrespeitado e saturado de tanta “conversa para boi dormir”, não raro acaba por decidir seu voto irracionalmente, torcendo com paixão por um e detestando outro, como se eleger presidente da república fosse uma partida de futebol. Alguns decidem por motivações pessoais, por ter ouvido dizer que alguém foi beneficiado ou prejudicado por pessoas ligadas a um dos partidos. Outros levam em conta apenas questões religiosas e comportamentais, e outros ainda, desprovidos de senso crítico, se deixam influenciar por pesquisas publicadas diariamente na mídia.

Enfim, o cenário político desenhado nestes dias que antecedem o segundo turno e desolador. Não posso crer que acontecerá qualquer mudança positiva no país, pois “a noiva é a mesma, só muda o penteado”.