Momento Itajubense - boletim do novo jornal de Itajubá - Cidade ganha teatro de papel

Itajubá - Minas Gerais - sexta-feira, 29 de agosto de 2014

- Momento Itajubense - MI - é um jornal que se encontra em preparo para ser lançado no município de Itajubá, em uma data ainda em definição. Enquanto isto, adiantamos aqui algumas notícias da cidade.

Editor e jornalista diplomado responsável - Zulcy Borges

- Prefeitura mostra teatro de papel -

Em seu último jornal, a Prefeitura de Itajubá apresenta na capa o futuro teatro que está sendo construído no município. Uma coisa já pode-se dizer: Junto com o aeroporto e o novo centro é coisa de louco.

- Itajubá perde de vez festival de cultura -

O Festival Itajubense de Cultura e Arte - Fica- acabou deixando saudades depois de ser pré-censurado e ter o alvará para acontecer este ano negado pela Prefeitura.

O secretário de Cultura de Itajubá, Massoud Nassar Neto, disse (veja íntegra da nota oficial abaixo) que a Prefeitura gastou em 2013, R$ 50 mil com o festival, e só patrocinaria e autorizaria de novo o evento se os organizadores, da Universidade Federal de Itajubá - Unifei - aceitassem submeter previamente os espetáculos e mostras à sua aprovação.

Posicionamento da Prefeitura Municipal de Itajubá

sobre o Fica 2014

Nota Oficial

Itajubá, 22 de agosto de 2014

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo informa que a Prefeitura Municipal de Itajubá não apoiará a edição 2014 do Festival Itajubense de Cultura e Arte - Fica.

A decisão de não mais apoiar o evento foi tomada após a avaliação da edição 2013, na qual o Poder Público Municipal investiu cerca de R$ 50 mil, somando-se apoio logístico e recursos financeiros repassados à diretoria do Fica. Na ocasião, também foram concedidos os alvarás para utilização de logradouros públicos para as apresentações.

A Prefeitura recebeu várias reclamações de munícipes via redes sociais, pessoalmente na Secretaria de Cultura e Turismo e via serviço Fala Cidadão, com relação a atrações inapropriadas para os horários e locais em que ocorreram, e ainda, sobre perturbação da ordem pública, conforme consta no Boletim de Ocorrência de número 14.630/2013.

No intuito de tentar evitar os constrangimentos registrados na edição 2013, em que crianças foram expostas a expressões artísticas inapropriadas para a idade e outros problemas registrados, a Secretaria Municipal de Cultura realizou várias reuniões com a direção do Fica. Infelizmente, os responsáveis pelo evento se mostraram intransigentes com relação as ponderações feitas e inclusive negaram à Secretaria de Cultura e Turismo qualquer possibilidade de participação na curadoria do evento.

Cabe esclarecer, que a partir do momento em que a Prefeitura de Itajubá concede alvará para eventos em praça pública e ou oferece apoio financeiro e logístico, ela automaticamente se torna co-responsável pelo evento. Dessa forma, seria uma irresponsabilidade do Poder Executivo Municipal, apoiar um evento com apresentações em logradouros públicos sob os quais não teria voz participativa na escolha das atrações.

Outro ponto em que a direção do Fica se mostrou intransigente, foi com relação a posição de valorização dos artistas itajubenses, defendida pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. Ora, a Prefeitura entende a importância do intercâmbio cultural e o crescimento que isso trás para o cenário artístico da cidade, no entanto a contratação de cerca de 90% de artistas de fora, como ocorreu em 2013, desvaloriza os artistas itajubenses que em várias expressões de artes apresentadas no Festival são tão bons quanto, ou melhores, do que os convidados.

Encerrado esse assunto, a Prefeitura reitera o seu compromisso com a cultura itajubense, que pode ser comprovado pelo apoio a diversas festas tradicionais da cidade (apoio ao artesanato, coral municipal, festas religiosas, entre outras). Cabe destacar aqui a idealização e realização da Festa do Pastel de Milho 2013, que será reeditada esse ano, mais uma vez com a participação de associações de moradores, entidades assistenciais e artistas da terra.

Por fim, a Prefeitura de Itajubá convida os munícipes a virem até o Centro Administrativo Municipal para verem as obras do Teatro Municipal, que está sendo edificado aqui em frente. O local será um verdadeiro complexo cultural, composto de um teatro com capacidade para 700 espectadores, palco de 150m², espaço para exposições e duas salas para oficinas culturais (música, teatro, dança, entre outras), como capacidade para 200 alunos cada uma. A realização deste sonho, compartilhado por diversas gerações de itajubenses, será um legado deixado para que o já fértil cenário cultural itajubense, se desenvolva ainda mais.

Respeitosamente,

Massoud Nassar Neto

Secretário Municipal de Cultura e Turismo

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JORNAL DE DEBATES

ELEIÇÕES 2014

O derretimento de Aécio Neves

Por Luciano Martins Costa em 28/08/2014, edição 813

do Observatório da Imprensa - OI

Os jornais de quinta-feira (28/8) seguem analisando o desempenho dos três principais candidatos à Presidência da República no debate promovido pela TV Bandeirantes na noite de terça (26). Também há reportagens sobre o enfrentamento entre a ex-ministra Marina Silva e a dupla de apresentadores do Jornal Nacional da TV Globo, ocorrida na noite de quarta-feira.

No quadro geral, parece haver uma tendência a considerar que a candidata do PSB deslocou definitivamente para uma posição subalterna o candidato do PSDB, Aécio Neves. Embora, por dever de ofício e hábito de fidelidade, ainda façam registros dos movimentos do ex-governador de Minas Gerais, os diários de circulação nacional não dissimulam o desânimo que se abateu sobre os tucanos. Nem mesmo a volta do economista Armínio Fraga, como futuro ministro da Fazenda num eventual governo do PSDB, anunciada por Aécio Neves, foi capaz de animar a imprensa.

Contemplado com um generoso espaço em entrevista no Estado de S.Paulo e com o artigo principal na página de opinião da Folha, Armínio nada acrescenta à disputa: afinal, com ele ou sem ele, o PSDB promete o que o mercado quer.

O rescaldo do debate na Band e da entrevista de Marina Silva no Jornal Nacional é uma profusão de palpites e especulações, porque a imprensa ainda não possui dados para avaliar o efeito dessas primeiras exposições da candidata fora da propaganda eleitoral. As interpretações do desempenho de Marina Silva no confronto direto com seus oponentes e diante do moedor de carne do telejornal da Globo ainda refletem o desejo de cada analista, sem novos elementos, e o tom geral é o de consternação pelo evidente estrago que sua ascensão está produzindo nas pretensões de Aécio Neves.

Os jornalistas se limitam a considerar apenas as candidaturas do PT, do PSB e do PSDB, porque representam as principais forças políticas e são as únicas com potencial para vencer a eleição. O sistema eleitoral é cruel com os minoritários. Por essa lógica, a imprensa vai aos poucos deixando em segundo plano o candidato Aécio Neves. As apostas na ex-ministra do Meio Ambiente começam a aparecer.

O desafio de Marina

Já se podem ler, aqui e ali, especulações sobre como seria um governo de Marina Silva. O próprio candidato do PSDB comete um erro tático ao colocar em questão qual seria a escolha da ex-ministra, caso eleita, uma vez que ela declarou que gostaria de governar com apoio dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva. Colocado na defensiva, Aécio Neves se apressa em produzir factoides, ação típica de quem percebe o barco a fazer água.

Ao oferecer ao leitor esse cenário, a imprensa reforça a percepção geral de que o jogo será decidido entre as duas mulheres que lideram as pesquisas de intenção de voto. No entanto, é falsa, ou pelo menos ainda carente de comprovação, a ideia de que Marina Silva avança inexoravelmente para Brasília: a rigor, o total dos eleitores que declaram votar nela não aumentou em cinco meses. Conforme observa o colunista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo, os 29% com que Marina ultrapassa Aécio Neves na pesquisa mais recente do Ibope são os mesmos indicadores, na margem de erro, que ela exibia em abril, quando não era candidata a presidente.

Ao apresentar Marina como um furacão avassalador, os jornais omitem que, na verdade, ela tinha mais eleitores virtuais quando estava no banco de reservas. A grande exposição que obteve na mídia com a morte trágica do antigo titular da chapa do PSB, Eduardo Campos, tinha potencial para lhe dar um impulso muito maior.

O que pode inibir sua evolução é exatamente o tipo de contradição exposta pela dupla do Jornal Nacional: sua aliança com inimigos do ambientalismo, as suspeitas de que foi beneficiada por dinheiro de caixa dois ao usar um avião cuja compra está sendo investigada pela Polícia Federal.

Seu desafio está apenas começando: para consolidar as chances de ser eleita, Marina Silva precisará colher mais votos entre os petistas decepcionados e avançar no campo da oposição, porque ela já esgotou o manancial dos indecisos e desanimados que historicamente se omitem ou anulam o voto – e a base de militantes do PSB é exígua. Mas o discurso que conquista uns espanta os outros.

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Zulcy Borges
Enviado por Saskia Bitencourt em 29/08/2014
Reeditado em 04/09/2014
Código do texto: T4941962
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