HONRA ( Capítulo III )
-PEDRO, PEDRO!- gritou seu pai.
Ele alterava entre andar e correr. Quando percebia que seu tempo era curto, corria. Quando esquecia disso, continuava andando.
E observando de um lado, não o encontrava.
Era noite, não adiantava procurar. Ele não enxergava nada.
Deu uma flechada no ar e foi embora.
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No dia seguinte, Jorge levantou imediatamente e pegou seu arco. Olhou pra trás e deu uma checada e acordou seu filho com roupas rasgadas e sangrando.
-FILHO, acorde, o que aconteceu?
-Pai, eu me cortei.
Jorge analisou o ferimento de seu filho. O corte não era profundo, mas o sangue havia secado e tinha muito risco de infecção.
-Calma, eu vou até a floresta procurar umas ervas medicinais. Pegue bambu e tire lascas até que forme uma espécie de papel.
Ambos fizeram suas partes, e em minutos, Pedro estava melhor.
-Hora da caça. Precisamos de carne. Eu vou caçar. Você vem pegando galhos secos no caminho.
E assim os dois entraram na selva. O almoço estava voando por aí, e a mira do arco de Jorge não estava boa. Hoje a maré não estava para peixe.
E quando os dois estavam voltando, Pedro avistou a sua direita, uma matilha de lobos selvagens.
-Pai, no três, corre. Matilha de lobos selvagens, repito, LOBOS SELVAGENS!
-Não se apavore... 3!- respondeu Jorge
E os dois saíram correndo em direção a canoa.
-Filho, vá na frente e ponha tudo o que puder dentro da canoa. Eu vou subir na árvore e matarei os que chegarem perto de você.
Pedro correu mais que pode e tropeçou. Estava sangrando muito em sua testa e bochecha mas isto não o impediu de levantar e continuar correndo.
Enquanto isso, Jorge o observava ser perseguido pelos lobos no alto da árvore.
Preparou a primeira flecha...
ACERTO!
A segunda...
Droga, ele errou.
Plano B. Pegar o canivete e lutar com os lobos.
Antes que um dos lobos chegassem perto de Pedro, Jorge lançou o canivete e acertou o lobo em cheio. E agora vinha mais uma matilha inteira para enfrentar.
Ajoelhou-se e começou a disparar flechas em direção a eles.
Agora sim, que precisão! Todas as flechas atingiam perfeitamente a garganta dos lobos.
Porém começaram a vir de juntos 2, 3, 4. Não dava mais para aguentar, não havia flecha suficiente para todos.
Jogara o canivete pro filho. Era hora de partir.
Ele tirou a camisa e avistou a canoa, no momento que pulou ao mar.
2 braçadas, 3 braçadas por segundo, como ele era rápido.
E com ajuda da correnteza forte, chegou até a canoa.
Vazia. Onde estaria Pedro? Seus suprimentos estavam lá, porém Pedro não estava lá!
Ele virou para trás e avistou Pedro lutando contra os lobos. Eram 5 contra ele.
Jorge tentou ajudar, dando algumas flechadas. Ele conseguiu fazer com que o filho tivesse apenas 2 oponentes, mas sabia que se tentasse voltar para lá, não haveria sucesso por conta da correnteza e ainda largaria todos seus suprimentos.
Ele não tinha escolha. Teria de deixar seu filho apenas com um canivete na mão sozinho na ilha.
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Fim do capítulo 3.
Capítulo 4-> http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/4911814