O Néctar da Vida
Nossas amizades dependem do quanto zelamos por elas. Começam como uma sementinha plantada e cultivada e se fortalecem de acordo com nossos cuidados. À medida que elas crescem e vão se desenvolvendo, as raízes se aprofundam, a confiança engrandece e torna-se difícil arrancá-las. Definem-se então todos os sentimentos; que servem como apoio, sustentação e condução das energias vitais a todas as extremidades da plantinha que surge.
Algumas podem formar restingas: pequenas, retorcidas e pouco alimentadas. Outras são xerófilas, que mesmo com as adversidades do meio encontram uma forma de permanecer vivas e suportar a severidade das estações de seca intensa.
Existem as amizades verdadeiras, densas florestas tropicais, cheias de vida e completamente adaptadas ao meio em que se estabelecem. Belas, também, são as de florestas temperadas, caducifólias e perenes, embora percam suas folhas no Outono e enfrentem os rigores do Inverno, sempre conseguem reviver na Primavera e se tornam exuberantes no Verão.
Elas devem ser, não Briófitas quaisquer, sem vasos de condução de nossos sentimentos, mas frondosas Angiospermas, que permitem a fecundação de seu ovário e óvulo para a formação de flores e frutos. Desse modo, se traduz a beleza da relação e sua disseminação a partir de suas sementes e polens para gerar novas amizades, sendo nós seus agentes polinizadores e disseminadores de sentimentos.
Algumas são centenárias, outras morrem logo devido à falta de cuidados ou às condições inadequadas do meio. Devemos, portanto, preservar a Natureza e nos dedicar aos nossos amigos; só assim conseguiremos realizar a fotossíntese necessária para nossa própria sobrevivência; pois eles são, nada mais nada menos, o ar que respiramos.