A Arte da Aprendizagem
Ao longo da vida, adquirimos um certo conhecimento baseado na educação que nos é fornecida. Podemos nos referir a essa aprendizagem como um planejamento de uma paisagem que desenhamos e pintamos gradativamente. Existe uma seqüência lógica, cujo início surge com o esboço, havendo a oportunidade de apagar e corrigir os traços mal definidos, para então preenchê-los, através da mistura de cores, com uma sobreposição de imagens. Não existe, portanto, a idéia de fragmentação.
Esse conhecimento é aquele que aproveitamos e utilizamos a todo instante, porém também somos submetidos a uma outra forma de ensino. Este se apresenta multifacetado de tal forma, que podemos associá-lo a um quebra-cabeça. Ao invés de desenharmos e pintarmos a imagem – corrigindo os eventuais erros -, uma caixa nos é dada, com uma gravura estampada em sua tampa. Dentro desta caixa encontramos peças de variados tamanhos e recortes e devemos encaixá-las de modo que se forme a figura desejada.
O grande problema do quebra-cabeça, assim como desse tipo de educação, é que se leva tanto tempo para montá-lo, que as peças acabam sendo perdidas e jogadas fora sem que se perceba. Como a finalização da montagem depende, exclusivamente, do encaixe de todas as peças, nunca há a perfeição. Posto que nada fosse perdido, ainda restariam as falhas deixadas pelos recortes.
Cores iguais em peças idênticas também confundem, o que acaba ocorrendo quando um professor transmite sua opinião aos seus alunos, pois nem todos absorvem do mesmo modo. A tentativa individual de aprendizagem, assim como o esboço, é necessária e a interdisciplinaridade, como a mistura de cores, é fundamental. Os professores são nossas borrachas, que nos ajudam a concertar nossos erros para, enfim, formarmos nossas próprias paisagens.