Intacto - Capitulo 2.
O Sol finalmente apareceu, parecia uma eternidade, por mais que eu tentasse dormir não conseguia, só ficava pensando em minha "mãe" e na silhueta dos meus sonhos.
-Será que é a mesma pessoa? Perguntei a mim mesmo. O Sol batia em meu rosto, quase cegando minha visão.
Tentei levantar mesmo com sono e olhos arregalados. Abri a porta do meu quarto e fui escovar os dentes, aproveitando e lavei o rosto. Fiquei alguns segundos olhando minha cara pálida no espelho. Voltei ao meu quarto, coloquei uma calça e uma camisa social branco, e um sapato social branco para combinar, ainda pensando no que aconteceu na noite passada.
Descendo lentamente as escadas ouvi meu pai e minha "mãe" conversando, suas vozes viam da cozinha.
-Você como pai já passou da hora de contar a ele.
-Ele ainda é só uma criança, pelo amor de Deus.
Finalmente cheguei a sala, cujo fica ao lado da cozinha, sentei no sofá e liguei a TV, estava esperando eles e não queria interromper a conversa. Um deles percebeu que havia chegado.
- Bom dia, meu filho! Feliz Aniversário! Deu-me um abraço, minha mãe foi a primeira a me dar os parabéns ao perceber o barulho da TV, ela indagou meio irônica como se algo de ruim estivesse prestes a acontecer como se no Aniversário não tivesse nada de "Feliz".
-Bom dia! Já está virando um homem, filho! Parabéns! Meu pai fez o mesmo, me dando um incrível abraço, por mais que eu não goste dessas coisas eles cismam com isso. Não gosto de contato físico nem de conversa fiada, gosto de assuntos interessantes.
- Obrigado! Agradeci meio sem grança, ficamos ali sentado no sofá nos três abraçados por um alguns segundos, levantei-me e fui tomar meu café da manhã: Pão com ovo e bacon e café. Era sempre a mesma coisa todo o café da manhã. Sentado na mesa enquanto eu comia, meu pai e minha mãe olhavam um pra cara do outro em silêncio, como se estivessem conversando por telepatia esperando alguém abrir o bico.
-Filho, precisamos lhe contar uma coisa! Meu pai indagou pairando a tensão que estava pelo ar.
-Sim, diga rápido, tenho que ir pra escola. Respondi enquanto eu estava quase terminando de comer meu pão.
- Não somos seus pais de verdade, nos encontramos você sozinho e abandonado em um beco sem saída e deserto, chorando sem parar, sem roupa e com fome, não sabíamos o que fazer, então o pegamos e resolvemos cuidar de você. Acho que já passou da hora de lhe contar o que aconteceu, por isso resolvi falar no dia do seu aniversário.
Minha mãe ficou com uma cara de preocupação, como se estivesse esperando alguma reação minha, meu pai apenas sentiu aliviado ao ter contato um segredo desses pra mim. Não sabia o que responder a ele, estava esperando o que eu pudesse responder, sei lá, qualquer coisa.
-Está tudo bem, não posso fazer nada, se não fosse por vocês nem sei o que teria acontecido comigo, agradeço aos dois. Foi a primeira resposta que me veio a cabeça, subi as escadas, esqueci de pegar a minha mochila.
-Ah, filho, se eu fosse você não iria pra escola hoje. Disse meu pai pra mim enquanto eu abria a porta do meu quarto.
-Por quê? Perguntei-lhe.
- Logo logo você vai descobrir. Respondeu-me.
Entrei no quarto, tirei a roupa que eu estava e coloquei uma bermuda e fiquei sem camisa, queria me sentir melhor, ainda estava com sono, uma tontura me veio a cabeça e simplesmente dormi.