Kaúnia 65 - um jornal de boatos confirmados - Tudo como antes no quartel do Abrantes

:Mais de um ano atrás saiu a edição abaixo de Kalúnia

- tudo confirmado.

Manchetes verdadeiras

- A imprensa brasileira é vendida.

- A Europa está falida.

- Os Estados Unidos perderão a guerra contra o Afeganistão.

- Fidel está vivo.

- O Governo do Estado de São Paulo está perdendo a guerra contra a criminalidade.

- A Fifa e a CBF estão faturando horrores com a Copa do Mundo de Futebol de 2014 mesmo antes dela acontecer.

- O Mensalão não vai dar em nada.

Comentaristas econômicos

É um negócio estranho. 90% dos comentaristas econômicos da imprensa brasileira são invariavelmente contrários à política econômica do governo, não importa quais medidas ele tome na área. Apesar de todos acertos inegáveis desde o Plano Real, ainda no governo Itamar Franco, formou-se na crônica econômica nacional uma oposição cerrada de botar no chinelo PSDB e DEM. A artilharia se estendeu às páginas de economia dos jornalões, aos editoriais, TV e imprensa em geral, incluindo revistas.

Uma unanimidade burra, indigna de Nelson Rodrigues. Encontrar um economista ou jornalista especializado que não malhe tudo que os ministros da Fazenda, Planejamento e mesmo o presidente do Banco Central faça é procurar agulha no palheiro, de onde mal escapam os ex-ministros Delfim Netto e Bresser Pereira.

O planejamento econômico está sob fogo cerrado em todo o mundo. Pouco depois da última hecatombe financeira dos Estados Unidos, e depois da Europa, os economistas do governo britânico – vários deles mestres de economistas brasileiros – foram pessoalmente questionados pela rainha da Inglaterra porque não haviam previsto o mínimo do desastre. Ao mesmo tempo, analistas econômicos, como o Prêmio Nobel Paul Krugman – como se pode ler em seus artigos traduzidos no Brasil –, continuamente passaram a condenar a política econômica neoliberal que predominava em organismos internacionais como o FMI. Política ao pé da qual continua ajoelhada a maior parte dos economistas brasileiros fora do governo.

O mesmo Krugman vem elogiando a política econômica do governo Barack Obama, que está milhas longe em popularidade da do governo Dilma Rousseff. Mas isto não tira das nuvens escuras de seu economês, os comentaristas econômicos de nossa imprensa só podem ser reconhecidos por sua constante e insuportável afetação de pseudosábios criadores de piadinhas como a do pibinho.

Em boa parte escolados em PhDs estrangeiros e corporações financeiras multinacionais, e quase sempre empresários milionários donos de empresas de consultoria, os comentaristas econômicos do Brasil não possibilitam qualquer reflexão ao leitor que não a do governo viver roubando o cidadão. Fim da dívida externa, fim da dívida com o FMI, autossuficiência energética, controle da inflação, aumentos de empregos, queda de juros, corte de tarifas, nada disto serve aos negócios deles.

(Shwartsmann, Mailson, Sardenberg (puá), vade retro)

(Zulcy Borges de Souza é jornalista diplomado, Itajubá, MG)

Zulcy Borges
Enviado por Saskia Bitencourt em 16/06/2014
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