Será que existe um alguém?
Hoje, logo ao anoitecer, leio mais uma lamentação. Lamentação de quem se viu só, chegando até a ameaçar a própria vida. Dentre minhas reflexões, eis que me aparecem algumas questões: será que há, de fato, alguém que nos ama verdadeiramente e que só cabe ao tempo revelá-lo? Alguém que nos espera? Enfim, alguém especial que vai mudar a nossa vida de uma hora pra outra e permanecer até o fim?
Bem, essas perguntas são, no meu entender, talvez algumas das mais interessantes e desejosas de respostas do ser humano. Porém, são complicadíssimas de serem respondidas de forma geral e também não me ouso a tentar decifrá-las, mas tenho algumas opiniões sobre estas. O homem (ser humano) sempre foi sedento de um outro ser humano para viver junto, pois isso compreende um aspecto da vida humana (os outros referem-se a trabalho,religião,família etc). Claro que o ser humano tem o poder de escolher casar-se ou não, viver só ou não, mas isso não significa que ele não precisa de um outro alguém. Os padres, por exemplo, que são celibatários, não deixam de ser necessitados de uma relação amorosa. Tanto é que a própria Igreja reconhece o celibato como um sacrifício, uma doação.
Sabendo destas coisas, temos as seguintes possibilidades: ou podemos procurar alguém e, assim, "aprender" a amá-lo (já que não consideramos, nesse caso, o conhecer o outro alguém como um processo de "destino") , ou, nos acasos da vida, encontrar alguém e amá-lo gratuitamente. Como considero o processo de amar alguém como algo que independe de nossos desejos e quereres, que não tem razões criteriosas para ser, e, por ser muito mais bonito, ao meu ver, encontrar alguém nos encontros e/ou desencontros da vida que nos faça amá-lo (sem ter um porquê), fico com a segunda possibilidade. Portanto, para mim, há sim a possibilidade de cada um de nós encontrarmos, no decorrer da vida, uma pessoa específica, especial, com a qual vamos poder passar o resto de nossas vidas em união, basta o tempo decidir...