A RELIGIÃO PODE REALMENTE TRANSFORMAR O SER HUMANO ?
Antes de lançar mão de uma teoria qualquer é bom esclarecer que o tema a ser discutido é muito polêmico. Cabe também perguntar que tipo de transformação estamos nos referindo, ou seja, em que sentido o discurso religioso pode mudar a complexa natureza humana? Para ficar mais produtiva a discussão torna-se necessário contemplar neste texto só o aspecto moral.
Para Rousseau o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Segundo ele, nos primeiros estágios de vida,( a infância) o ser humano não conheceria as mazelas própria da sociedade (ambição, desigualdades sociais, competição), entretanto, o contato que criança ira manter com o meio irá ,de uma certa forma, corrompe-lo.
Todavia, para o cristianismo, todo ser humano já nasce sobre o jugo do pecado, por isso qualquer indivíduo só poderá se libertar desse jugo quando aceitar Jesus Cristo como o seu Salvador. Porém, é próprio Jesus vai dizer que aqueles que almejavam o Reino de Deus deveria se tornar como uma criança, Cristo vai além afirmando que o Reino dos Céus pertence aos pequeninos. Pode-se perceber então que ,nesse contexto, buscar a Deus é um caminho que envolve a prática e não os dogmas ou liturgias.
De acordo com a Psicanálise, a psique humana e controlada por três grandes forças que, por sua vez, estão em constante conflito. São elas: Id, ego e superego. O id é onde se localiza as pulsões: a de vida e a de morte, seria regido também pelo princípio de prazer; o ego já é o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as “ordens do superego.Segundo Ana Mercês,o ego é regido pelo princípio da realidade, tal sistema é um regulador pois altera o princípio do prazer para satisfação levando em conta as condições objetivas da realidade. Ainda segundo Mercês, o supero seria a internalizarão das proibições, dos limites e da autoridade. A moral os ideais são funções do superego, o superego introduz a ideia de culpa e de censura. De acordo com a psicanálise, as relações entre esses sistemas podem torna-se patológicas, ocasionando o desequilíbrio do aparelho psíquico e portanto, gerando distúrbios de personalidade. È bom lembrar que tal sistema independe da crença exercida pelo indivíduo, ou seja, ninguém pode salva-se moralmente só pelo fato de internalizar preceitos religiosos já que a natureza humana é constituída de forças conflitantes.
Infelizmente é notório que durante toda história da humanidade a religião vem exercendo impactos negativos sobre a conduta humana. Por exemplo: as cruzadas, os tribunais da Santa Inquisição que condenaram à morte milhões de inocente , principalmente cientistas e pessoas que confessavam outros credos na idade média são alguns exemplos da ineficácia dos sistemas religiosos . Atualmente presenciamos no Oriente Médio, diversos conflitos árabes–israelenses que tragicamente têm sacrificados milhares de vidas. Um dos episódios mais trágicos que marcaram o século XXI foi o “Onze de Setembro”. Data essa em que grupos terroristas liderados por Ozama bin Laden atingiram as torres gêmeas ceifando a vida de muitos inocentes nos E.U.A.
Entretanto, tais argumentos não devem servir como pretexto para se condenar a importância dos sistemas religiosos, sejam eles quais forem, contudo, é preciso se levar em conta que tais sistemas são tão falíveis como qualquer outro, e, portanto, não devem ser vistos como únicos mecanismos para se transformar a tão nefasta conduta humana.