QUANDO NÃO SE CAI NAS GRAÇAS DO CHEFE
COMPORTAMENTO
(*Pedro Pereira Fernandes Neto)
QUANDO NÃO SE CAI NAS GRAÇAS DO CHEFE
Na parábola do filho pródigo no evangelho de Lucas (15, 11-32), o filho mais velho tomado de muita raiva, insistia em não entrar em sua casa para as comemorações pela volta do seu irmão, pois entendia que “não havia caído nas graças do seu pai” e que esse fazia pelo filho mais novo, o que nunca houvera feito por ele.
Na década de 1980, numa época em que tudo era proibido, Chico Buarque ironizava poeticamente com “vence na vida quem diz sim”. Abria espaços para que se concluísse (de forma óbvia!) que para alguns nada era possível e que para outros tudo era permitido. Era concordar e pronto. Algo do tipo “caiu na graça do”...
Em seu artigo quando comparar? Quando competir? O professor Heinz, palestrante nas áreas de motivação, vendas e liderança, observa que cada vez mais, o trabalho em grupo “caiu nas graças das organizações”.
“Cair ou não cair nas graças de”, pode ser utilizado em todos os tipos de atividades, independente de sua conotação pejorativa ou não.
Não cair nas graças no mundo corporativo, significa que o envolvido pode fazer o que fizer, pode trabalhar com extremo comprometimento, demonstrar e facilitar o trabalho em equipe, ser capaz, ter postura voltada para o autodesenvolvimento, ser ético, dentre as várias competências que a organização possa solicitar, mas se não concordar com um ponto de vista do chefe ou mais ainda, demonstrar que tem argumentos contrários aos seus, ser contra atitudes de extrema proteção de seu pessoal, e pronto, já era: você acabou de entrar para a relação das pessoas que “não caíram nas graças do chefe”.
Estamos na era da prestação de serviços, saímos de casa, passamos o dia todo, e até irmos para a cama repousar, estamos “prestando serviços” para alguém. Porém, os serviços além de éticos, básico da premissa dos valores humanos, devem trazer resultados, não somente quantitativos, como assim veem alguns gestores, mas também qualitativos. Infelizmente, vemos em organizações, gestores pouco comprometidos com a gestão de pessoas e muito mais voltados para os entregáveis que sua gestão pode proporcionar aos seus diretores.
Dessa forma, mesmo que as organizações sejam transparentes (no papel) quando o assunto é a prática de seus valores, explicitando que todos têm os mesmos direitos, que empregam imparcialidade, que o respeito é fundamental, que o reconhecimento deve estar atrelado ao desempenho, etc. é lamentável saber que apesar de estarmos em pleno século da mão de obra, o protecionismo, os puxa-sacos, os “peixes” não deixaram de existir e seguramente tem tudo para se perpetuarem, fazendo valer a máxima daquele velho ditado: manda quem pode, obedece quem tem juízo. .
*Pedro Pereira Fernandes Neto, (e-mail: pdr.pereira@gmail.com), formação na área de exatas (Engenharia Civil e Matemática, com especialização em Gestão Empresarial e logística), é um iniciante na arte de escrever sobre gestão de pessoas.