Terceira Guerra Mundial
A terceira guerra já começou. E desta vez não há aliados, nem partilha de territórios, nem mundo bipolar e nem nazismo que possam ser liquidados, para finalizar o conflito. Ela se alicerça no ápice da individualidade humana. Se concretiza na frustração que homens e mulheres se proporcionam, dentro um sistema negador de satisfação. Se consolida na realidade de que nada nunca será o bastante, nem para o homem mais rico da Terra. Se fundamenta na omissão que produz a “miséria” de todos.
A terceira guerra veio para ficar. Fica no desejo louco de se alucinar, de se alienar. Fica no riso do tombo alheio. Fica na vontade de dominar. No ímpeto de acelerar. Na mais valia de escravizar. No ódio pelos programas sociais. Fica na covardia de qualquer violência. No jeito bobo de se aproveitar. Na liberdade do bandido rico. Fica nas propinas de todos os países desse planeta! Enfim, fica em tudo que não deveria parecer impossível de mudar. E nesse fica aqui e fica lá, cavamos as trincheiras que no momento certo serão as nossas próprias valas.
A terceira guerra não tem fronteiras. Nela, não há nações contra nações. Ela se trava no seio das famílias desfeitas e nos melhores modelos. Mora na fuga crescente de nossa espécie. Esconde-se nas altas e baixas rodas de toda engrenagem. Mas é tão viva quanto a morte. É química e natural. É volátil de caber em qualquer lugar. É sutil como a loucura. É tão lenta quanto implacável. É uma guerra vencida por todos e para todos. Seu fim é vitória e derrota. Suas armas são as drogas, seu troféu é o caos.