Cinema Documentário: Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial

1. INTRODUÇÃO AO OBJETIVO

O enunciado dessa pesquisa objetiva organizar a teoria de produção de um filme documentário de longa metragem. Um documentário a partir do qual se possa refletir sobre dois distintos momentos do pensamento político nacional. No primeiro momento estarão presentes os discursos do sindicalista Lula da Silva. No segundo instante, o documentário pretende mostrar as proezas discursivas do ex-presidente em favor da política globalizada da New World Order. Entra em cena então a personagem Lulla Beija-Mão. Este projeto de filme documentário afirma essa realidade histórica: a dominação de um político fascinado pelo poder pelo poder.

As representações sociais desses dois períodos históricos distintos acontecem nesse projeto de filme documento, a partir do registro de imagens e sons dos acontecimentos da época. A expressividade das imagens valem mais que mil palavras. Valem mais do que os registros escritos do período. Desde que a veracidade histórica dos eventos não pode ser contestada. Contra evidências inexistem argumentos.

Os discursos audiovisuais são inegáveis e inequívocos. E nunca serão demasiados os filmes e outros registros da história do país. Eles avivam a memória social e servem de base para que a sociedade aprenda a não repetir os mesmos erros no tempo presente. A história se repete. Mas, ela precisa mesmo se repetir?

A política, a economia, a sociologia, a antropologia, a psicologia, a história e tantos outros fenômenos interdisciplinares precisam mesmo da repetição exaustiva de seus erros? Este projeto de filme documentário de não ficção concederá, se realizado, a oportunidade de, mais uma vez, a sociedade refletir sobre questões de seu interesse de sobrevivência da linha de tempo da História do país e da ameaça da globalização através da dominação feroz dos direitos individuais e coletivos dessa sociedade pelas premissas políticas e econômicas da New World Order. Tendo como marionete de seus interesses políticos neste país, o ex-presidente Analfabeto.

A finalidade documental deste projeto é, através da montagem dos eventos e do olho vivo da câmera, fornecer ao espectador eleitor, dois momentos da verdade histórica deste país, que sugere uma reflexão profunda sobre os interesses, que nada têm de nacionais, que exercem comando, comunicação e controle à distância, dos eventos sociais políticos, econômicos e jurídicos que dispensam, na realidade, os sentimentos, os pensamentos e a vontade de mudança política e qualidade de vida do eleitor. Como se ele, eleitor, fosse um estrangeiro em sua própria pátria. E seu único momento de participação democrática fosse apenas e suficientemente o de posicionar seu voto na urna eletrônica.

Este projeto de documentário cinematográfico busca sugerir uma nova identidade entre as políticas e o eleitor, considerado apenas enquanto estatística quantitativa no evento eleição, enfatizando sua interação (do eleitor) com os resultados das políticas que sempre prometem mundos e fundos e só lhe dão a solidão de sua condição social cada vez mais precária.

Este projeto de filme documentário visa expor a precariedade dos serviços sociais oferecidos pelos governos (educação, saúde, segurança, mobilidade urbana e habitação). Eles não condizem com a farsa discursiva dos atos de fala nos palanques eleitorais. Este documentário sugere que tenha chegado o momento do eleitor fazer acontecer sua vontade de mudar os padrões sociais que fazem dele um eterno bobo, a serviço dos interesses políticos, econômicos, jurídicos e sociais das ditaduras democráticas nas quais ele vota mas não participa. Ele, eleitor não participa das decisões políticas e jurídicas secretas que conduzem os interesses de uma classe privilegiada pelas mordomias institucionais que banalizam as necessidades de qualidade de vida da população do povo eleitor brasileiro.

Este projeto de cinema documentário certamente não pretende mudar o mundo político e seus paradigmas de enganação discursiva, mas suscitar a possibilidade de mudança se, e somente se, os interesses das pessoas forem considerados mais pertinentes do que os interesses das oligarquias a serviço do enriquecimento próprio através dos esquemas institucionais de corrupção da vontade popular.

Este projeto de produção cinematográfica sugerido por esse documentário objetiva proporcionar um momento de verdade reflexiva a partir do qual a pessoa cidadã do eleitor conclua que é chegado o momento de se desadaptar à aceitação sistêmica da vontade de poucas pessoas em garantir seus estilos de vida superlativos no esbanjamento do capital público e social, em detrimento da qualidade de vida da espécie Homo sapines/demens a que pertencemos todos. Os eleitores.

A expressividade do filme sugerido por esse projeto de documentário não deve extrapolar a expressividade do sentimento participativo do mundo de cada pessoa que deseja fazer prevalecer a verdade de sua condição humana numa estrutura política, econômica e jurídica globalizada no sentido de fazê-lo (eleitor) ignorar sua vontade por qualidade de vida e prevalência de seus direitos e garantias constitucionais.

Este projeto de filme documentário objetiva refletir e sugerir a reflexão social das relações entre os poderes instituídos e a distância entre os objetivos políticos, jurídicos e econômicos desses poderes em contradição com a vontade popular por qualidade de vida, percepção e atuação no mundo real da coletividade deletéria, porque inconsciente, dessas relações entre ela, comunidade social, e seus supostos representantes. Representantes políticos e jurídicos que não satisfazem minimamente a ansiedade, sempre burlada, por qualidade de vida para si e seus descendentes.

CAPÍTULO I

2. TEORIA

O que sugere o Roteiro de um documentário é a pesquisa. Pesquisa sobre um tema com uma personagem central. Essa personagem, mesmo que a princípio não esteja identificada, emerge com a continuidade das filmagens de temática geral. O personagem principal deste filme documentário se faz emergir logo no título do mesmo: “Lulla Traíra e A Nova Ordem Mundial”.

Na realidade, todo filme é filme documentário. Mesmo as mais extravagantes das ficções evidenciam a cultura que as produziu e reproduz a aparência das personagens ficcionais que fazem parte dela. Na realidade podemos dizer que existem dois tipos de filmes (1) documentário de satisfação de desejos e (2) documentário de representação social. Cada tipo conta uma história, mas essas histórias ou narrativas são de espécies diferentes (NICHOLS, pág. 26, Introdução ao Documentário).

Sabemos, quando observamos os desdobramentos de imagens num filme com Roteiro ficcional, que a possibilidade do enredo está acontecendo na tela. Esse fato pressupõe que a história, as personagens e a ação foram motivadas pela imaginação e pela realidade humanas. O conhecimento de realidades que podem ser filmadas e imaginadas faz parte da realidade da imaginação. E da realidade ela mesma.

Essa realidade imaginativa e a realidade dos fatos, poderá, possivelmente, ter acontecido anteriormente ao início da filmagem ou durante a mesma. Ou mesmo posteriormente a ela, filmagem, na etapa de montagem do primeiro copião.

A imaginação está sempre presente, principalmente na realização de um filme documentário de ficção. Do contrário, como poderia ser criada uma história fantástica, de fantasia, uma representação fílmica de ideias criativas da mente humana? Ideias, fantasias e histórias não são criadas do nada. Elas representam nossos desejos, nossas vivências num tempo e espaço que talvez nossa memória consciente não tenha mais acesso. Isto não quer dizer que não haja acontecido ou não venha a acontecer (os eventos ficcionais imaginados pelo autor). A realidade e a ficção intermotivam-se. Sempre. E os atores dessa realidade muitas vezes não têm domínio sobre seus desdobramentos históricos.

Os documentários de satisfação de desejos são o que normalmente chamamos de ficção. Esses filmes expressam de forma tangível nossos desejos e sonhos, nossos pesadelos e temores. Tornam concretos —visíveis e audíveis— os frutos da imaginação. Expressam aquilo que desejamos ou tememos. O que a realidade seja ou possa vir a ser. Tais filmes transmitem verdades, se assim quisermos. São filmes cujas verdades, ideias, e pontos de vista podemos adotar como nossos ou rejeitar. Oferecem-nos mundos a serem explorados ou contemplados, ou poderemos simplesmente nos deliciar com o prazer de passar do mundo que nos cerca para esses outros mundos de possibilidades infinitas (NICHOLS, pág. 26, Introdução ao Documentário).

O que chamamos de ficção são realidades que talvez já tenhamos vivenciado. Afinal todos somos produtos do DNA da espécie Homo sapiens/demens. Se nossa imaginação fora capaz de criar um trajeto inventivo no contexto de uma história supostamente imaginária, de onde terá vindo a criação dessa história, senão dos arquivos de nossa memória inconsciente? O inconsciente é uma realidade da qual não podemos fugir, desde que os estudos científicos da psique humana foram iniciados por “tio” Freud que os patenteou. A história da psicanálise não é uma invenção aleatória de uma mente pouco científica. Ao contrário, a mente científica da análise pessoal e coletiva da própria história é um privilégio que os cientistas da mente e da história nos propiciam.

2.1. NICHOLS/FICÇÃO E NÃO FICÇÃO

Os documentários de representação social são o que normalmente chamamos de não ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível de maneiras distintas, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. Expressam nossa compreensão sobre o que a realidade foi e como poderá vir a ser. Esses filmes também transmitem verdades, se assim quisermos. Precisamos avaliar suas reivindicações e afirmações, seus pontos de vista e seus argumentos relativos ao mundo como o conhecemos e decidir se merecem que acreditemos neles. Os documentários de representação social proporcionam novas visões de um mundo comum, para que as exploremos e compreendamos (NICHOLS, pág. 26, Introdução ao Documentário).

O Roteiro num filme documentário se faz necessário tanto quanto num filme de ficção. Um filme documental suscita a reflexão em suas representações, as mais diversas, da realidade nua e crua. Tal Roteiro não pode ser nem muito “compacto” (fechado) nem muito “vasto” (aberto) — (SANTOS, pág. 1, Sobre Roteiro Para Filme Documentário). O ponto de equilíbrio é sempre almejado. Se muito compacto fecha-se a improvisações por vezes necessárias, se muito aberto, corre o risco de dispersão.

O filme documentário une som e imagem da história que está sendo contada por vezes “in situ”, outras vezes de forma mais aleatória. Tanto numa forma quanto na outra (ficcional ou real) é necessário, em primeiro lugar, a elaboração do argumento ou sinopse, de modo que venha a servir de motivação central à criação do Roteiro.

2.2. SANTOS/ROTEIRO ABERTO OU FECHADO?

Roteiro fechado ou roteiro aberto? De todas as pré-condições que a produção pede, a escrita do roteiro de um documentário é a mais difícil de cumprir satisfatoriamente. Se é muito fechado anula o fator surpresa e os achados espontâneos da filmagem. Se muito aberto supõe um esboço de dispersão. Entre os dois o diretor se obriga a encontrar um ponto de equilíbrio ao explorar os lugares de filmagem e fazer uma investigação temática exaustiva. A única vantagem do gênero é que o roteiro de documentário se reescreve mais tarde na montagem (porque se mantém aberto até o final). Na realidade a montagem do documentário não pressupõe somente juntar os planos, mas concluir o trabalho do Roteiro feito inicialmente de uma maneira prospectiva (SANTOS, pág. 1, Sobre Roteiro Para Filme Documentário).

3.1. PROCEDIMENTOS DE PRODUÇÃO DO FILME DOCUMENTÁRIO

1. Encontro da ideia com a história — Sinopse.

2. Investigação prévia: roteiro imaginário.

3. Localização dos cenários e personagens.

4. Preparação da filmagem: terceira versão.

5. Montagem em moviola ou no programa de edição? (GUSMÁN, pág. 1, O Roteiro No Cinema Documentário).

A ideia inicial é o ponto de partida do filme documentário porque inicia todo o processo de produção. Essa ideia precisa ter a força da vontade que conduz à realização. Essa ideia inicial se materializa primeiramente na Sinopse.

A seguir vem a investigação prévia. Quanto mais intensa e abrangente (bibliotecas, arquivos, museus, centros de documentação) maior a possibilidade dos recursos narrativos sugerirem a trilha de imagens (e sonora) mais adequadas.

O autor ou realizador vai aos lugares em que os acontecimentos se desenvolveram. Entrevista personagens que deles participaram. Interroga as motivações antigas e novas daqueles participantes. A pesquisa “in situ”, confirma e ao mesmo tempo pode transformar a realidade. Torná-la mais compreensível, mais acessível àqueles que dela participam, por vezes de uma forma apenas inconsciente.

A linguagem do Roteiro usa muitos recursos narrativos que precisam ser selecionados. Os melhores recursos ficam, os outros são descartados: a ação das personagens, seus sentimentos, emoções, a voz do narrador, a voz do autor, os efeitos sonoros e óticos.

Nos filmes de ficção os sentimentos e emoções das personagens provêm da interpretação desses pelos atores sob a orientação do diretor. No filme documentário isso inexiste. As condições espontâneas da ação determinam a atuação dos “atores”.

4.1. O ESTADO DA ARTE DO FILME

NO CINEMA DOCUMENTÁRIO

4.2. HICKS, SCOTT/ DZIGA VERTOV

Dziga Vertov (Denis Arkadievith Kaufman), pioneiro no uso de ângulos da câmera e em efeitos óticos visando intencionalmente criar mudanças perceptivas na mente do espectador, sugerindo-lhe uma percepção mais abrangente e atual das imagens que estavam sendo projetadas no écran. Vertov sugeria ao espectador uma ampliação do conhecimento adquirido por meio da visualização representativa das imagens. A tela tornava-se um meio a partir do qual o espectador atento poderia sugerir à percepção do espectador o ir além do que estava simplesmente sendo filmado.

Em 1919, Vertov já está reeditando os cinejornais de forma a produzir uma causalidade que não seria visível no puro registro. Através da série de cinejornais Cine-Pravda, o cineasta refina seu estilo, minimizando o registro de eventos para enfatizar a construção do argumento ao falar de um tema em particular: crianças famintas, por exemplo. Vertov não se preocupava em registrar exatamente as mesmas crianças das quais fala a reportagem, podem ser outras; para se referir a um grupo de crianças famintas em dado momento e lugar. Vertov apontava para a fome de ideais de uma criança. (HICKS, RUA, Dziga Vertov: Sua Revolução Particular).

4.3. KAUFMANN/VERTOV

Vertov tinha por objetivo limpar a imagem de qualquer inserção outra que pudesse, de alguma forma, turvar a objetividade completa. A inumana impossibilidade da pupila de cristal da câmera, como costumava afirmar. O Cine-Olho de Vertov não esconde nada, revela tudo. Por não ser humana a ótica da câmara organiza todas as imagens em fragmentos filmados numa ordem rítmica e estética carregada de sentido visual autêntico.

Eu sou Cine-Olho. Eu sou um construtor. Eu te posicionei num espaço extradordinário que inexistia até esse momento. Nesse espaço existem doze paredes que eu registrei em diversas partes do mundo. Justapondo a visão dessas paredes e alguns detalhes consegui a disposição numa ordem que te agrada e edifiquei, de forma adequada, sobre os intervalos, uma cine-frase que é justamente esse espaço. Eu, Cine-Olho criei um homem muito mais perfeito do que aquele que criou Adão. Criei milhares de homens diferentes segundo desenhos distintos e esquemas pré-estabelecidos. Eu, Cine-Olho, tormo os braços de um mais fortes e hábeis. Tomo as pernas de outro melhor construídas e velozes, a cabeça de um terceiro mais bonita e expressiva. E, através da montagem, crei um homem novo. Um homem perfeito: Olho Câmera Realidade Montagem (KAUFMANN, blog Povo de Aruanda).

Podemos resumir suas principais construções teóricas em três noções diferentes e complementares. 1. A montagem de registros visuais e sonoros. 2. O Cine-Olho (Kino-Glaz) um meio de registrar a vida, o movimento, os sons e organizá-los através da montagem. 3. A vida de improviso, rodada sem nenhum tipo de direção documental (KAUFMANN, blog Povo de Aruanda).

A complexidade e ao mesmo tempo a simplicidade extraordinária desta sacada intelectual, dessa simples definição perceptiva da Câmera-Olho (Cine-Olho) equivale, suponho, às descobertas da física quântica e de suas partículas direcionadas pela observação de quem vê uma experiência sendo realizada no tempoespaço da Física.

4.4. ALTAFINI/CATEGORIAS

Dentro do gênero documentário pode-se separar diversas categorias entre elas reportagens, cine jornais, filmes de natureza, filmes institucionais, etc. Neste trabalho o termo documentário foi assumido para conceituar os filmes que utilizam-se de imagens e de personagens "reais" de acordo com sua relevância histórica na evolução da linguagem do gênero (ALTAFINI, Cinema Documentário Brasileiro, rodapé pág.1).

Em todas essas categorias mencionadas do cinema documentário podemos notar a afirmação de que, em todas elas estão presentes os elementos que definem o documento fílmico de fatos históricos: locações nos quais aconteceram os eventos filmados, personagens que fazem parte da realidade histórica de um país, acontecimentos de caráter social, político, policial, econômico ou da realidade trivial. Ações e reações de relevância histórica. Se dialogarmos com a teoria anterior do Cinema-Olho, veremos que esse mesmo documentário histórico poderá seguir as orientações do Cine-Olho de Vertov, sem problema de natureza técnica ou estética. Desde que a percepção da teoria vertoviana das três noções diferentes e complementares, esteja presente.

4.5. BERNADETTE E RAMOS/HISTÓRIA I

A montagem de registros visuais e sonoros é comum a toda e qualquer forma de cinema: documentário ou ficcional. O Cine-Olho depende da intenção estética do autor e/ou diretor do filme ou seja, no registro da vida, de seus movimentos físicos, de sua sonoridade e na organização do material filmado no momento da montagem. Num documentário tipo “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial” a vida da personagem principal não terá sido filmada totalmente de improviso sem nenhum tipo de direção documental. Desde que esses documentos políticos e sociais costumam ter quem os financie e direcione no rumo de seus interesses de investimento. Independente da pluralidade de significados que podem ser captados pelo espectador mais ou menos atento.

Outra questão importante é que essa pluralidade acabou por atenuar as rígidas fronteiras que antes existiam entre os diversos campos de estudo da História, como História Política, História econômica, entre outras, além de estimular a interdisciplinaridade com outras áreas tais como Filosofia, Antropologia, Psicologia e Sociologia, o que, por um lado ampliou os horizontes e as possibilidades, mas, por outro, dificultou as definições teórico-metodológicas (BERNADET e RAMOS, Cinema e História do Brasil).

Falamos, por ocasião dos movimentos artísticos da virada do século XX para o XXI, da importância de encarar qualquer evento sob a ótica de sua pluralidade interdisciplinar. Exemplificamos a pintura cubista de Picasso, sem esquecermos de que todos os outros movimentos artísticos nos aproximam dos objetos de estudo e apreciação estética sob vários ângulos e pontos de vista. Interdisciplinares.

4.6. BERNADETTE E RAMOS/HISTÓRIA II

Jim Sharpe defende a ideia de que todas essas “Histórias” não passam de uma “História” apenas. As divisões que buscam estabelecer os limites de cada área de estudo acabam por separar campos que, na realidade, só podem existir articulados uns com os outros. Não é possível pensar em economia sem as repercussões na política, na cultura, na sociedade. [...]. É difícil estabelecer uma divisão precisa entre um tipo de história e uma abordagem à disciplina em geral: a história econômica, a história intelectual, a história política, a história militar. Todas têm uma eficácia mínima quando contadas em caixas hermeticamente fechadas. Qualquer tipo de história se beneficia de uma abertura no pensamento do historiador que a está escrevendo (BERNADET e RAMOS, Cinema e História do Brasil).

É isto que falta no interior de algumas cabeças que se dizem universitárias. Elas não querem pensar, exceto em termos de ensino médio ou fundamental. Em termos de um disciplina compartimentada e de outra igualmente arquivada enquanto bagagem num outro lugar da mente. Essas mentalidades não sabem ao certo distinguir entre um curso de pós-graduação e uma abordagem teórica que se limita à obediência numa certa direção curricular. Direção curricular mais apropriada ao ensino de crianças e adolescentes do ensino fundamental e médio.

Essas cabeças raramente tomam a iniciativa de um aprendizado que saia fora dos limites impregnados de uma única disciplina. Depois outra. Depois outra. Essa é, sem dúvida, uma abordagem disciplinada por uma mente ociosa, sem motivação de adquirir cultura e conhecimento numa perspectiva de amplitude, profundidade e atualidade. Frequentar um banco escolar ou acadêmico é fácil. A aquisição de conhecimento pertinente à entrada no portal do saber, não é tão fácil. É pra quem está disposto(a) ao exercício da malhação neuronal. Se você não malhar intelectualmente, os neurônios vão ficar sem saber o que poderia ser uma epifania.

4.7. COUTINHO/ALTERIDADE

Toda montagem supõe uma narrativa. Todo filme sendo uma narrativa pressupõe um elemento fonte de ficção. Isso também acontece na História, o que não quer dizer que a História seja uma ficção e que nem o documentário seja uma ficção. Eles são um tipo, se quiserem, um tipo diferente de ficção. E o que eu tento na montagem da estrutura é preservar a verdade da filmagem, que, às vezes, pode ser indicada pela informação da situação da filmagem, da data da filmagem, por elementos bem concretos, pelo confronto do interesse pelo dinheiro. Por um lado você mantém a tentativa de preservar a verdade da filmagem e, de outro, você é obrigado a fazer uma narrativa com elementos de ficção, porque você constrói personagens, conflitos que se resolvem ou não. Então, essa dupla dificuldade do documentário tento preservá-la (COUTINHO, pág. 7, O cinema documentário e a escuta sensível da alteridade).

Lidar com ficção ou com fatos históricos é igualmente estar inserido em conflitos de interesses que se sobrepõem. A fogueira das vaidades queima mais intensamente do que a fogueirinha, por vezes acesa em brasas molhadas pela preguiça de Macunaíma em vencer o sono ancestral e os sonhos ilusórios trazidos pela modorra: o mote de Macunaíma de Mário de Andrade é semelhante ao do caboclo “Jeca Tatu” de Monteiro Lobato: “Tô cum´uma preguiça...”. O cinema documentário histórico ou ficcional (ou ambos) sempre está na balança da antiga dúvida hamletiana: “Tupy ou not tupy: that is the question”.

4.8. MOURA/COMOLLI/VERTOV/GODARD

A potência dos efeitos de realidade elaborados (o sonho de um realismo real) pelo cinema demanda, com efeito, o seu contrário, o retorno obsedante das formas de artificialidade. E a confusão tendencialmente obrigatória da imagem com a coisa, por sua vez, demanda a garantia angustiante dos “limites” da cinematografia, quer dizer, de suas genealogias: jogo com o teatro, a foto, a pintura, o desenho animado, a imagem de síntese, etc. O que o cinema, “arte pura” (Bazin) não para de procurar nas artes ou nas técnicas que o margeiam são, de certa forma, alianças para resistir a essa ideologia indestrutível que quer confundi-lo com a vida para dela sempre se afirmar distinto e separado: conjunto de formas substituíveis e oponíveis à própria vida, tanto mais quanto se parecem com a vida (COMOLLI, p. 246, 2008) — citação do livro de MOURA, O cinema impuro de Dizga Vertov e Jean-Luc Godard, pág. 144: uma análise dos filmes “Câmera-Olho (1924) e Vento do Leste (1969).

CAPÍTULO II

METODOLOGIA

5.1. APROPRIAÇÃO DO REAL DISCURSIVO

— PESQUISA RIDES AGAIN

Fevereiro de 1979. No Morumbi, Corinthians e Guarany decidiam o campeonato paulista. Na galera torciam Lula, Devanir Ribeiro, Janjão e Alemão. Iniciava-se a campanha salarial dos metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. A pauta das reivindicações salariais dos metalúrgicos era de 34,1% além do índice oficial, como reposição das perdas salariais. Vendo a multidão no estádio, Lula teve uma ideia: convocar uma assembleia sindical capaz de lotar um campo de futebol (BETTO, Um pouco da história de Lula).

Podemos observar que neste momento da história de Lula, Lula se escrevia com uma letra “ele”, não com duas. Ele, líder sindical, ao mesmo tempo em que torcedor na galera de jogos de futebol, vestia a camisa do Corinthians, popularizava-se o torcedor e o líder sindical simultaneamente. Evidente que estava sendo assessorado por uma equipe de assistentes e auxiliares que tinham por objetivo torná-lo uma liderança não apenas localizada no ABC das lutas sindicais, mas, principalmente, torná-lo um líder regional e nacional. Com possibilidades de liderança política demagógica nacional que o tornaria presidente da República. BETTO/LULA HISTORY:

13 de março de 1979 oitenta mil metalúrgicos em greve ocuparam o gramado e as arquibancadas do estádio Vila Euclides em São Bernardo do Campo. Sem microfone, Lula tinha o seu discurso repetido pelos que o ouviam, como ondas sucessivas de um lago atingido por uma pedra. Dois dias depois, quando 170 mil trabalhadores já estavam parados em todo o ABC, a greve foi considerada ilegal. Na madrugada de 22 de março para 23, enquanto os metalúrgicos permaneciam em vigília no sindicato, de Brasília o ministro do trabalho, Murilo Macedo, falava com o governador paulista Paulo Maluf. Pouco depois tropas da Polícia Militar garantiam a intervenção no sindicato (BETTO, Um pouco da história de Lula).

O país vivia uma carência visceral de oposição aos desmandos da ditadura militar. O país estava entregue há duas décadas a um regime truculento e despótico que abominava a palavra democracia. E a proibia de ser pronunciada. Aquele que a pronunciasse, até em conversas de bar, poderia ser imediatamente preso e conduzido a uma masmorra da ditadura se acusado por alguém da mesa ao lado, através de um telefonema ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). A tirania da ditadura e seus esquemas de repressão à liberdade de expressão estavam em plena vigência opressiva.

Nesse contexto histórico altamente favorável ao surgimento de uma voz de oposição que representasse as demandas de um povo calado à força com pano de boca na boca, para não falar, com venda nos olhos para não ver, com tampões de ouvido para não escutar, extremamente humilhado, impotente, destruído moralmente e assolado pela opressão da ditadura militar, surgia Lula da Silva que falava e dizia da necessidade de enfrentamento da opressão e do arrocho salarial aos trabalhadores do ABC. Essa voz de oposição repercutia no país inteiro. Um país altamente oprimido, de eleitores que há duas décadas não podiam eleger ninguém. De políticos que, como crianças obedientes ao paizão militar, se curvavam às ordens dos quartéis, seus bumbuns avermelhados pela chibata dos generais e coronéis da pancadaria, como crianças, os políticos e os membros dos outros poderes, obedeciam ao paizão ora chamado de presidente Figueiredo.

Algumas dessas crianças do Congresso Nacional começaram a reagir aos desmandos do paizão da “nação”, general João Batista de Oliveira Figueiredo. As bundas dessas crianças políticas que supostamente representavam o povo eleitor brasileiro, estavam vermelhas de tanto apanhar sob a chibata dos representantes políticos e policias da ditadura militar. Depois de duas décadas de pancadaria, as nádegas políticas dos supostos representantes do povo eleitor, começaram a apanhar também desse povo eleitor que cobrava uma atitude de resistência política, uma resposta civil ao despotismo e à tirania que já se prolongavam por duas décadas.

5.2. PESQUISA.COM/DIRETAS JÁ

A liderança sindical de Lula da Silva no ABC, até então isolado pregador da insurreição contra as autoridades militares que oprimiam os trabalhadores sindicalizados da indústria automobilística, e seus ferreiros, vinha agora somar-se outros nomes de crianças insurgentes que se manifestavam contra a chibata de seus feitores militares da ditadura:

Introdução: Diretas Já foi um movimento político democrático com grande participação popular que ocorreu no ano de 1984. Este movimento era favorável e apoiava a emenda do deputado Dante de Oliveira que restabeleceria as eleições diretas para presidente da República no Brasil. Manifestações populares: durante o movimento ocorreram diversas manifestações populares em muitas cidades brasileiras como, por exemplo, passeatas e comícios. Estes eventos populares contaram com a participação de milhares de brasileiros (Sua Pesquisa.com — Diretas Já).

Inconformados com uma prolongada dominação política, ideológica, social e econômica fora de qualquer padrão institucional aceitável de civilidade, cidadania e democracia, os eleitores brasileiros, cada dia menos resignados e incomodamente submersos na tirania do regime militar, agora não mais reagiam como crianças debilitadas e humilhadas pelo suposto paternalismo dos representantes das milícias treinadas pelos interesses políticos e econômicos do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O povo eleitor exigia o fim dessa dominação. Nos porões da ditadura, representantes do poder político central das lideranças latinas e sul americanas da “Operação Condor” aprendiam métodos de tortura com os oficiais das forças armadas dos Estados Unidos.

5.3. PESQUISA.COM/DIRETAS JÁ

Participações: — O movimento das “Diretas Já” contou com o apoio de diversos políticos da época como, por exemplo, Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, José Serra, Mário Covas, Teotônio Vilela, Eduardo Suplicy, Leonel Brizola, Luis Inácio Lula da Silva, Miguel Arraes, entre outros. Teve também a participação de artistas, jogadores de futebol, cantores, religiosos, entre outros (Sua Pesquisa.com — Diretas Já).

Quem marionetizava ideologicamente os militares brasileiros? Por que eles se insurgiram contra os princípios democráticos e institucionais considerados civilizados pela tradição da economia política desde os gregos? Os militares das américas do sul e latina foram orientados pela Escola das Américas, criada em Fort Amador, no Panamá, enquanto mecanismo de dominação política e econômica em defesa dos interesses da Doutrina de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América.

5.4. WHINSEC-SEAL/ESCOLA DAS AMÉRICAS

A Escola das Américas foi inicialmente criada em Fort Amador, no Panamá, como parte da iniciativa da conhecida Doutrina de Segurança Nacional. Sua denominação inicial foi "Centro de Adestramento Latinoamericano - Divisão da Terra" ("Centro de Adiestramiento Latinoamericano - División de la Tierra"). Sua missão principal era a de fomentar cooperação ou servir como instrumento para preparar as nações latino-americanas a cooperar com os Estados Unidos e manter assim um equilíbrio político contendo a influencia crescente de organizações populares ou movimentos sociais de esquerda (WHINSEC-Seal.png Wikimedia Commons).

A Escola das Américas, também conhecida como “Escola de Assassinos” é criação do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Treinou militares em todos os países americanos. Treinou e treina militantes das forças armadas desses países no sentido de defender interesses políticos, jurídicos, ideológicos e econômicos do Complexo Industrial Militar. Estão em seu “curriculum mortis causa” o assassinato do presidente JFK, de líderes de movimentos sociais de minorias dentro dos próprios Estados Unidos a exemplo de Malcolm X e Marin Luther King.

Responsável pelas sangrentas ditaduras militares em todos os países sul e latino americanos nas décadas de 60/70/80. Em seu “curriculum mortis causa” estão assassinatos de jornalistas, políticos, líderes sindicais, líderes civis pela prevalência dos direitos individuais garantidos pela Constituição de seus respectivos países.

5.5. WHINSEC-SEAL/ASSASSINATO

No dia 25 de fevereiro de 1982, o povo chileno recebeu a notícia de um dos mais brutais crimes cometidos pelo Estado. Tucapel Jiménez, dirigente sindical e militante do Partido Radical, foi barbaramente assassinado, com cinco tiros na cabeça e três cortes na garganta, por membros da Central Nacional de Informação (serviço policial de inteligência durante a ditadura do General Augusto Pinochet). O impacto do crime expôs a crueldade do regime e forçou o debate sobre a redemocratização do país (WHINSEC-Seal.png Wikimedia Commons).

5.6. WIKIPEDIA.ORG./DITADURA BRASIL

No Brasil, entre muitos assassinatos de jornalistas pela ditadura, o do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI-CODI obteve ampla cobertura da imprensa. A ditadura militar no Brasil ainda não foi devidamente responsabilizada pela devastação, violenta e abusiva, dos direitos políticos de individuais de cidadania dos eleitores brasileiros. A ditadura militar para se estabelecer, depôs o governo democrático de um presidente da República eleito via voto popular. A ditadura militar destituiu os brasileiros de seus direitos básicos, ao suprimir seus direitos e garantias individuais através de sucessivos atos institucionais.

Entre 1968 e 1978, sob vigência do AI-5 e da Lei de Segurança Nacional de 1969, ocorreram os chamados Anos de Chumbo, caracterizados por um estado de exceção total e permanente, controle sobre a mídia a educação e sistemática censura, prisão, tortura, assassinato e desaparecimento forçado de opositores do regime. A prisão arbitrária por tempo indeterminado (suspensão do habeas corpus) e a censura prévia foram especialmente importantes para a prática e acobertamento da tortura. A legalidade democrática, porém, só foi estabelecida a partir de 1988, com a Assembléia Nacional Constituinte e as eleições diretas para o poder legislativo e o poder executivo em nível municipal, estadual e federal (WIKIPEDIA.org. Regime Militar no Brasil).

No projeto de filmagem do documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial”, o contexto histórico dos acontecimentos que conduziram o sindicalista Lula da Silva ao poder político máximo do país, à presidência da República, não pode ser descartado do documentário, sob pena do mesmo descontextualizar os eventos sindicais e pós-sindicais das greves dos metalúrgicos por ele lideradas, que permitiram ao mesmo personagem tornar-se uma liderança não apenas localizada no ABC, mas uma liderança política nacional. Todos esses eventos políticos estão interligados e interdependentes de um contexto histórico mais abrangente e determinado por interesses econômicos que estão além da compreensão do espectador menos informado. Os contatos de Lulla Traíra com as lideranças superabonadas da New World Order, precisam ser mostradas via Câmera-Olho documental, de modo que não haja dúvida quanto ao comprometimento político desse ex-presidente Analfabeto com interesses que nada têm de nacionais e brasileiros.

5.7. WIKIPEDIA.ORG./DITADURA BRASIL

A partir de 1975, o regime civil-militar brasileiro aliou-se secretamente aos regimes semelhantes no Ditadura de Pinochet, Regime militar paraguaio, Regime militar uruguaio, e, a partir de 1976, Regime militar argentino, para a implementação da Operação Condor. Consistia em um plano secreto de extermínio da oposição política aos regimes de extrema-direita do Cone Sul e na Europa, cujos resultados foram, no mínimo, 85 mil mortos e desaparecidos e 400 mil torturados além de mais de mil estrangeiros expulsos do Brasil. O regime militar brasileiro foi considerado o líder da Operação Condor (WIKIPEDIA.org. Regime Militar no Brasil).

Para que esse projeto de filme documentário seja realizado com competência, o ex-presidente Lulla Beija-Mão precisa ser entrevistado sobre os compromissos assumidos por ele com as forças políticas e econômicas que o mantiveram no poder por dois mandatos, e que o mantém no poder político do país com a eleição e ameaça de reeleição de sua candidata de partido a presidente Dilma Roussef.

Nesse projeto de filme documentário Lulla Traíra precisa explicar ao eleitor brasileiro (que possui o direito de saber) que compromissos políticos e econômicos foram assumidos por ele em seus contatos de bastidores com líderes mundiais que fazem parte do programa de implementação da New World Order. Por que Lulla Traíra precisa ser divulgado elogiando as metas globalizadas de dominação planetária, ainda totalmente obscuras, do poder pelo poder da New World Order. O que acredita elle, Lulla Traíra ser a Nova Ordem Mundial? Por que, em seus discursos nas instituições internacionais ele faz questão de mencioná-la sob a batura de elogios que, ao observador mais atento, parecem absolutamente gratuitos? Lulla Traíra é sempre muito aplaudido nos eventos internacionais quando menciona a necessidade de instauração da New World Order.

5.8. WIKIPEDIA.ORG./DITADURA BRASIL

A Comissão de Anistia, desde 2001, recebeu 70 mil requerimentos de compensação por perseguições sofridas durante o governo militar. Estima-se que, no mínimo, 50 mil pessoas foram presas, no mínimo 20 mil torturadas, e outras milhares foram exilados e cassadas. Expulsões das universidades e do serviço público eram outros instrumentos de repressão política (WIKIPEDIA.org. Regime Militar no Brasil)..

O projeto de documentário precisa fornecer ao público eleitor brasileiro, não apenas as realizações do “estadista” Lulla Traíra, construtor de estádios de futebol modelo FIFA, mas a informação de por que os governos de Lula Traíra e de sua sucessora, a presidente Dilma Roussef não conseguiram, ainda, transcorridos 12 anos de governo, conduzir ou condenar juridicamente em banco dos réus nos tribunais de terceira instância, nenhum único general da ditatura militar que ele, supostamente, tanto criticou em seus discursos no período de líder sindical, assim como no tempo transcorrido de sua propaganda de palanque nos discursos por sua primeira eleição presidencial. Elle, que tanto acusou seus então adversários de terem sido coniventes com a tortura e os desmandos inconstitucionais da ditadura militar.

5.9. WIKIPEDIA.ORG./DITADURA BRASIL

Votação e decepção popular: Em 25 de abril de 1984, a emenda constitucional das eleições diretas foi colocada em votação. Porém, para a desilusão do povo brasileiro, ela não foi aprovada. Eleições indiretas: Em 15 de janeiro de 1985, ocorreram eleições indiretas e Tancredo Neves foi eleito presidente do Brasil. Porém, em função de uma doença, Tancredo faleceu antes de assumir o cargo, sendo que o vice, José Sarney, tornou-se o primeiro presidente civil após o regime de Ditadura Militar (1964-1985). As eleições diretas para presidente do Brasil só ocorreriam em 1989, após ser estabelecida na Constituição de 1988 (WIKIPEDIA.org. Regime Militar no Brasil).

Esse projeto de filme documentário precisa ter acesso à pessoa do ex-presidente da República, Lulla Traíra, para que o mesmo justifique ou não, sua atitude política absolutamente contrária aos interesses democráticos de cidadania do eleitor brasileiro, ao assumir publicamente no Jornal Nacional e em outros, a defesa do também ex-presidente da República José Sarney, quando todos os eleitores brasileiros, via manifestações públicas, queriam Sarney fora da presidência do Senado logo após os muitos escândalos, incluindo o de nepotismo, através da nomeação de parentes e protegidos, em cambalachos via atos secretos. Sarney, o empregador de parentes que transformou o Senado Federal sob seu comando, comunicação e controle, num pensionato particular para seus interesses exclusivamente privados.

5.10. YOUTUBE/LULA MALHA OS SARNEYS I

Agora leiamos trecho da transcrição do discurso de Lula da Silva em campanha no Maranhão:

Eu quando leio na Folha de São Paulo que a Roseana (Sarney) é uma governadora aceita pelo povo do Maranhão (ouvem-se as vaias do público, muitas vaias que interrompem seu discurso)... Eu conheço o Maranhão, gente... Eu já andei de carro e de ônibus nesse estado, aí eu fico imaginando por que ela (Roseana Sarney) aparece bem nas pesquisas? Sabem por quê? Porque a Globo no Maranhão é do pai dela, o SBT é do Lobão, a Bandeirantes é de não sei de quem, vocês veem as televisões falando bem deles o tempo inteiro. É por isso que essa gente sempre aparece bem nas pesquisas, por que passa o tempo inteiro, descaradamente, mentindo na televisão (YOUTUBE, vídeos do debate youtube.netnew1).

Podemos observar que Lula da Silva fazia discursos a partir dos quais os eleitores brasileiros tinham razão ao acreditar em suas promessas de campanha. Nos compromissos éticos e moralizantes de transparência dos candidatos de seu partido. Ele dizia verdades incontestáveis. O povo eleitor do Maranhão vive, há muito, escravizado pelos interesses políticos, administrativos, sociais e econômicos que visam apenas favorecer os membros da oligarquia Sarney no estado do Maranhão. Lula da Silva afirmava essas verdades. Como não acreditar nele? No Lula da Silva? Quem poderia dizer que Lula da Silva era apenas uma máscara do Lulla Beija-Mão? Do Lulla Traíra?

5.11. YOUTUBE/LULA VERSUS COLLOR

No debate contra Collor, Lula da Silva respondeu à pergunta de seu adversário. Collor: — Como é que ele recebe, e como é que ele se sente recebendo o apoio para sua candidatura do senhor José Sarney e do senhor Moreira Franco governador do Rio de Janeiro? Resposta de Lula da Silva: — Primeiro é importante dizer para a sociedade brasileira que pouca gente nesse país a sociedade sabe perfeitamente disso, que ninguém brigou contra a Nova República como eu briguei. Consequentemente brigar contra o Sarney como eu briguei. Todo mundo sabe publicamente que sou adversário político e ideológico e partidário do governador Moreira Franco (YOUTUBE, vídeos do debate youtube.netnew1).

Lula da Silva parecia muito incômodo ao pronunciar sua resposta. Ao invés de dizer que não seria conivente com a política de cambalachos e esquemas por trás dos bastidores, que aceitava os apoios sem com isso se comprometer com trapaças e gastos com dinheiro público em proveito próprio, tal como fez Collor em seus governos estaduais, usando verbas secretas de gabinete para compras milionárias com dinheiro público, de renovação de seu guarda-roupa particular, Lula da Silva mostrou-se, ao contrário, muito embaraçado em suas argumentações responsivas.

5.12. YOUTUBE/LULA MALHA SARNEY II

Lula da Silva (ao continuar a responder a pergunta de Collor): — [...] Eu discordo do presidente Sarney enquanto presidente incapaz de levar à frente uma transmissão que ele ganhou de mão beijada [...] ele foi incapaz de fazer com que a classe trabalhadora brasileira pudesse acreditar na recuperação de seu salário, na recuperação de seu poder aquisitivo. Sarney foi incapaz de dar a este Brasil um nome no exterior, fazendo com que o Brasil passasse a ser respeitado. Ele (Sarney) foi incapaz de ter uma política correta com relação à dívida externa. Mesmo quando ele foi decretar a moratória não foi por vontade política, foi por reconhecer que o país já estava falido. São por essas coisas que eu sou adversário político e ideológico do presidente Sarney [...] Na verdade eu acho que o presidente Sarney está tão em cima do muro que ele até erre o voto dele no dia da eleição, dia 17 de dezembro (2° turno). Espero que ele (Sarney) vote corretamente após tantos os males que causou ao Brasil (LULA, youtube, vídeos do debate youtube.netnew1).

5.13. LULLA TRAÍRA E A NOVA ORDEM MUNDIAL

Para o bom observador meia observação basta. Lula da Silva nem havia ainda chegado à presidência da República e já estava mostrando pronunciada tendência às conformidades com acordos por debaixo dos panos. Tipo os acertos de apoio político entre ele, Sarney e Moreira Franco. O Lulla Beija-Mão e o Lulla Traíra já davam conta de suas presenças sub-reptícias, fraudulentas, ilícitas. Lulla Traíra saltou do universo carente de recursos de um trabalhador metalúrgico para o mundo dos supermilionários após os mandatos de presidente da República.

O documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial” precisa enfatizar o foco nas forças políticas e sociais da ditadura com João Figueiredo presidente da República e Paulo Maluf governador de São Paulo. A repressão ao movimento grevista fora implacável. Vila Euclides fechada pela força policial da ditadura militar. Lula da Silva obteve a permissão de reabrir o estádio. Houve trégua de 45 dias no movimento grevista.

5.14. BETTO/LULLA HISTORY

Posteriormente, cento e cinquenta mil trabalhadores participaram, na Vila Euclides, do acontecimento público no início do período de trégua que aconteceu simultaneamente no dia 1° de maio. Vinícius de Moraes declamou a plenos pulmões “O Operário em Construção”. Enquanto os jornais publicavam a morte por afogamento no litoral paulista do delegado chefe do Esquadrão da Morte, Sérgio Paranhos Fleury (BETTO, Um pouco da história de Lula).

Ao final da trégua, a 13 de maio, assinou-se um acordo razoável entre empresas e sindicato, a intervenção foi suspensa e a greve encerrada. Embora reduzidos os ganhos salariais, o saldo político do movimento liderado por Lula fora significativo. Ao mobilizar todo o seu potencial repressivo, o governo revelara aos trabalhadores o seu caráter ditatorial (BETTO, Um pouco da história de Lula):

Com a intervenção do governo viera à tona a subserviência do poder público às multinacionais e, do ministério do Trabalho, à Fiesp. A Lei de Greve ficou desmoralizada: a liderança de Lula e de seus companheiros de diretoria conquistara mais representatividade, pois mesmo com o sindicato sob intervenção eles foram reconhecidos pelo governo e os patrões como únicos interlocutores legítimos (BETTO, Um pouco da história de Lula).

No segundo momento desse projeto de documentário “Lulla Traíra e A Nova Ordem Mundial”, as relações políticas e sociais entre o ex-presidente e líderes mundiais que ensejam o surgimento e o estabelecimento da New World Order, são evidenciadas em seus contatos com pessoas da “elite” econômica globalizada, com ênfase em suas falas de apoio incondicional à mesma NWO por Lulla Beija-Mão, sem que este mostre saber, em nenhum momento, seu significado político, econômico e policial de dominação social atroz. Dominação globalizada e militar do planeta Terra pelo Complexo Industrial Militar dos Estados Unidos.

6.1. PROCEDIMENTOS FINAIS DE PRODUÇÃO

Vamos ser pleonásticos com o objetivo de reafirmar que o Roteiro de um filme documentário permanece em aberto até o processo de montagem do copião.

Após a identificação dos procedimentos e metas de produção, há a etapa de análise do público alvo. Fatores de condição social a econômica, grau de instrução, sexo, idade, localização geográfica são informações relevantes. Nesse projeto de documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial”, todo o país está potencialmente envolvido no interesse de assistir o filme, desde que o ex-presidente intervém nos interesses dos eleitores brasileiros.

O projeto desse documentário não pode ignorar o Programa Bolsa-Família de transferência direta de renda que, supostamente, beneficia mais o próprio Lulla Traíra do que às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza em todo o país que dele hipoteticamente, se beneficiam.

Sabemos também que o Bolsa-Família é uma soberba forma de compra de votos para Lulla Traíra que ignora o fator principal desse programa de suposto benefício às crianças em idade de formação escolar. Esse projeto de filme documentário, objetiva desmascarar a fragilidade social e econômico-social desse programa de demagogia eleitoral. Ele não melhora um mínimo as condições daqueles responsáveis pelo processo de educação e formação escolar das crianças supostamente por ele beneficiadas.

Esse projeto de documentário deve focar na fragilidade social das metas da Bolsa-Família (BF). Essa Bolsa não melhora o salário dos professores, nem promove a dignidade social dos mesmos, professores, como pode haver melhoria de qualidade do ensino? Se o professor está nivelado aos salários dos garis da limpeza pública? Sem querer desmerecê-los, os garis.

Por que não usar todo esse dinheiro da BF para criar condições de ensino a partir da valorização dos professores e no estabelecimento de um plano nacional de metas no ensino fundamental e médio? E mudar os paradigmas da educação de péssima qualidade no país? O projeto de documentário precisa focar na demagogia do argumento de que a garantia de renda mínima traz a inclusão social dessas famílias e o acesso aos serviços públicos. À educação inclusiva.

Na realidade esse projeto de documentário deve fazer ver aos espectadores potenciais, que o BF garante a compra de votos com dinheiro público para o ex-presidente Lulla Traíra. Que, dessa forma, garante uma farsa de democracia, desde que, com ela, BF, haverá a perpetração da farsa de que esse programa melhora a qualidade de vida e de educação de seus beneficiários.

O projeto de documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial”, ao mostrar que a oposição ao partido do ex-presidente teme focar nas debilidades da BF por medo de, ao criticá-la, perder os votos daqueles eleitores por ela supostamente beneficiados, posiciona as cartas de jogar do tarô político na mesa. Há quatro cartas sobrando na manga da camisa de todos os participantes da mesa redonda do Palácio do Planalto onde dona Dilma presidente é o banqueiro do Cassino Central do Brasil.

Esse projeto documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial” vai mostrar ao eleitor brasileiro que, ao invés do exercício da cidadania, o Mensalão BF encabresta, mental, emocional e intelectualmente a população em idade escolar, mantendo-a presa à camisa de força dos mais antigos padrões do coronelismo político que prepara gerações e gerações de crianças e adolescentes para a adesão ao tráfico e à prostituição como sendo alternativas para suas vidas secas de escolaridade pertinente ao desenvolvimento intelectual e emocional das mesmas.

CAPÍTULO 3

7.1. CONCLUSÃO:

LULLA: DE LÍDER

SINDICAL A CORONELÃO

O foco de interesse principal do documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial”, visa promover o efeito de fazer o espectador encarar a realidade política nacional atual do ponto de vista de um cidadão voltado para a consecução de seus sentimentos de zelo por sua qualidade de vida material, moral, intelectual, emocional, enquanto partícipe de uma comunidade política, econômica e social voltada para a afirmação de seus interesses de reciprocidade entre eleitores e governantes.

O resultado desse documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial”, depende de como o autor do Roteiro de filmagem e responsável pela condução da montagem do material de pesquisa histórica disponível, vai organizá-lo no sentido de obter os resultados sociais de forma a disponibilizá-los para a plateia nacional submersa na propaganda deletéria de um governo que visa apenas a satisfação de seus interesses em se manter política, econômica e juridicamente no poder. Pelo poder.

Certamente a intenção de fazer pensar o espectador as suas próprias condições de marionete de jogos políticos, precisa ser avaliada ao final do primeiro copião do filme.

O projeto do filme documentário “Lulla Traíra E A Nova Ordem Mundial” ao atingir o objetivo de mostrar ao espectador que interesses estão por trás das mais deletérias intenções políticas camufladas nas, supostamente, boas intenções de um programa social de distribuição de renda e presença dos filhos nas escolas, terá conseguido atingir seus objetivos de alertar o espectador para a cidadania devastada pela entrega de seus descendentes ao Mensalão social deletério da Bolsa-Família.

Esse projeto de documentário cinematográfico objetiva conseguir a imersão do espectador no ambiente contaminado pelo interesse particular de pessoas que fazem acontecer os partidos políticos enquanto instrumentos de enganação pessoal e coletiva dos eleitores e de perdição prematura de gerações e gerações de crianças e adolescentes à mercê de uma miséria de filosofia política que, em última análise beneficia apenas seus próprios interesses de se manter no poder. Pelo poder.

Suponho que não é preciso lembrar ao leitor deste trabalho que as questões éticas são essenciais nos filmes documentários.

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

AKERMAN, Karen, LOBATO, Rosana. Dziga Vertov, O Revolucionário, Editora Eclética, 1998, Santos.

ALTAFINI, Thiago, Cinema Documentário Brasileiro: evolução histórica da linguagem. Disponível em: www.bocc.ubi.pt/...Altafini-thiago-Cinema-Documentário-Brasileiro.pdf.

BERNADET, Jean-Claude e FREIRE RAMOS, Alcides. Cinema e História do Brasil, (Coleção Repensando a História). Editora Contexto, 1988, São Paulo.

BETTO, Frei, Um Pouco Da História De Lula, Blog Cabresto Sem Nó, sábado, 27/07/2013.Disponível em: http://www.ocabrestosemno.com.br/index.php?option.

COUTINHO, Eduardo, O Cinema Documentário e a Escuta Sensível da Alteridade. In Ética e História Oral, Revista da Pós-PUC/SP, n° 15. EDUC 1997, São Paulo.

FILHO, Mário, postado em youtube.vídeos, O que Lula dizia dos Sarneys. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=M3ituI8y5qg.

GUZMÁN, Patrício. O Roteiro No Cinema Documentário, disponível em: PT.scribd.com/doc/.../.

HICKS, Scott. Parágrafo de citação na RUA: Revista Universitária do Audiovisual, artigo: DZIGA VERTOV: Um Cineasta, Sua Revolução Particular. Universidade Federal de São Carlos, 15/10/2012, São Carlos: http://www.rua.ufscar.br/site/.

MOURA, Maíra Bueno, O Cinema Impuro de Dziga Vertov e Jean-Luc Godard — Uma análise dos filmes Câmera-Olho (1924) e Vento do Leste (1969). — Revista Científica da Faculdade de Artes do Paraná (FAP), página 133, 2011, Curitiba.

NICHOLS, Bill, Introdução ao Documentário, Editora Papirus, Campinas, 2005, São Paulo.

PESSOA, Frederico Augusto Vianna de Assis. O Lugar Fora do Lugar: topografias sonoras do cinema documentário. Dissertação aduzida na Escola de Belas Artes (Mestrado em Artes), Universidade Federal, 2011, Minas Gerais.

SANTOS, Diogo Gomes dos, Sobre Roteiro Para Filme Documentário, disponível em: http://diogo-dossantos.blogspot.com.br/p/sobre-roteiro-para-filme-documentario.htm.

VERTOV, Dziga, El cine Ojo, Textos e manifestos. Editorial Fundamentos, Madri, 1973.

WIKIPEDIA.org. Regime Militar no Brasil. Último debate Lula versus Collor, 1989. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Regime_militar_no_Brasil

WIKIPEDIA, http://pt.wikipedia.org/wiki/Vladimir_Herzog: bibliografia, primeiros anos, educação e profissão, prisão e morte.

YOUTUBE, Vídeos, Lula fala mau de Sarney — 1989 — Lula defende Sarney em escandalo.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 28/04/2014
Reeditado em 28/04/2014
Código do texto: T4786249
Classificação de conteúdo: seguro