O delinear da escrita íntima
" Escrever é como despir-se (...)", as letras flutuam nas folhas, assim como o lápis desenha os meus sentimentos. É impossível não querer que as minhas palavras não me exponham, é inevitável que elas me arranquem peça por peça de roupa, retiram as minhas vestimentas e exemplificam a fragilidade e a delicadeza que há por trás da menina que transparece ser forte.
Além de ser pura ingenuidade querer que meus textos proporcionem reações idênticas. Muitas palavras que me emocionam ou me fazem rir, também causam repulso e contrariam. Geram polêmicas e desconforto, acabam que, de uma forma ou de outra, me tornam vulnerável. Por isso preferia deixá-las cobertas e protegidas, para que nem mesmo eu as reconhecesse.
Por que não mostrar quem eu realmente sou? Esconder meus sentimentos, meus desejos e minhas criações sempre fizeram parte dos meus dias. Entretanto, ao escrever, mesmo que eu ao entardecer despreze-os, sinto a liberdade, uma forma de desabafo. Nestes textos, faço o delinear dos meus princípios, das minhas pretensões, as criações das minhas fantasias...
Decidi expor para compartilhar meus pensamentos mais íntimos e compreender o universo que eu tanto idolatro. A melhor parte de mim transcende da arte de escrever, a outra crio nos meus sonhos.