O Sonho Lacaniano de Camila (ROTEIRO DE CINEMA)

ARGUMENTO:

Camila, 25, aparência adolescente, sonhou que passarinhos saíam da vagina. Esses partos espontâneos não sugeriram desenvolvimento fetal. Encontrava-se ela de cócoras no sofá da sala de jantar e olhava para a calcinha preta sendo bicada por passarinhos que começaram a sair do colo do útero pela vulva. Ao cruzar a linha da calcinha começavam a voar em seu redor.

Camila sai em busca de uma amiga no apartamento dela no bairro dos Jardins. Queria contar seu sonho, mas não a encontrou no apartamento. Não encontrando a mesma, sentindo-se oprimida pela presença de uma conhecida com a qual não simpatizava, resolve sair apressadamente em direção ao divã do analista. Estava apreensiva. E quase na hora do começo da análise. Dirige-se ao consultório do analista em local próximo.

Após muitos conflitos internos, resolve contar seu estranho sonho ao psiquiatra. O analista ouve calado, fazendo suas anotações. No final da sessão ela, desculpando-se, atende o telefonema da amiga no celular. A amiga por sua vez narra rapidamente um sonho que teve. Camila diz que depois liga para ela, desliga o celular e transmite o sonho de Edna ao psiquiatra que, após ouvi-lo, dá algumas dicas. Vagas dicas de interpretação.

Depois que ela sai da sessão, o psiquiatra grava alguns comentários sobre a interpretação psicanalítica do “Sonho Lacaniano de Camila”.

SINOPSE:

Camila, muito apreensiva, busca em sua amiga Edna Manhattan Nestor, um apoio psicológico para a interpretação pessoal de um estranho, mórbido e estético sonho. Não a encontrando em seu apartamento, dirige-se ao consultório do psiquiatra e, após várias atitudes de indecisão, resolve narrar o sonho ao médico antes mesmo de conversar com ela, Edna. O tempo da análise havia terminado. Ela atende a um telefonema desculpando-se por ter esquecido o celular ligado. A amiga Edna fala dizendo ter tido, enquanto dormia, uma enigmática sequência de fenômenos psíquicos que, de algum modo, mantinham correspondência com seu próprio fenômeno onírico. Ela sintetiza verbalmente o sonho da amiga e o médico sugere que houve sincronicidade (Jung) entre ambos os eventos. Oníricos.

FADE IN

1. INT. DIA. RUA AUGUSTA. BAIRRO JARDINS. SÃO PAULO

CAMILA busca ansiosamente a amiga EDNA dirigindo-se ao apartamento de MARTA após estacionar o carro. No rosto a presença do desejo de expor seu sonho. Ela busca encontrar apoio na amizade entre elas, antes de expor o sonho ao psiquiatra.

2. INT. DIA. JARDINS. APARTAMENTO

CAMILA aperta a sineta. Ao adentrar o apartamento de MARTA, após beijinhos e cumprimentos, senta-se e se depara com certa provocação dela:

MARTA

(provocativa)

Tudo em sua família parece certinho

demais. Pelo menos de seu ponto de

vista.

CAMILA

(afirmativa)

Vivo num ambiente familiar harmonioso,

onde descascar uma cebola na cozinha

parece uma delícia sem fim. Vou ter de

sair agora, senão perco a hora de

cinquenta minutos, mais ou menos,

dependendo da disposição do analista.

3. INT. DIA. CONSULTÓRIO DO PSIQUIATRA

Camila, mãos apertam-se, ela desliza os dedos por sobre os braços. O pescoço gira de um lado para outro, os olhos sondam por cima o psiquiatra, lábios se comprimem, cruza as pernas e as descruza logo depois. Sempre a olhar fixa e interrogativamente o médico.

CAMILA

(incômoda)

Não sei se é certo contar esse sonho.

Muito íntimo. Foro íntimo. (Calou-se

e voltou a olhar desconfiada para o

médico). Preciso mesmo contar esse

sonho? (Os pés separaram-se, os joelhos

comprimiram-se. Baixando o queixo

levantou os olhos interrogando o dr.

que permanecia impassível).

PV DO PSIQUIATRA

(indiferente e interrogativo)

PV DE CAMILA

(desconfiada)

Camila fixa o rosto do médico. (V. O.):

“Olha a cara do sem vergonha. Ele quer que eu

conte. Esse sonho é muito comprometedor. Olha

o jeito que o filho da puta tá me olhando. Esse

sonho me faz parecer oferecida. Falar de meu

xibiu para esse sacana. Não! Não vou não! Olha

como ele está curioso. Mas disfarça bem!”.

CAMILA

Subitamente Camila abre a boca. Os lábios movem-se querendo dizer, mas não dizem.

PSIQUIATRA

Levanta os dedos destros até o queixo.

CAMILA

Para de hesitar e se abre de uma vez:

Sonhei que saía passarinho de meu

xibiu. Não, não um passarinho. Vários,

sei lá, dezenas, centenas. Mas não doía

nada. Eu ficava acocorada no sofá da

sala e olhava a calcinha preta rasgada

pelo bicar dos passarinhos que saíam

do canal vaginal... Estava tão, tão, como

dizer? Superlativamente espantada e ao

mesmo tempo encantada na contemplação

desse fenômeno, que pareci satisfeita com

a visão dos bichinhos saindo, alados, da

vagina.

CAMILA

Tá entendendo doutor? Saíam passarinhos

De lá de dentro. Do vinco. Da racha.

Entende? (Ela aponta o dedo indicador destro

em direção à vagina).

PSIQUIATRA

Recosta-se no espaldar da poltrona.

CAMILA

Um após o outro, eles esvoaçavam

pela sala. Ganhavam espaço pelo

terraço e se dirigiam a algum lugar

predeterminado que eu não tinha

ideia de onde seria. Para onde

estavam se dirigindo ao celebrar

os movimentos em desassossego

das asinhas.

4. INT. DIA. SOFÁ. SALA. APARTAMENTO DE CAMILA

CAMILA

(Flashback do sonho) De cócoras no sofá, ela olha os orifícios na calcinha preta rasgada pelas bicadas dos passarinhos que continuavam a promover a inquietação das asas. E logo depois voavam em direção ao mundo além dos limites da janela do apartamento.

5. INT. EXT. DIA. SALA DO APARTAMENTO. PAISAGEM EXTERNA

(Flashback do sonho) Perplexa, Camila acompanha com os olhos atentos de espanto e admiração os pássaros ganharem espaço a voar pelas ruas, praças e avenidas da cidade. Sempre em direção a um lugar que ela não sabia onde. Quando levanta-se do sofá pisa no chão de cimento de uma necrópole.

6. INT. EXT. DIA. APARTAMENTO. PAISAGEM EXTERNA

CAMILA

Os pássaros mostravam-se imensamente

agitados. Pareciam felizes. Súbito o sofá

estava num cemitério. Ai meu Deus! Entre

lápides, mausoléus e sepulturas. Apurei o

ouvido para saber por que razão a sonoridade

não chegava mais próxima e intensa. Mais

condizente com a pouca distancia em que

alguns estavam. Seus gorjeios eram trinados

melodiosos ouvidos como se estivessem,

não ao redor, mas num lugar distante.

PSIQUIATRA

O médico entrefechou as pálpebras como quem a observa de longe.

CAMILA

Ouvi e, admirada, vi milhares de passarinhos

saídos de outros apartamentos em outros lugares

vizinhos ao prédio onde habito. Os espaços estavam

conquistados pelos movimentos e a música das aves.

Pareceu-me estar participando de um evento em que

milhares, talvez milhões de outras mulheres também

estivessem passando pela mesma situação de

parturientes de pássaros. Algo tipo suspense de

Hitchcock... Pairava no ar.

7. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO. DIVÃ

CAMILA

Estendendo-se de corpo inteiro no divã, ela olha fixo um ponto do teto.

Por que voavam em direção a algures. Para algum

algum lugar eles estavam a voar. Com suas cores

e seus cantos. Descobri depois que voavam em

direção aos cemitérios com suas cores e seus

cantos. Por quê? Por que não podiam sair

vivos dos cemitérios? Sentir-se-iam pegos

pelos cadáveres? Vampirizados pelos mortos?

8. EXT. DIA. RUAS, AVENIDAS, PRAÇAS E CEMITÉRIOS DA CIDADE

Pássaros sobrevoam parques. Crianças, adolescentes, namorados, idosos, garis, executivos, mulheres... Jovens param seus skates e ficam pasmos olhando as milhares de aves dirigindo-se a algures. Suas cores, seus cantos fazem todos ficar extasiados. Após sobrevoar com grande alarde os espaços abertos da cidade, os pássaros parecem dirigir-se para dentro das necrópoles.

9. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO. DIVÃ

CAMILA

(V. O. de Camila) Que força sobrenatural os

privou por tanto tempo da liberdade? Onde

eles estavam antes de saírem pelas vaginas? Por

que se sentem tão ansiosos, agitados, e, vai saber,

satisfeitos? Pássaros. Tantos e tão tensos.

(Silêncio).

PSIQUIATRA

(sons fricativos com a garganta)

Haum! Hum, Ham!

10. EXT. INT. DIA. DENTRO E FORA DOS MUROS DE NECRÓPOLES DA CIDADE. SÃO PAULO

Os pássaros estão em todas as sepulturas, sobre os monumentos, sobre as asas dos anjos nos mausoléus. Nos galhos das árvores, sobre os fios da fiação elétrica interior e externa dos cemitérios. Pousados sobre as fotografias das pessoas soterradas nos túmulos. Eles cantam, e voam, fazem acrobacias. As pessoas paravam, extasiadas e contaminadas pelas vibrações de nítida felicidade das aves. Pássaros saíam da sala de estar do apartamento de Camila, ao sair além-muros das necrópoles caíam em grande quantidade sobre as calçadas, os capôs dos carros, as mesas dos bares próximos. Agonizavam e morriam.

CAMILA

(V. O. de CAMILA) Cemitérios... Por que

não podiam sair vivos das necrópoles? Que

mistério sobrenatural perverso essas imagens

representam? Caíam mortos ao tentar sair

da casa dos mortos. Estranho!!! Não sei o que

significa!!!

11. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO

PSIQUIATRA

Cruza e descruza as pernas.

CAMILA

A vida deles dependia da proximidade

das covas. impressionante o contraste entre

a alegria contagiante com que saltavam e

gorjeavam trinados, cantorias de pássaros

encantados por movimentos e cantos primaveris.

Logo depois: Agonia, Silêncio. Imobilidade. Morte.

PSIQUIATRA

(com uma careta olha o relógio)

CAMILA

Alguém entrou em meu psiquismo para

provocar esse sonho? De qualquer forma é

um sonho perturbador! Sugere crianças, anjos,

que nascem e antes de amadurecerem, morrem.

Morrem. Morrem devido à proximidade das

influências que as cercam: a ascendência da

autoridade e a influência dos mortos. A sala

de jantar é o solo do cemitério. Isso é um

presságio?! Um pesadelo!? Que quer dizer

toda essa coisa?

12. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO

Em sua ansiedade por obter respostas, Camila consola-se dizendo ao médico:

CAMILA

Sonhar com pássaros, segundo meu

dicionário de interpretação de sonhos

quer dizer harmonia, alegria, entusiasmo

e amor... Sei não!

PSIQUIATRA

Vamos falar mais desse sonho na

Próxima sessão.

P. V. DE CAMILA

O rosto do médico permanece voltado para um bloco de anotações.

CAMILA

Está certo. (Fala em off) “Eu bem que

queria trocar uma ideia com minha amiga

Edna antes de vir aqui”.

CAMILA

Ela atende ao celular satisfeita em falar com a amiga.

Edna, bom, quero falar contigo.

Virando o rosto para o analista:

Desculpe, o celular estava ligado.

EDNA

Sonhei que estava vendo o Jornal

Nacional. O William Boner dizia

que milhões de corpos de, adivinha,

de pássaros, caíram mortos nas

proximidades de necrópoles no

mundo todo.

CAMILA

Preciso mesmo falar contigo. Daqui

a pouco. Agora não posso. Estou no

analista. Tchau! (Desligou).

INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO.

CAMILA

Ao perceber que não havia desligado o viva voz, após inúmeras tentativas.

Porcaria! Eu nunca aprendo a mexer

direito com celulares. Com Internet.

Essas coisas eletrônicas. Desculpe

doutor.

PSIQUIATRA

Atendendo o interfone.

Sim! Faça ela entrar em cinco minutos.

(Dirigindo-se à Camila): o nome disso

chame de sincronicidade.

CAMILA

Dirigindo-se à porta.

Sim, sim, sim o quê?

PSIQUIATRA

(explicativo)

O telefonema de sua amiga.

Sincronizou com seu sonho.

CAMILA

Mexendo o dedo indicador da direita para a esquerda frente ao rosto.

Sincronizei! O sonho dela. Meu sonho!

O Jornal Nacional, os pássaros. Mortos.

Sincronia com a cidade. As necrópoles.

No mundo todo. Êta! Sincronaço! Tudo

sutilmente simultâneo.

PSIQUIATRA

Ah! Sim! Por que você não lê o

Salmo 91?

CAMILA

Saindo do elevador na garagem do edifício.

(V.O) Salmo 91... Perigos escondidos...

Doenças mortais. Ele o cobrirá com

suas asas e debaixo delas estarei

segura. Não terei medo da peste que

se espalha na escuridão, nem dos

males que matam ao meio-dia.

13. EXT. DIA. AV. PAULISTA

Camila dirige o carro na morosidade do engarrafamento. O olhar passeia pelas janelas dos apartamentos dos edifícios.

CAMILA

Observando o ambiente da cidade ao redor.

(V. O.) Anjos vão segurar-me com

as suas mãos para que meus pés não sejam

feridos nas pedras. Esmagarei com os

pés leões e cobras. Leões ferozes, serpentes

venenosas... Ele me livrará do passo do

passarinheiro.

14. INT. DIA. CONSULTÓRIO

PSIQUIATRA

Falando no microfone ao gravar a própria fala:

Camila criou fantasias de maternidade múltipla,

um complexo de Eva a povoar a sociedade com

rebentos frágeis, sem liberdade possível, num

mundo globalizado pela futilidade consumista

e controlado pela onipresença de um

engajamento ético impossível de se realizar.

15. EXT. DIA. RUAS DA CIDADE. INT. DO CARRO DE CAMILA

CAMILA

Fazendo uma careta de dor, ela olha em direção à região vaginal. Movimentos bruscos provocam incômodo. Gemendo ela apoia os calcanhares sobre o banco do carro ficando de cócoras nele.

16. INT. DIA. CONSULTÓRIO. SALA DO MÉDICO

PSIQUIATRA

A suposta liberdade dos filhos (os passarinhos)

se afirmava muito rapidamente e logo acabava

em morte, assim que, sem tardança, saíam da

proximidade de seus ancestrais: os mortos.

Os mortos que ela mesma representava.

17. EXT. DIA. RUAS DA CIDADE. INT. DO CARRO DE CAMILA

O carro está parado no engarrafamento. As mãos puxam a saia à altura do abdômen. Horrorizada, ela observa a calcinha preta rasgada e passarinhos saindo da abertura entre os grandes lábios. Respingos de sangue nas coxas em decorrência das bicadas dos pássaros a fazem gritar e se agitar demasiadamente.

18. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO

PSIQUIATRA

O sonho expressa, entre outras coisas,

a impotência da frágil consciência de

uma geração que, ao tentar ultrapassar

as fronteiras que a separam de uma vida

da qual não são capazes de se afastar,

conforma-se à dependência atávica, ao

medo estabelecido pela incorporação

através da história, de pensamentos e

valores interiorizados desde a vida

vegetativa no líquido amniótico.

19. EXT. DIA. TRÂNSITO. INT. DO CARRO DE CAMILA

Camila berra de medo e de dor. Seus gritos são abafados pelo ruído dos motores dos carros em lento movimento. Ela olha para o interior de outros carros onde vê pessoas que também estão aflitas tentando conter com deslocamento de mãos e braços, pássaros que tentam bicá-las com persistência.

20. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDIDO

PSIQUIATRA

O analista coça com a unha do dedo mindinho da mão esquerda o cavanhaque enquanto continua a gravar suas opiniões sobre a análise do sonho de Camila.

A morte dos pássaros, logo depois de

ultrapassarem a fronteira do mundo de

seus antepassados (o cemitério),

representa a idealização voyerista-

masoquista de personalidades infantis

que, na impossibilidade de criarem

sua própria depressão, sua própria

alternativa de vida, passam a simular

uma vida que não é deles, mas a de

seus mortos.

21. EXT. DIA. TRÂNSITO. INT. DO CARRO DE CAMILA

Camila busca sair pela porta do motorista. Um carro bate na lateral do seu, impedindo-a de abrir a porta do mesmo. Nuvens de pássaros projetam-se sobre as laterais das janelas buscando entrar pelas frinchas dos vidros não totalmente fechados.

22. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO

PSIQUIATRA

A morte dos pássaros simboliza a expectativa

de vida de uma geração que, mal sai do útero

materno, começa a viver uma vida que é uma

extensão dos interesses e da personalidade de

seus mortos. Uma vida que afirma o suicídio

de suas ambições inexistentes.

23. EXT. DIA. TRÂNSITO. EXT. INT. DE CARROS

Pessoas debatem-se contra o ataque furioso dos pássaros. Um motorista irrefletidamente puxa de uma arma e atira sucessivas vezes, tentando atingir algumas aves. Os tiros quebram vidros do seu taxi e atingem outros carros que estão parados próximos ao seu.

24. INT. DIA. CONSULTÓRIO MÉDICO

A secretária dirige-se à paciente que se encontra na sala de espera, uma senhora perua balzaquiana. Ela mostra-se hesitante e, antes de entrar na sala do médico, desliga o telefone celular.

SECRETÁRIA

A senhora pode entrar, por favor.

PSIQUIATRA

Terminando a gravação de suas análises preliminares do Sonho de Camila.

Como diria Walter Benjamim, diante do

inimigo e da expectativa deste vencer ao

impedir o impulso que realiza o princípio

de vida e de realidade, resta apenas,

ao médico, realizar a tanatoscopia. Desde

que a consciência da impotência pessoal

(de si mesmo) e coletiva do Outro se satisfaz

e realiza apenas pelo assassinato em massa

hegeliano.

25. INT. CONSULTÓRIO MÉDICO. SALA DE ATENDIMENTO

SENHORA PERUA

Sentada no divã frente ao médico, ela fica olhando meio sem jeito para o Psiquiatra. Algum tempo, depois de muito hesitar, a mulher, indecisa, fala:

Doutor eu tive um sonho.

Muito, muito estranho. Mesmo!

FADE OUT — (FIM)

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 22/03/2014
Reeditado em 20/09/2014
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