Kalúnia 57 - Um jornal de boatos confirmados - Minas decola / Multi holandesa descola
- O Governo de Minas Gerais torrou R$ 17 milhões na construção do que chama "primeiro aeroporto industrial do Brasil". Ele se localiza em Belo Horizonte e não em Itajubá onde outro projeto aguarda há quase um ano verba muito menor prometida de boca pelo governador Antonio Anastasia (PSDB).
O "primeiro aeroporto industrial do Brasil" terá imposto zero para exportações e deve entrar em operação já em agosto próximo.Em tempo de ajudar a campanha do Aécio.
- CORRUPTORES -
Assim como a Alstom e a Siemens corromperam com milhões de dólares funcionários, secretários e até governadores do Estado de São Paulo, e empresa multinacional holandesa SBM Offshore está investigando internamente um suborno de US$ 139,2 milhões de funcionários da Petrobras que teria acontecido em 2012.
A própria multinacional constatou que executivos da empresa gastaram US$ 275 milhões em subornos de funcionários públicos países africanos e um fora da África, provavelmente o Brasil, no ano passado.
Foi a forma dos executivos da SBM fecharem negócios como o aluguel de sete navios-plataforma de exploração de petróleo em águas profundas, ainda em operação com a Petrobras.
-MANIFESTAÇÕES PARA QUÊ E PORQUÊ-
O Observatório da Imprensa exibido ao vivo na terça-feira (11/3) pela TV Brasil trouxe de volta a violência nos protestos de rua e o papel da mídia diante da clara tensão entre manifestantes e forças de segurança pública. A violência como recurso para chamar a atenção nos protestos voltou às páginas dos jornais em fevereiro, quando o cinegrafista Santiago Andrade, da Rede Bandeirantes, foi morto por um rojão atirado durante um ato contra o aumento das passagens no Rio de Janeiro.
Para discutir este assunto, Alberto Dines recebeu no estúdio do Rio de Janeiro a filósofa Viviane Mosé e o professor emérito de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), jornalista e escritor Muniz Sodré. Viviane é doutora em Filosofia pela UFRJ, especialista em Elaboração de Políticas Públicas, comentarista da rádio CBN e escritora. Muniz Sodré é colunista do Observatório da Imprensa online, foi presidente da Fundação Biblioteca Nacional e publicou mais de 30 livros sobre Comunicação. Em São Paulo, o programa contou com a participação do jornalista Bruno Torturra, fundador do Mídia Ninja e do Pós-TV e ex-diretor de Redação da revista Trip.
Em editorial, Dines propôs que a mídia assuma o papel de negociadora de conflitos: “As manchetes de toda a imprensa são testemunhas da situação: quanto mais nos aproximamos da Copa do Mundo, mais aumentam as tensões. O mutirão e a empolgação que se esperavam deram lugar a um preocupante cronograma de conflitos. O que está errado não pode ser ignorado, malfeitorias precisam ser identificadas e punidas. Mas a truculência precisa ser abortada. A primeira providência consiste em evitar que o debate sobre a violência seja contaminado pela própria violência” (ver íntegra abaixo).
O que querem os manifestantes?
No debate ao vivo, Viviane Mosé admitiu que a sua opinião é controversa. A filósofa ressaltou que o mundo passa por um período de profundas mudanças nas mídias e hoje é possível conversar por meio de um clique. Esse novo paradigma permite o rápido encontro de pessoas, inclusive das que têm uma indignação justa com a qualidade do serviço público. O inconformismo ganhou força nas redes sociais e a população foi para as ruas de forma desordenada. Viviane lembrou que os manifestantes, desde o princípio, usaram recursos como queimar lixo, incendiar carros e confrontar a polícia.
“Quando as pessoas vão para a rua movidas pela indignação justa, mas sem nenhum conceito, sem nenhuma direção, dizendo ‘vem você também’, elas estão chamando todo o mundo para a rua? Estão chamando os neonazistas, os fascistas, os antissemitas, os pedófilos, os bandidos, os violentos, os traficantes?”, questionou a filósofa. Viviane disse que os protestos não têm propostas e nem um alvo específico. Para ela, as reportagens tratando dos protestos que reuniram milhares de pessoas não tinham profundidade e não questionavam o comportamento dos manifestantes. As consequências das manifestações poderiam ter sido ainda mais graves, com pisoteamentos e até um maior número de mortes. A mídia também não mostrava, de acordo com a Viviane, a atitude provocadora dos manifestantes em relação à polícia.
Viviane Mosé ponderou que a vida é, naturalmente, violenta, mas é preciso criar limites para conter os impulsos dos indivíduos. A violência é especialmente perigosa em grupo, como em casos de linchamento. “Se as pessoas vão para as ruas, têm que ter limite, distribuição, têm que saber o que estão querendo. Não [se] pode colocar todo o mundo na rua dessa maneira, à toa. Não pode. Isso é uma coisa básica de sociedade: o nome disso é lei e limite.”
Na opinião da filósofa, pedir melhorias na Saúde e na Educação de forma genérica não é ter uma pauta de mudanças concretas. É preciso antes ter uma noção dos problemas e do funcionamento dos setores em questão. Não basta apenas levantar uma faixa em um protesto: “Se você quer mudar o Brasil dá um pouco mais de trabalho. Tem um processo e investimento humano, o que não acontece, especialmente nas redes”. De acordo com a filósofa, a internet, ao invés de contribuir para o debate democrático, livre de afetos e cumplicidades silenciosas, tem proporcionado atuações maniqueístas e manipuladoras. Viviane Mosé sugeriu que a universidade e a imprensa se coloquem como espaços para reflexão. “Temos que reaprender a fazer política. E isso, na sociedade do conhecimento, não é quebrar, é pensar de uma forma ampla, complexa e corajosa”, propôs a filósofa.