Kalúnia 56 - Um jornal de boatos confirmados - PM detém menores por atentados e protesto em Itajubá

- Dois ônibus foram incendiados e as casas do diretor, Carlos Henrique Martins, e de três agentes carcerários do presídio de Itajubá alvejadas por tiros depois do Carnaval. Três encapuzados praticaram os incêndios dos ônibus nos bairros Açude e Santa Rosa, depois de expulsarem antes seu motorista e passageiros dos veículos. As passagens dos ônibus foram aumentadas de R$ 2,50 para R$ 3,20 pela prefeitura um dia antes dos atentados. Não houve vítimas. Houve registro ainda de um automóvel queimado no bairro Morro Chique.

Um dos agentes penitenciários disse que ouviu disparos contra o portão de sua casa que depois encontrou incendiado por um coquetel molotov,segundo a polícia. Foram encontradas no local seis marcas de tiros, que atingiram e danificaram veículos dentro da residência.

Opressão carcerária

A casa do diretor do Presídio de Itajubá foi atacada também com tiros uma hora depois. Ele disse que saiu para fora e encontrou um cartaz com a inscrição “contra opressão carcerária” depois de ouvir os disparos.

Em ação quase simultânea, um trio armado e encapuzado incendiou um ônibus da empresa Valônia que faz o transporte coletivo do município. O fato se deu na avenida Wagner Lemos Machado, bairro Açude, depois que um dos mascarados acenou para o ônibus parar. O motorista e os passageiros foram expulsos do veículo enquanto dois outros encapuzados entravam dentro do coletivo para despejar um líquido e atear fogo em seguida. Poltronas e teto ficaram destruídos. Outro ônibus foi completamente incendiado no bairro Santa Rosa um dia depois. Moradores viram um trio encapuzado fugindo em um carro do local. Três menores foram detidos no bairro Rebourgeon em buscas posteriores da polícia por suposta ligação com os crimes.

Cadeia contestada

Inaugurado há três anos, para 180 detentos,o presídio de Itajubácomporta hoje mais de 300 e já sofreu ao menos uma grande rebelião com celas incendiadas além do registro da morte de um preso. Outro detento, de licença, confessou o assassinato e o estupro de uma universitária próximo ao Centro da cidade. Mesmo assim, o Governo de Minas Gerais já anunciou uma ampliação para cololcação de mais 300 condenados.

Depois de uma grande discussão do seu projeto em 2009, quando a Câmara Municipal da cidade chegou a fechar suas portas contra protestos da população do local, o presídio terminou construído no bairro Ponte Alta - divisa com Piranguinho.

(Zulcy Borges -jornalista diplomado)

Zulcy Borges
Enviado por Saskia Bitencourt em 06/03/2014
Reeditado em 01/04/2014
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