Kalúnia 55 - Um jornal de boatos confirmados - Vote neles !

- Se houvesse um plesbicito para votar sobre a necessidade do Senado Federal, daria 99,9999% : Não ! Mas como o que vai haver é eleição, em Minas Gerais, por mau exemplo, os candidatos mais cotados são :

o governador Antonio Anastasia (PSDB) e o filho do ex-presidente José Alencar = Coteminas, Josué Gomes (PMDB).

Querem mais: Fernando Collor (PTB), por Alagoas; José Sarney pelo Amapá - parece que senador pode-se reeleger a vida inteira.

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O velhinho de Ipanema

Zulcy Borges -jornalista diplomado

Um dos mais contundentes filmes de Glauber Rocha – Câncer – mostra em certa cena o jornalista, crítico e poeta Ferreira Gullar numa bancada de intelectuais enquanto em off Glauber, a sua maneira, ironizava a categoria. Não conheço nenhuma manifestação até hoje de Gullar sobre o filme ou sobre Glauber, mas ali estava mais uma antevisão do cineasta.

Lembro como foi a primeira aparição de Paulo Francis na Globo e a decepção que causou, assim como sua cambalhota ideológica depois que trocou a trincheira do Pasquim pelos jornalões – O Estado e Folha de São Paulo.

Gullar foi o queridinho de Vinicius de Moraes como poeta engajado comunista tecedor de hosanas a Che Guevara, para depois cair no ostracismo até reaparecer como diretor da Funarte no Governo Federal pré-PT. Sua volta a grande imprensa como cronista era muito aguardada pelos muitos que ainda admiram sua poesia, mas acabou sendo mais uma revelação para o leitorado reacionário.

Hoje, de Gullar, o que se vê são crônicas reclamando do barulho da vizinhança, criticando a Arte Moderna, o Concretismo, o Comunismo, contra a legalização da maconha, negando o aquecimento global; isto nos intervalos de um infindável ataque a Lula e ao PT. A última ataca a antipsiquiatria porque esta defende o fim dos hospícios. Parece aquela adorável personagem de Luiz Fernando Veríssimo- a velhinha de Taubaté, última defensora dos ideais da Redentora - como chegou a ser chamado o golpe militar de 1964.

Gullar está sendo indicado pela Academia Mineira de Letras para o Prêmio Nobel de Literatura deste ano. Tomara que ganhe. Fará boa companhia a Mário Vargas Llosa.

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