Lugares Distantes

Sinto os reflexos da estação do ano

O pulsar do coração ansioso.

E as lembranças que me invadem.

Bem la no fundo,

as recordações trazem saudades.

E foram assim aqueles dias !

Tanta correria, movia tanta gente.

Umas cansadas, descontentes, outras querendo ser algo mais.

Entre elas estava eu;

E um dos meus sonhos.

Que nem se quer por um instante,

pensei em desistir.

Os dias passavam rapidamente como um cometa.

Deixando apenas,

lembranças do seu rastro...

Dentro de cada um de nós um desejo.

Outros ocultos talvez.

E ainda muitos outros compartilhados.

Foi assim que naquela manhã, visitou-me um espirito novo.

Ao entrar naquele salão vazio de pessoas e abundante de quadros

me permiti pensar...

...Por quê certas coisas são tão difíceis ?

Eu nunca soube se quer desenhar.

Talvez por dar tanta enfase ao medo,

crescia ainda mais o medo de tentar.

Mas ali diante de mim estava a primeira possibilidade.

Os quadros de Cândido Portinari.

Levara-me a lugares distantes...

Viajei sem medo, por onde nunca conheci.

Com lápis de cera e papeis

comecei a desenhar o que via.

Uma arvore de tronco enorme...

que tamanha circunferência !

Folhas escuras que se misturavam

um tanto desgrenhadas, iam tomando formas.

E pouco a pouco aparecia. "O Menino Na arvore".

Aquele menino que Portinari,

com inspiração gestou e nos ofereceu,

deu-me vida sem saber.

E ainda hoje vivo esse momento.

Naquela manhã de calor,

e de quando em quando

uma suave brisa na sala...

Em cada canto

que em silencio se olhava,

Portinari também se encontrava ali.

E sua presença dissipou o medo que eu tive e vivi.

Gracia Fernandez
Enviado por Gracia Fernandez em 24/01/2014
Código do texto: T4662774
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