Loucura e heroísmo

São Paulo, manhã de mais uma quinta-feira fria e chuvosa, que para todos, seria somente mais um dia como outro. Seria...

O dia começa tranquilo, todos indo de uma lado pro outro realizando suas tarefas rotineiras, até que no começo da tarde, algo de diferente acontece e para a cidade. Em cima do famoso Edifício Joelma, um homem de mais ou menos 45 anos de idade ameaça se jogar. O motivo? O mais banal possível: uma discussão com sua mulher acaba na separação do casal.

Muito revoltado e de cabeça quente, ele pulou o muro do prédio e subiu os 21 andares pela escada. Chegando na cobertura, ele começa a brincar pulando na ponta do pé na beira do gigante de concreto.

No mesmo instante em que o fato ocorre, curiosos começam a aglomerar-se no entorno do edifício e fazem desesperadas ligações para a polícia, o corpo de bombeiros e o SAMU, pedindo ajuda. Não demora muito e as primeira viaturas começam a se aproximar do local. Equipes de rádio e televisão também chegam para cobrir o fato, juntamente com helicópteros.

Os bombeiros que chegam, sobem para a cobertura do edifício e dão início à uma grande negociação com o homem, que segundo eles, possuía o nome de José, com o intuito de fazer com eu ele desistisse de se atirar. “O contato é difícil, pois José está muito nervoso, irritado e não quer saber de conversa”, relatou o capitão do corpo de bombeiros em uma de suas rápidas decidas para a frente do Joelma.

Com essa situação, a negociação procedeu-se até o início da noite, quando um homem de nome Reinaldo que, assim como muitos, acompanhava todos os movimentos e ações do fato pela televisão, resolve então ir até o local onde ele ocorria. “Naquele momento eu não estava mais conseguindo ver aquilo e não fazer nada, então resolvi ir para lá”, contou ele em uma de suas entrevistas aos meios de comunicação.

Numa ação desesperada, ele passa pelo bloqueio policial que havia no térreo, sobe 21 andares, ignora as autoridades que estavam na cobertura e vai em direção à José. “Nesse momento o meu único pensamento era: tenho que salvar esse homem da morte”, disse Reinaldo. Com esse pensamento ele se aproxima de José e tenta agarrá-lo, mas ele se joga. Porém, em um movimento rápido, Reinaldo agarra José pelo braço e o salva. O s bombeiros, no momento, pegam-no e fazem os primeiros atendimentos ali mesmo, em cima do edifício.

Semanas depois, já recuperado, José encontra-se com quem o salvou. O encontro é o melhor possível. “Em tom de brincadeira e gratidão ele fala: “Ai está o meu herói. Muito obrigado camarada, Deus te abençoe”! Reinaldo, muito feliz, apenas diz: “Amém. Que é isso, somente fiz o que me deu na cabeça e no meu coração naquele momento, apesar de reconhecer que foi muito arriscado”. Os dois, depois do ocorrido, tornara-se grandes amigos e continuaram suas vidas.

“Quem diria que de um divórcio sairia quase uma tragédia, surgisse um ato de heroísmo e um grande amigo”, brincou José.

Davi Souza
Enviado por Davi Souza em 15/01/2014
Código do texto: T4649996
Classificação de conteúdo: seguro