POR QUE A DEPRESSÃO É O MAL DO SÉCULO XXI?
Inegavelmente, a Pós-Modernidade trouxe consigo as novas tecnologias, o conforto e o status para o homem. No entanto, tal comodismo ainda não é suficiente para completar o espírito humano, uma vez que muitas pessoas se sentem deprimidas constantemente, seja pela solidão ou descrença da vida diante do mundo. Dessa forma, há uma ânsia em encontrar algo que lhes complete, seja em um relacionamento afetivo, no trabalho, na religião e até mesmo nas drogas. Quando a descrença do progresso psíquico ocorre, surge uma doença que ter permeado o século XXI: a depressão.
O homem moderno usufrui de uma diversidade de técnicas e facilidades materiais como os meios de comunicação, transportes, possíveis pelos sonhos de muitos estudiosos e cientistas dos séculos anteriores. Tal fato exemplifica a busca pelo progresso individual e coletivo. Todavia, esse pensamento não se aplica à perspectiva de muitas pessoas, uma vez que nelas abriga uma estagnação interior, uma descrença diante dos próprios sonhos e da vontade de lutar e viver.
Dessa forma, a depressão atua como uma doença preponderante e que não está isolada, já que a partir dela, se constroem outros distúrbios de caráter fisiológico e mais radicalmente, podendo levar à morte. Nesse caso, ela ocorre ou pela ineficiência metabólica devido ao aglomerado de patologias, ou pelo caráter evasivo devido ao suicídio.
Assim, o sociólogo Émile Durkheim realizou um estudo no qual há uma prevalência de suicídio em classes sociais elevadas, o que demonstra que a riqueza material em muitos casos, não supre a satisfação interior. O protagonista Paulo Honório do livro São Bernardo, de Graciliano Ramos, ilustra essa ideia, pois mesmo com as constantes lutas e posteriormente, a realização dos anseios materiais, não se pode sentir feliz e realizado com a vida. Portanto, a felicidade independe da realização material, pois exige a fortaleza, a persistência e o combate com os males que permeiam o psíquico humano.
Logo, é possível superar a depressão à medida que se obtenha a luta individual aliada aos auxílios especializados, seja por meio de médicos, psicólogos ou até com um amigo. Investir no crescimento intelectual, seja por intermédio de cursos, atividades de relaxamento, lazer e o poder da mentalização, auxiliam nos problemas psicológicos. Portanto, a depressão não pode ser uma fator evidente capaz de apagar a dádiva da vida e a vontade de ser feliz e progredir como ser ativo e essencial no universo, afinal, viver é correr riscos, mas a depressão não pode estar aliada a eles.